Fanfic: A Better Path | Tema: vondy, hot, rbd

Minha extravasada (como eu prefiro chamar meus surtos) foi na sexta-feira, hoje já é domingo, e eu ainda não me respondi uma pergunta. Eu detesto perguntas sem respostas, ela é bem simples, por que ele não me odeia?

Agora estou em um dos momentos mais detestáveis da minha vida, tentando por um vestido feioso pra minha mãe poder me levar a um lugar que eu não quero ir.

É mais um desses jantares tediosos, cheio de homens de bigode e muita grana que falam um bando de coisas sobre números e aumentos e de mulheres que mal respiram em seus vestidos sete vezes menores do que deviam, daquelas mulheres que é tanta maquiagem que se ela espirrar o espirro sai cor de rosa.

– mãe? – entrei no quarto da minha mãe, sem vêla – mãe?

– estou aqui! – ouvi um grito vindo do banheiro do quarto

Minha mãe foi ao meu encontro

– o que quer?

– eu não consigo respirar nesse troço – reclamei

– como não, é seu tamanho.

– não mãe, é o tamanho da Belinda.

– não da no mesmo?

– daria, se eu fosse a Belinda – reclamei – vamos logo, quando mais cedo chegarmos, mais cedo podemos dar uma desculpa para ir embora.

Horas depois...

Ucker narrando

Havia terminado de acabar meu expediente, sai em direção de um café 24h, minha moto estava quebrada eu estava sem grana, ou seja, fui a pé

Eu estava andando por um beco escuro, um atalho para o meu destino, eu ia chutando uma latinha de refri, com as mãos nos bolsos e cabeça baixa, caminhando pelo frio horrível, só queria uma café bem quente.

Vi uma pessoa sentada na calçada, fui me aproximando, era uma garota, ela usava um vestido longo meio rasgado, seu rosto e cabelo estavam vermelhos e ela fumava e rosnava para o nada

– lote de filhos da puta. – rugiu – vão se ferrar seus porras! – gritou

Continuei a observá-la, ela chorava, cheguei mais perto e sentei na calçada do outro lado

– o que? – me olhou e riu amargurada – acha que eu sou louca? – suspirou – é, talvez eu seja louca mesmo – fumou

Reconheci a voz

– Dulce? – perguntei

– misera! – zangou – agora me aparece um parente idiota pra me ferrar, que cacete mesmo.

– não sou seu parente, sou eu Christopher.

– o que? O ajudante certinho?

– confirmado, mais uma vez, você tem problemas, olha só pra você...

– e nem vem, o psicólogo me diz as mesmas porras, se eu quisesse ouvir iria lá com freqüência. – reclamou

Suspirei, e fiquei lá sentado por mais uns minutos, a observando, lagrimas saiam dos olhos verde-escuros e fios de cabelo desfaziam-se do seu coque agora bagunçado, ela olhava sempre para um lado e para o outro como se procurasse alguém.

– buscando alguém?

Ela assentiu sorrindo fracamente – meu irmão, ele sempre vem. – falou mais nem ela acreditava nas suas palavras.

Suspirei e olhei os dois lados, mordi o lábio inferior decidindo se eu devia mesmo fazer aquilo

– quer ajuda? – perguntei o mais simpático possível para não receber uma patada.

Ela pensou, pensou, e pensou

Depois levantou, enxugou as lagrimas com as costas das mãos

– se não conseguir me ajudar, eu vou procurar a ajuda da gilete. – averiguou.

Levantei junto a ela e fomos seguindo

Ela estava manca e parecia dolorida

– você ta legal? – me inquietei

Ela levantou a barra do vestido expondo o salto do sapato quebrado e o pé inchado.

– hum, você tem problemas – repeti e ela sorriu de canto com os olhos verdes e vermelhos de tanto choro brilhando – se segure

Falei a pegando no colo

– eu sou pesada! – protestou

– é sim, esta gordinha, devia perder uns quilinhos – zooei e recebi um tapa no meu ombro – to brincando, você é leve como uma pena, pode até se pendurar numa teia de aranha. Satisfeita?

– um, ainda não, fale que sou linda também, ai podemos conversar

Rimos

– ok, você é maior delicia, te pegaria sem duvidas, agora fica quieta que sua cabeça ta tapando minha visão.

Ela chegou a cabeça pra lá e nós saímos pelas ruas, um garoto carregando uma moça vestida de gala no colo enquanto ela dormia, quem nunca?