(" Ás vezes o coração escolhe um caminho errado, e se afasta de todos os motivos e de todas as razões. É justamente aí que o caminho se bifurca, onde nasceo mais intenso e devorador de todos os amores, o amor impossível.")

Angelica acorda sobre o peitoral de Jaime. Ela sorri ao ver o rosto moreno que parecia estar muito tranquilo. Ela levantou sorrateiramente para não acordá-lo e foi preparar o café, estava com muita fome.

Ela desce á escada e escuta o celular de Jaime tocar na sala, ela o ignora e caminha até a cozinha, mas a pessoa que estava ligando para ele, era muito persistente. Então ela volta á sala e pega o aparelho nas mãos, Ela revira os olhos e se sente enjoada ao ver o nome de Heidi no visor do celular. Ela desliza seus dedo no aparelho e o leva até seu ouvido.

-Jaime meu amor! Ou você vem me ver agora, ou vou acabar com a sua vida e dessa ríducula que está com você!

Isso já foi o suficiente para Angelica que desliga na cara da Heidi. Devido as emoções fortes misturadas com raiva, Angelica sente tonturas, procura se apoiar no sofá que estava em sua frente. Fica segurando no mesmo por alguns segundos até que passou. Ela volta á cozinha e vai preparar o café.

Jaime acordou e não vendo Angelica se levanta rapidamente, mas não pode deixar de sorrir ao ver a bagunça que eles fizeram com os lençóis. Aquilo selava ainda mais o amor dos dois. Assim que ele chegou na cozinha teve o nariz tomado pelo cheiro ótimo que o café da Angelica exalava.

-Não sabia  que você fazia um café tão cheiroso!- Ele sorri e vai até ela para beijá-la, mas ela viro o rosto.- Meu amor o que aconteceu? Por que está assim? A noite não foi boa?

-Foi sim Jaime! Mas acabou.- Ela olha nos olhos dele, enquanto lembra da ameça de Heidi.

-Você não vai querer terminar vai? Angelica diz que não por favor!- Ele diz com a boca trêmula, tentando segurar o choro preso em sua garganta.

-Jaime eu preciso de um tempo!- Ela dá de ombros.

-Não! Você está exagerando.

-Eu? Não aguento essa perseguição, esse ciúmes doentio e louco. Eu preciso colocar a minha cabeça e minha vida no lugar! Não estou dando conta de nada.- Ela respira profundamente abaixando a cabeça.

-Olha para mim! Eu errei, sei disso! Mas eu vou me cuidar, vou buscar ajuda!- Os olhos dele começam a umidecer.

-Faça isso mesmo, vai ser ótimo! Mas pra mim não da mais!- Ela começa a chorar.

-Que droga!- Ele da um soco na mesa.- Eu não consigo entender... Por que você precisa terminar comigo pra colocar sua cabeça no lugar?

-Nosso relacionamento Jaime, é uma montanha russa sem controle, e eu preciso de um pouco de paz... Pensar no futuro!

-Entendi perfeitamente!- Ele á aplaude.- Agora você vai procurar um brinquedinho seguro, isso?

-Ai que está o problema Jaime! Está na hora de parar de brincar.

Jaime chorando intensamente, dá a volta na mesa, e chegando do outro lado onde Angelica estava, ele cheio de lágrimas nos olhos coloca sua testa sobre a da Angelica que chora muito também, ele á suplicava.

-Angie, por favor! Não faça isso com a gente. Não me tire da sua vida e nem do seu coração, eu te imploro!

-Para com isso Jaime, por favor!- Ela tira a testa da dele, e vira de costas.

-Olha pra mim!- Ele estava abalado, a tristeza o consumia.

-Eu preciso desse tempo Jaime!- Ela se vira para olhar para ele.- Vai ser melhor para nós dois! Eu não posso amar e cuidar de você, sem antes me amar.... Preciso saber o que realmente quero pra minha vida! Não posso me entregar á você, sem antes saber o que quero e quem eu sou de verdade!

-Você está tendo crise de identidade? Achei que você se conhecesse muito bem.

-Me conheço sim... Mas você me faz perder o controle completamente. Eu vou sair!- Ela anda até a sala e se aproxima da porta.

-Vai, vai logo! Pode ir, mas você vai se arrepender! -Ele grita e diz chorando muito, corre até a porta e abre para que ela saia.

Quando Angelica avança para passar pela porta, Jaime entra na frente dela e cai de joelhos, implorando para que ela ficasse. Ela deu alguns passos para trás e virou de costas para ele.

-Para Jaime Pare com isso!- Ela quase que não conseguia falar por conta do choro.

-Por favor, eu te amo!- Ele á beija.

Ela corresponde ao beijo descontrolado dele, mas depois de alguns segundos, ela sai correndo passando pela porta. Jaime chorava profundamente, um choro que saia do mais profundo de sua alma. Ele cai de joelhos novamente e leva as mãos até a cabeça. Ele não aceitava o fim, não dessa maneira. Jaime lembra de sua amiga Adriana, então pega o celular e procura com dificuldade em seus contatos o número dela, suas mãos tremiam muito.

-Oi cabeção! Lembrou de mim?- Ela gargalha no telefone.

-Dri me ajude! por favor!- Ele quase que não consegue falar.

-Calma, o que está acontecendo?- Ela começa a ficar preocupada.

-Onde você está?

-No meu consultório! Quer vir aqui?

-Sim, me passe o endereço.

Adriana passa o enderço para ele, que sai rapidamente da casa de Mirian. Ele andava pertubado pelas ruas de Ipanema, tentava buscar o ar em meio aos soluços do choro. Não demora muito e ele chega na clínica de Psicanalise Adriana Alda Albuquerque. Era uma clínica bem ampla e moderna. Ele toca o interfone e a recepcionista Jelly vem atende-lo.

-Bom dia senhor! Entre por favor.

Jaime passa por Kelly e no estado que se encontrva não tinha condições de comprimentar ninguém. Eles caminham até chegar na recpção.

-O senhor deseja beber alguma coisas?

-A única coisa que eu desejo agora é falar com a Adriana.- Ele é grosso com Kelly.

-Tudo bem, vou avisá-la! A quem devo anunciar?

-Apenas diga que eu cheguei, ela sabe quem é!- novamente ele é grosseiro.

Kelly não era idiota, sabia muito bem que o homem pertubado e descontrolado em sua frente, era Jaime Camil. Ela liga no ramal de Adriana e avisa que seu amigo chegou. Adriana sai de sua sala e para na porta, vestida com seu jaleco branco que destacava seus cabelos longos e ruivos junto aos seus olhos verdes, como sempre sorridente, ela para de sorri ao ver o estado de Jaime.

-Oi amigo, venha aqui!- Ela se assusta com o estado dele.

Angelica aos prantos andava pelo calçadão de Ipanema. Ela sofria muito, não queria ter terminado com o homem da sua vida. Mas foi preciso, para poder acabar com o sofrimento que estava por vir. As loucuras de Jaime abalava as estruturas dela, deixando a perdida. Andando em passos largos e sem rumo, um carro conversivel da marca BMW branco para ao seu lado e buzina, mas ela nem olha.

-Oi meu anjo!- Miguel grita de dentro do carro.

-Miguel não quero falar com ninguém! Me deixe por favor.

Ela aumenta a velocidade dos passos, enquanto Miguel desce do carro muito preocupado com ela, e corre ate alcançá-la, pega forte no braço de Angelica que chorava muito e á vira de frente para seu corpo.

-O que está acontecendo minha pequena?

-Acabou Miguel, acabou!- O choro era alto e com soluços.

-Vamos para a casa, benha!- Ele paga na mão dela e á puxa.

Angelica não estava em condições para tomar qualquer tipo de atitude, então decide ir com Miguel. Ele abre a porta do carro para que ela entre. Dentro do carro Miguel á abraça forte, tentando acalmá-la, ela estava em total desespero, todo seu corpo tremia e não sentia mais seus movimentos. Miguel abraçado á ela começa a ficar preocupado, deixando que ela chorasse tudo que quisesse. Dava para perceber que ele não sabia o que fazer, Angelica estava pálida, suando frio. Então Miguel a solta e liga o carro, seguindo para cada de Mirian sua mãe, onde Angelica estava hospedada.

Chegando na casa, Angelica desce do carro aos prantos, o choro dela era profundo igual ao de Jaime. Miguel entra com ela, e vai até a cozinha, e volta com um copo de água, no fundo tinha algo branco, parecia ser açúcar, ela bebe tudo e devolve á ele. Angelica sentada no sofá, só tempo de abaixar a cabeça e vomitar toda a água que bebeu sobre o tapete persa de Mirian. Miguel não entende e a leva para o quarto.

-Miguel estou melhor! Só vou tomar um banho!- Ela diz sentindo-se cansada.

-Tudo bem meu anjo, vai lá! Eu te espero.-Ele sorri terno para ela.

Angelica pega um troca de roupa dentro da sua mala e entra no banheiro para tomar seu banho. Miguel á esperava no quarto, ele observava com a atenção a bagunça com que o local estava. A primeira coisa que vem á sua mente é de que Angelica e Jaime fizeram amor ali na noite passada. Isso o deixa com ciúmes e um pouco nervoso, mas ele se controla para que Angelica não perceba.

Angelica sai do banho, e ainda chorava um choro sentido e em silêncio que ás lágrimas desciam intensamente pelo seu rosto.

-Agora você pode me dizer o que aconteceu?

-Não sei se consigo Miguel! Ela leva as mão até o rosto e enxuga as lágrimas.

-Calma meu anjo, eu to aqui! E vou te ajudar, não sei o que aconteceu, mas vou te ajudar, até o fim!- Ele olha para ela com firmeza e passando segurança.

Angelica termina de enchugar as lágrimas e respira várias vezes tentando conter o choro incessante.

-Como esse mundo é ironico Miguel! Tudo que eu queria á alguns meses atrás, era que Jaime me pedisse em casamento!- Ela sorri de canto.

-Mas ele te pediu?- Ele pergunta preocupado.

-Sim, mas não hoje! Mas...- Ela não consegue e começa a chorar ao lembrar de Jaime.

-Então quer dizer que o amor que tu me tinhas era pouco e se acabou?!- Ele sorri ao fazer a piada.

-Não! É muito ainda e mal cabe dentro do meu peito!

-Sabe o melhor de tuda essa histórias? É que daqui alguns tempo, todo esse amor que você sente pelo Jaime vai passar! Paralavra de quem já foi até o vale da sombra e sobreviveu.- Ele sorri ao falar e levanta a mão.

-Eu acho que nunca vou superar! É como se uma força maligna e perversativesse puxado meu tapete. É como se estivesse rindo da minha desgraça! -As lágrimas intensas escorrem pelas bochechas dela.

-É fácil trocar palavras, dificil é interpretar o silêncio!- Ele vai se aproximando dela. -É fácil caminhar lado a lado, dificil é se encontrar!- Ele leva as mãos no rosto dela e segura.- É facil beijar o rosto, dificil é tocar no coração!- Ele beija a bochecha dela e olha fixamente nos olhos.- Vou sempre estar com você, sempre ao seu lado, independente se você queira um dia ficar comigo, ou que escolha ser minha amiga, sempre você entendeu minha pequena?

Eles se abraçam e Angelica molha toda a camisa azul que ele usava com suas lágrimas que desciam mais que intensamente pelo seu rosto.