Fanfic: Reencontro LevyRroni | Tema: Levyrroni

Ao observá-lo afastando-se, teve uma idéia. Ele pareceria ridículo quando encontrasse a ela e Gabriel do outro lado do rio. Adoraria vê-lo atravessar a água a pé. Soltou o cinto de segurança e tomou o lugar do motorista. Maite viu a expressão zangada dele quando o ultrapassou motorizada. Confiante, avançou com o carro na faixa de água estreita. Era uma manobra que realizara inúmeras vezes, em­bora nunca num carro tão luxuoso. O problema era que a água, normalmente rasa, estava mais profunda e a correnteza  mais forte do que o normal. O carro foi até o meio do trajeto e parou completamente.

MPerroni —Consegui! Maite pegou Gabriel. Ele percebeu o nervosismo da mãe e co­meçou a chorar. William os alcançou e bateu no vidro para chamar a atenção. —Não consigo abrir a porta!  berrou ela.

WLevy —Há um galho ou algo assim emperrando!  gritou ele de volta. — Não! Não saia pelo outro lado  alertou, vendo-a passar ao outro banco.  A corrente está muito forte... Você pode cair com Gabriel antes que eu chegue lá. Maite paralisou-se, apavorada. — Abra a janela! gritou William. O carro se movimentou um pouco, arrastado pela correnteza.

MPerroni —Oh, meu amor. sussurrou ela. — O que foi que eu fiz?  Beijou a cabecinha de Gabriel, arrependida. A chuva entrava pela janela aberta. Maite protegeu o filho aninhando-o junto ao peito. —Você tinha razão. Está contente? Às vezes, pensou ela, não acreditava nas bobagens que saíam de sua boca. William, com água até quase a cintura, piscou, confuso.

WLevy —Oh, claro, estou delirante! Agora, passe Gabriel pela janela.

MPerroni —Lamento pelo carro — declarou, transferindo o menino para os braços do pai. William sussurrou algo para Gabriel, que riu gostosamente.

WLevy —Agora você — instruiu ele.

MPerroni —Eu o quê?

WLevy —Passe pela janela, eu vou ampará-la.

MPerroni —Não vou sair pela janela e, definitivamente, não quero que me pegue aí fora. informou ela, com total falta de gratidão. William revirou os olhos.

WLevy —Sou um homem paciente, mas você está teimosa demais. Saia já pela janela, Maite! Agora! Gritou ele e Gabriel gargalhou do deboche do pai com a mãe.

MPerroni —Não precisa ser autoritário. choramingou ela. Abriu mão da dignidade durante a operação constrangedora. — En­talei! gritou, quando os quadris não passaram pela abertura estreita. O vidro tinha travado e abria só a metade.

WLevy—Vamos, cadeiruda! incentivou ele. — Você consegue. Pandeiruda! Provavelmente, a afronta fez com que ela trans­pusesse o obstáculo. E Gabriel ria da situação, com o rosto colado ao do pai. — Cuidado! — alertou ele, quando ela tentou pisar no chão. Maite ainda não se equilibrara e perdeu o pé, caindo de costas na água. Com esforço, reergueu-se e afastou os cabelos do rosto.

MPerroni —Bem! — exclamou, sem fôlego. — Vamos ficar aqui a noite toda? — Agarrando a saia do vestido, foi para a margem, amparada por William, em vista da correnteza forte, embora não muito profunda.

WLevy—Lembre-me deste episódio da próxima vez que mencionar a palavra atalho — provocou ele, quando chegaram à margem. — Tome, fique com Gabriel. — Passou-lhe o bebê.

MPerroni—Não vá para lá! — gritou Maite, ao vê-lo voltar para a água.

WLevy—Sua preocupação com meu bem- estar é tocante. — Ele ergueu o olho, irônico. — Não se preocupe, voltarei a tempo de estrangulá-la com minhas próprias mãos.

Naturalmente, ela o ignorou. Tensa, tentou apagar a imagem sensual que se formara, bem como distrair Gabriel, inquieto, que queria seguir o pai.