Fanfic: Reencontro LevyRroni | Tema: Levyrroni

Após meia hora de frenética redescoberta da casa, Gabriel pareceu desanimar-se.

MPerroni —Ele está cansado. Vou levá-lo para tirar uma soneca disse Maite, pegando a criança no colo.

WLevy —Ótimo.

William estava numa poltrona, os pés afastados e as mãos sobre as coxas. Observava-os atento, o que a inquietava?... Ele a inquietava. Maite só aceitara a carona dele para casa para evitar uma cena em público. Mas sua hostilidade estava quase aflorando, enquanto William parecia muito relaxado.

MPerroni —Já se cansou dele? — questionou, antes de ir para o quarto.

WLevy —Não, só cansado de sua eterna desconfiança, meu filho não me cansa.  Suspirando, ele se recostou na poltrona e passou a mão pelos cabelos. — Pre­cisamos conversar com calma — acrescentou, num tom moderado.

Maite não apreciou a idéia.

MPerroni —Quero estabelecer algumas regras. Sentia-se melhor fingindo estar no controle.

Como Gabriel adormeceu, quase que imediatamente, Maite não tinha justificativa para se demorar no andar superior. Com certeza, haveria algum tipo de compromisso que satisfaria William, pensou, enquanto descia a escada. Um compromisso que não despedaçasse sua vida. Gostava de sua rotina e não queria alterar nada. Então, lembrou-se da acusação de William e reafirmou a si mesma que não tinha medo de mudança. Adentrou a sala de estar decidida, o semblante iluminado com a nova determinação. Deixara-se intimidar pelo homem, era esse seu problema. Bem, bastava! Sabia jogar duro também! Maite estacou ao ver William segurando o cardigã que ela deixara no sofá, apertando contra o rosto a peça de tricô colorida. Ele percebeu sua presença e endireitou-se. Maite pensou ter visto um leve rubor, mas não podia ser, ele era tão... Impassível!

WLevy —Tem o perfume do travesseiro daquela manhã  — murmurou ele, a voz suave, mas o olhar contendo uma intenção ardente.

Maite perdeu o fôlego. Sentiu o corpo entrar em ebulição numa fração de segundo e, espontaneamente, lembrou-se de William, adormecido, quando o deixara, a três anos antes. O braço musculoso que a envolvera durante a noite perma­necia sobre seu lugar na cama. Uma das pernas amarrotava o lençol, a coxa grossa se destacando em meio às sombras. A aurora despontava por uma abertura na cortina, iluminando seu tórax musculoso.

Em repouso, o semblante não era tão rude, os cílios longos adornando as faces, a sombra no rosto enfatizando os ângulos precisos do maxilar. —Era a única prova de que você existia realmente. Sem desviar o olhar, ele inalou profundamente o perfume impreg­nado no cardigã.

MPerroni —Desculpe-me — sussurrou Maite, sem pensar.

WLevy —Por quê?