Fanfic: Reencontro LevyRroni | Tema: Levyrroni

Era fácil entender por que ele propunha casamento, pensou, contendo um acesso de fúria. Tratava-se de um pacote irresistível, a "mãe do filho dele". E pensar que um minuto antes ele quase a convencera de que a queria! Não, William só queria o filho. A mãe da criança apenas integrava o pacote... Um fardo maçante, na verdade.

MPerroni —Se você não estivesse aqui... Me bombardeando, eu estaria descansando! — acusou ela, irada.

WLevy —Se eu não estivesse aqui, você estaria pensando em mim. Maite cerrou os dentes e sentou-se numa cadeira. Adoraria arrebatar aquela autoconfiança. — E eu... Estaria pensando em você — completou William, humilde.

Aquilo a desarmou. Ela engoliu em seco e lutou contra a onda de sensualidade que tomou seu corpo.

MPerroni —E em como roubar Gabriel de mim...

WLevy —Eu não quero fazer isso e você sabe disso, Maite.

Ele era tão sensato que ela quis atirar-lhe algum objeto.

MPerroni —Pessoas como você tinham certeza de que o Titanic não afundaria — comparou ela, amarga.

Ele ignorou a atitude infantil.

WLevy —Nós dois queremos o melhor para Gabriel.

MPerroni —Quem o tornou um especialista?

Ela se surpreendeu ao ver William se magoar de verdade.

WLevy —Eu não sei muito sobre crianças, mas acho que aprendo rápido.

MPerroni —Deve ter sido um choque... — considerou Maite, mais branda. — Descobrir daquele jeito. — Até então, não tivera a oportunidade de descobrir como ele se sentia com aquela nova situação.

Ele assentiu.

WLevy —Pode-se dizer que sim.  Ergueu o olho, confuso. Maite surpreendeu-se com a resposta.

MPerroni —Acho que em outras circunstâncias, você daria um bom pai — opinou.

WLevy —Obrigado... Acho.  Ele não pôde evitar um tremor nos lábios. — Pretendo ser um bom pai nestas circunstâncias, Maite. — Ignorando a reticência dela, tomou-lhe as mãos. O toque era quente e firme. As mãos dela pareciam pequenas contra as dele. Ante seu estímulo gentil, ela se levantou. — Vamos resolver isso. Prometo.

Maite o fitou. Se pudesse compartilhar aquela confiança...

MPerroni —Um de nós precisa se prender à realidade, William. Ele sorriu e lhe tomou o rosto nas mãos.

WLevy —Mas você é muito combativa. Não desiste quando tem uma idéia na cabeça.

Ela segurou as mãos dele, embora estivesse confortável.

MPerroni —Preciso verificar se Gabriel está bem — declarou, voltando-se, pois sabia que sua indecisão estava estampada no rosto.

WLevy —Eu vou com você.

Maite estacou, alerta com a insinuação implícita. O olhar dele confirmou sua suspeita e sentiu os joelhos fracos.

MPerroni —Lá para cima? — Fitou as mãos dele, ainda entre as suas. Havia a possibilidade de estar interpretando mal.

Mas a resposta dele não deixou dúvida:

WLevy —Sim. É naquela direção?

Maite sentiu o coração disparar ante as palavras não ditas.

Se ele subisse também, não desceriam tão cedo... E ambos sa­biam disso. Era hora de mostrar-lhe a porta da casa. Seria uma idiota se não o fizesse. O que estava esperando? Como se não soubesse. Maite desdenhou da própria indecisão. Sentiu vergonha, mas o desejo por ele era mais forte... Quase podia tocar esse desejo... Queria saborear William. Estava di­vidida entre o que queria e o que devia fazer. Apesar do ar confiante, a espera também dividia William. Ele podia lidar com a rejeição, embora desconfiasse de que sempre fora afortunado nesse departamento. Se uma namorada quisesse mais do que podia dar... E sempre deparava com essa situação... simplesmente dava de ombros, de maneira filosófica. Mas não precisava de teorias abstratas naquele momento. Se Maite o mandasse embora... Ficaria arrasado!

MPerroni —Está bem — murmurou ela.

Sentia a excitação no corpo enquanto subiam a escada, com a mão de William em sua cintura. Não tinha forças para re­sistir... Aquilo era loucura!

Ele percebeu seu tremor e sorriu.