Fanfic: Reencontro LevyRroni | Tema: Levyrroni

A vitalidade dele era um insulto aos sentidos esgotados de Maite.

MPerroni —Como puderam lhe contar... Falou ela se referindo aos médicos.

WLevy —A um total estranho? — completou ele, seco.

Maite sentiu-se constrangida. Sabia que a trégua fora tem­porária, perdurando enquanto ambos tinham um objetivo em comum... A melhora de Gabriel. Agora, William tinha seus próprios objetivos. —Foi um comentário casual de uma das enfermeiras a um amigo da família. O que seria mais natural? Não invadi seu território, se está preocupada com isso. Mas, para ser honesto, não foi confortável ficar de lado e ser excluído quando os mé­dicos discutiam o estado do meu filho só com você. Ele falava com calma, mas num tom de alerta, era difícil adivinhar como agiria daquele momento em diante.

Maite mordiscava o lábio inferior, nervosa.

MPerroni —Mas você não disse nada.

WLevy —Havia coisas mais importantes que meus sentimentos. Não ia fazer um escândalo quando a vida do meu filho estava em jogo.

Maite enrubesceu, envergonhada da própria atitude. Ele fora solidário e, às vezes, ela até se aliviara com a presença forte a seu lado. Era tolice, mas, de algum modo, sentia como se nada de mal pudesse acontecer enquanto William estivesse ali. Teria sido fácil depositar confiança nele durante aqueles dias e noites de preocupação, mas Maite se esforçara para man­ter a independência. Já não contava com um ombro masculino havia um bom tempo... Não era mais um componente essencial em sua vida.

Encarou o pai de seu filho sem disfarçar a apreensão.

MPerroni —E agora?

WLevy —Você está com medo de mim ou da mudança... De qualquer mudança? — argumentou ele.

MPerroni —Não estou com medo de nada. Com certeza, não de você. Isso não a impedira de desejar várias vezes naquele dia que

ele nunca mais aparecesse. Mas era realista e sabia que não podia fazer isso.

WLevy —Você fica mais bonita quando não quer cooperar.  William sorriu, aliviando a expressão severa.

Maite sabia que ele estava sendo irônico. Ela dormira muito pouco naqueles dias e não via maquiagem desde que internara Gabriel. Sem exagero, parecia um espantalho!

MPerroni —Não está esperando reconhecimento público de sua pa­ternidade, está?  questionou, desdenhosa.

WLevy —Não sou fã de medidas intermediárias.

MPerroni —Eu já expliquei...

William a interrompeu com um gesto.

WLevy —Sobre a família. Acontece que sou da família também e, embora não queira ser vingativo... Não vou ajudá-la a perpetuar sua mentira. Não importa quão conveniente lhe seja...

MPerroni —Eu não menti!

WLevy —É embromação e nós sabemos disso — acusou ele. — Não corrigir a presunção das pessoas dá na mesma. O que você faria quando Gabriel perguntasse sobre o pai? Já deve ter pensado nisso, agora que ele está mais crescido. Não mentiria? Não produziria alguma imagem simpática de Eugenio para ele?

O desafio sempre lhe parecera muito distante.

MPerroni —Eu... Eu não sei.

WLevy —Não vê que não há meio termo nesse assunto?

MPerroni —Você não sabe nada sobre ser pai! — argumentou Maite.

WLevy —E de quem é a culpa?

MPerroni —Você quer ser pai hoje, mas quem sabe se a novidade não se acaba em algumas semanas ou meses? Não quero que Gabriel se magoe... É nele que estou pensando...

WLevy —É? Diga-me, Maite, que benefício há em negar a Gabriel o próprio pai?

Ela se sentia acuada. 

MPerroni —Eu posso dizer que você está mentindo! — advertiu.

William nem se abalou com a ameaça.

WLevy —Já ouviu falar em teste de DNA?

Maite esmoreceu e levou a mão aos lábios trêmulos.

MPerroni —Como vamos resolver isso? — perguntou, desanimada, sem encará-lo.

WLevy —Na minha opinião, se nos casarmos, fica tudo resolvido. O que você acha? — Ele tomou o pijaminha da mão dela, dobrou-o com cuidado e colocou-o com as outras peças. — Você está boquiaberta?