Fanfic: Reencontro LevyRroni | Tema: Levyrroni

Nem precisava tocá-la para fazê-la estremecer de desejo. Nenhuma mulher jamais fora tão sensível a ele. Então, pôs de lado a vaidade. Quem estava louco de prazer ali, camarada? Perguntou-se num mo­mento de honestidade.

Chegaram a porta do quarto de Gabriel, e William olhou para o filho adormecido.

WLevy —Eu não conheci meu pai e ele não quis saber de mim. Não sou como ele. Meu verdadeiro pai é aquele que me criou e me fez o homem que sou hoje.

Havia desgosto na voz rouca. A possi­bilidade obviamente o revoltava. Compassiva, sentiu dor no coração. E ele continuou —Ficaria arrasado em saber que eu poderia ser um estranho para meu filho. Não havia dúvida quanto a sua sinceridade. Maite arrumou a borda da cortina para interromper uma faixa de luz do sol. Não sabia por que se sentia tão emocionada com as palavras de William. Devia se preocupar somente com Gabriel e consigo mesma... Se havia alguém no mundo capaz de cuidar de si mesmo, era ele.

MPerroni —Concordo que você tem que fazer parte da vida de Gabriel — admitiu ela, após alguma reflexão, o tom suave.

William assentiu, como se a concordância dela fosse obriga­tória. Continuava observando a criança. Maite sentia como se ele invadisse algo seu, particular. Ao mesmo tempo, inquieta­va-se por ver William tão vulnerável.  Da porta, lançaram um último olhar ao filho e deixaram o quarto. — O fato de eu ter concordado em que você participe da vida de Gabriel não implica que vá me submeter ao seu plano estúpido — esclareceu Maite, assim que passaram ao corredor.

WLevy —Que plano?

MPerroni —Casamento! — específicou Maite, sentindo-se idiota até em pronunciar a palavra. — E só porque estamos indo... Não me interprete mal! — avisou, aflita.

WLevy —Está me dizendo que posso levá-la para a cama, mas não colocar uma aliança no seu dedo?

Maite franziu o cenho.

MPerroni —Não sei por que...

Na verdade, estava desesperada. O que havia naquele ho­mem que a deixava tão totalmente libertina? Por que um sim­ples olhar a abalava e fazia encerrar as inibições no armário mais próximo?

WLevy —Quer que eu a acaricie?

Maite nem reparou na voz dele também alterada, resultado da tensão crescente no corpo. Só sabia que a imagem sugerida a excitava demais. — Quer que eu coloque suas mãos em mim? — pressionou ele. Ela ergueu o rosto corado.

MPerroni —Não... — Mordiscou o lábio, erguendo os ombros defen­sivamente.  A nível físico, sou fácil. — Era difícil ser meiga, mas parecia a melhor estratégia no momento. Queria dar a impressão de que concordar em termos sexuais não era grande coisa. — Mas é só isso. A questão física logo passa — informou, pragmática. — Ninguém resolve se casar só porque quer...

WLevy—Tirar as roupas do parceiro?

Maite prendeu o fôlego, zangada por ele brincar com algo sério. Foi quando ele explodiu: — Você acha que é a única?

Ela se assustou com a raiva repentina. Aos poucos, ele foi afrouxando os punhos, no semblante uma máscara de ironia.

MPerroni —Eu a quero também, você sabe. Raios! Claro que sabe! Não fiz segredo disso.

Então, William estendeu a mão.

WLevy —Chega de conversa — decidiu ele. — Leve-me para a cama, Maite.

MPerroni —E-eu? — gaguejou ela. Vagamente, esperava que ele tomasse a iniciativa. Ver a bola em seu campo a deixava apreensiva.

WLevy —Não estou vendo mais ninguém por perto — replicou William, muito sério. Sua paciência se esgotava. — Quer que eu a leve no ombro?

Maite nem conseguia rir, com um nó bem apertado na garganta. Não queria pensar, tampouco. Queria agir sob paixão cega, mas ele não estava colaborando!