Fanfic: Reencontro LevyRroni | Tema: Levyrroni

O trajeto até a casa foi feito em silêncio... Fato que William não comentou até saírem do carro. Maite vai até o filho para carrega-lo.

WLevy —Pode deixar que eu o levo — disse William, erguendo a criança adormecida.

MPerroni —Só sob o meu cadáver — resmungou ela.

WLevy —Eu não sabia que você era tão emburrada. — Ele a olhava amuado. — Esse tratamento de silêncio...

MPerroni —Como você não ouve o que eu digo, não vejo vantagem em falar com você.

Nada divertido, ele pousou a mão no ombro dela.

WLevy —É você que não está ouvindo — corrigiu, áspero. Fitou os cabelos de Gabriel junto a seu ombro. — Eu quero meu filho, Maite.

A expressão dele não deixava dúvida. Maite sentiu as lágri­mas brotarem.

MPerroni —E onde eu entro nessa equação? Mordiscou o lábio, arrependida da pergunta. Era  quase um pedido de consolo.

WLevy —Não há nada de ambíguo num pedido de casamento. Não é algo que eu tenha feito antes.

MPerroni —Nem mesmo com suas amantes?

William riu e Maite ruborizou. Ele provavelmente achava que ela tentava lhe arrancar algum elogio falso. Eu nunca me apaixonei antes! Seria ótimo... Falso, mas ótimo. Se quiser manter um pouco de dignidade, Maite, mantenha essas fantasias sob controle!

WLevy —"Amantes" não seria bem o termo — avaliou ele.

MPerroni —Poupe-me dos detalhes — implorou ela.

WLevy —Talvez seja melhor entrarmos antes de continuar a dis­cussão. sugeriu ele, empurrando-a gentilmente. Maite fez café, enquanto William colocava Gabriel na cama... Como se já fizesse parte de suas vidas, concluiu Maite, obser­vando-o subir a escada. Não podia pensar assim. Seria tão fácil aceitar o que ele oferecia. 

MPerroni —Eu desliguei o telefone. William colocou o café de lado.

WLevy — Para me dar toda a atenção? — Isso era mais do que ele sonhara.

MPerroni —Para evitar ter que falar com minha mãe. Ela e todo o vilarejo provavelmente já sabem sobre você... Nós agora. A rede fofoca é uma forma sofisticada de comunicação por aqui — comentou, amarga. — Pelo menos, não será necessário fazer nenhuma declaração pública.

WLevy — Ainda bem que você vê o lado bom da coisa. Maite ignorou a ironia.

MPerroni —Nada mais de amante secreto?

Ela sentiu um aperto no estômago ante o homem de pele clara. Havia algo hipnótico no olhar dele avaliando seus lábios trêmulos.

WLevy — Eu quase lamento o fim do nosso breve relacionamento clandestino. Mas, não se preocupe, vou pensar em algo para manter o tempero!

MPerroni —Você faz parecer como se nós tivéssemos algum tipo de acordo formal, e não uma... Uma...

WLevy — Atração irresistível?

William achá-la irresistível era uma idéia atraente.

MPerroni —Não precisa falar assim. Eu sei que só quer se casar comigo por causa de William.

WLevy —Sexo bom nunca passou pela minha cabeça — concordou ele, solene.

MPerroni —Nós vamos combinar um esquema para que você possa ver Gabriel. — Maite sabia que falava bobagem, mas não conseguia evitar. — Todo mundo vai ver que você se importa com ele — admitiu, constrangida. — Um casamento é uma forma muito dramática de provar que você é um pai atencioso. É desneces­sário nos dias de hoje. Deu uma risada nervosa.

WLevy — Quero deixar claro de uma vez por todas que não tenho interesse em me casar com você... Por causa de Gabriel. Espero que isso dê um fim a essa discussão tola.

William não pareceu se impressionar com a atitude madura e racional. Ela quase gritara, pensou, desanimada.

WLevy — Por causa da má experiência?

MPerroni — Bem, se não consegui fazer um casamento convencional dar certo... Que chance nós teríamos?  questionou Maite.

WLevy — O que seria um casamento convencional? Por amor? — Ele ergueu um canto dos lábios, desdenhoso, sem desviar o olhar nem por um instante.

MPerroni — Eu não amava Eugenio. Mais ele me amava quando nos casamos. E não tenho certeza de quanto amor ainda restava quando ele morreu.

WLevy — Ele não ia abandoná-la pela ruiva, ia?

MPerroni — Provavelmente, não  opinou ela. — Eugenio disse que não. — Mas parara de acreditar nele bem antes de saber do caso amoroso e isso transparecia em sua voz.

WLevy —Então, por que...

MPerroni —Porque não havia motivo para magoá-la, havia?

Não conseguia deixar de desconfiar que a morte de Eugenio causara mais dor na amante do que nela mesma. O que isso indicava?

WLevy —Imaginei que fosse desmascará-lo — comentou William, notando seu rosto corado.

MPerroni —Oh, eu sou tão vingativa quanto qualquer pessoa. William duvidava, mas ficou quieto.

WLevy —Eu não podia desmascará-lo sem correr o risco de tornar o assunto público. As aparências importam, sabe... — Você acha que casamento é isso, Maite, poder?. — Ele costumava pular a cerca? — pressionou William.

MPerroni —Não, e não foi culpa dele.

WLevy —Você o está defendendo! Ela franziu o cenho.

MPerroni —Um homem não procura em outro lugar se tem o que precisa em casa. — E sei que você faz perguntas demais.

WLevy —Desculpa! Mas pode corrigir isso. William se levantou e a beijou.

O beijo fantástico derrubou as últimas resistências de Maite. A única pergunta que restou foi quanto tempo suportaria aque­les beijos ardentes.

Quando ele a tomou nos braços, suspirou, ansiosa.

MPerroni —Para onde está me levando?

WLevy —Para a cama.

Dessa vez, Maite não discutiu a decisão.