Fanfic: La Vida Despues de Ti | Tema: La fea mas bella

“Para cumprirmos nosso destino, não é suficiente simplesmente guardarmo-nos prudentemente contra os acidentes do percurso. Devemos também cobrir, aténs do cair da noite, a distância designada para cada um de nós”.

Jaime deu um salto na cama assustado com o barulho que o corpo de Miguel fez ao cair com força no chão. Ele com o coração disparado sentou-se na cama e colando os pés descalços no chão gelado, sentiu um arrepio estranho por todo seu corpo. Olhou para o lado e Angelica dormia tranquilamente de bruço. Já passavam-se das 8 da manhã, a luminosidade dos raios solares entravam pelas frestas da janela junto a cortina, clareando o quarto.

-Amor acorda!- Ele disse ofegante passando as mãos nas costas dela.

Ela resmungou alguma coisa e ele ao virar o rosto em direção da porta viu alguém caído no chão. Ele não sabia quem era, mas mesmo assim foi conferir de perto. Ao chegar perto de Miguel ele gritou Angelica que pulou na cama assustada com o grito dele.

-Mas que droga esse cara está fazendo aqui?- Ele falou em tom alto levando as mãos na cabeça.

-Jaime o que está acontecendo?- Ela forçando os olhos para abri-los, não sabia do que ele estava falando.

Jaime ajoelhou ao lado do corpo de Miguel, e segurando no pulso dele, ele pressionava a veia que é ligada ao coração, chegando os sinais vitais de Miguel. Os batimentos dele estavam muito fracos, então ele abaixou o tronco e levou o ouvido até o nariz dele checando a respiração. Ao perceber que o mesmo não estava respirando ele se desesperou.

-Liga logo para emergência, ele esta morrendo!- Ele muito nervoso falava alto.

-Meu Deus..Não Miguel não!- Angelica se levantou e correndo foi até Miguel, se jogando em cima do corpo dele.

-Vai amor não temos muito tempo, ele está morrendo, ou está morto. Já nem sei mais nada... -Ele nervoso se perdia com as palavras.

Angelica desesperada sentia seu corpo tremer, pegou o celular e devido estar tremendo não conseguia segurar o aparelho e muito menos discar. Ela respirou várias vezes puxando o ar pelo nariz e o soltando pela boca. Seu coração pulsava tão rápido, como se fosse explodir. Para ela no momento era difícil conter as lágrimas de desespero.

-Qual é o numero? Eu não sei!- A voz dela saia falha por conta do choque.

-Ai meu Deus nem eu lembro, mas me passe aqui o celular vou tentar.- Jaime aproximou-se dela e pegou o aparelho

Ele perturbado pegou o celular com uma mão e com a outra passou sobre os ombros de Angelica abraçando-a. Ela estava vivendo uma intensa reação de estresse. Ele apesar de estar abalado com a situação, á apertava em seus braços lhe passando segurança. Soltando-se dela aos poucos ele caminhou até o criado mudo ao lado da cama, onde tinha uma agenda, nela ele encontrou o numero do samu e discou.

-Preciso urgente de uma ambulância, tem um rapaz desmaiando aqui na minha casa!- Ele gaguejava procurando as palavras que sumiam de sua mente.

Ele passou todas as informações necessárias para a atendente da emergia. Desligando o celular ele abaixou-se mais uma vez para conferir os sinais vitais de Miguel que continuavam na mesma. Angelica já tinha ido ao banheiro fazer sua higiene matinal. Jaime á procurou no banheiro e não a encontrou então ele foi ao closet e lá ela estava vestindo um shorts jeans branco, com uma regata básica verde e calçando uma sapatilha preta nos pés.

-Amor eles já estão á caminho vou me trocar também!-Sua voz saia embargada pelo choro de preocupação que ele estava segurando. - Vem aqui meu anjo!- Ele esticou os braços para abraçar Angelica.

Ela já não chorava desesperadamente, seu choro agora era em cores, não soluçava, nem fazia barulho. Só deixava as lágrimas que vinham de sua alma correrem pelo seu rosto.

Jaime escutou alguém bater na porta, e terminando de abotoar sua camisa ele correu pelo corredor, descendo a escada até chegar à porta.

-Com licença onde está o paciente!- O paramédico perguntava passando pelo corpo de Jaime.

Jaime apontou para o andar superior da casa. O paramédico e o enfermeiro subiram a escada com uma maca e todos os seus instrumentos de trabalho. Chegando no quarto, eles pediram que Angelica se afastasse para que eles pudessem realizar os procedimentos. O paramédico com muita agilidade abaixou-se para prosseguir com os procedimentos, ele conversava com o colega de trabalho que anotava tudo em um papel  sobre uma prancheta.

-Vias áreas permeáveis, sem pulso palpável, preciso do dêsfribilador .- o paramédico dizia rapidamente.

Angelica ao o ouvir ele falando abraçou Jaime com toda sua força, ela estava com medo. O paramédico tirou a camisa de Miguel e fazia massagem cardíaca nele, enquanto o enfermeiro preparava o equipamento.

-200 jaules, por favor, se afastem! Ele dizia com o equipamento nas mãos, pronto para pressionar no tórax de Miguel. Choque! -O ventila para mim, por favor.

-Vamos incubar e levar para o hospital. Injeta uma dose alta de adrenalina, a pressão está caindo muito e pode chocar-se.- O paramédico pedia ao seu assistente.

-O que está acontecendo?- Jaime olhou para auxiliá-lo e perguntou franzindo o cenho

-A principio parecia ser infarto, a pressão arterial dele subiu ao extremo o fazendo ele ter uma arritmia cardíaca grave, não chegou a parar totalmente, mas controlamos com a dose da medicação mais o choque no coração como vocês puderam ver, ele está sedado e vamos ao hospital.- O auxiliar dizia tranqüilo para Jaime.

O procedimento durou aproximadamente 5 minutos. Colocaram Miguel em cima da maca e caminharam segurando ele pelo corredor. Ao chegar no primeiro degrau da escada, Jaime se ofereceu para ajudar, e assim ele fez. Saindo do ultimo degrau da escada rapidamente foram para a porta principal da casa.Passando por ela estavam no jardim em frente a ambulância.

-Quem vai com ele?- O paramédico perguntou olhando para Jaime e Angelica.

-Eu vou! Vai com o carro atrás amor!- Ela olhou terna pra ele com lágrimas nos olhos.

-Mas você está grávida, e se passar mal?- Ele estava preocupado com o estado dela.

-Estarei junto aos médicos amor, e você logo estará comigo!- Ela sorriu e acariciou o rosto dele.

Colocaram Miguel dentro da ambulância e Angelica sentou-se ao seu lado, segurando em sua mão. Jaime dentro do carro deu um soco no volante.

-Que merda! Esse cara sempre estraga tudo. –Ele bufa – Mas meu Deus espero que não aconteça o pior.

Com as mãos no volante ele levou sua cabeça até ela e apoiou ali por alguns segundos. Ouviu a sirene da ambulância e ligou o carro seguindo atrás dele. Ao chegarem ao hospital alguns médicos estavam na porta conversando. O motorista abre a porta ajudando Angelica á descer. Puxam a maca e retiram Miguel da mesma. Doutor Marcos Barreto Ahlam reconheceu Miguel e se aproximou.

-O que está acontecendo com ele?- Doutor Ahlam perguntava já pegando a prancheta das mãos do assistente.

-A principio pareceu ser um infarto!- O paramédico dizia arrumando o soro no braço de Miguel.

-Não... Ele é paciente meu, vamos rápido, direto para o centro cirúrgico.- Doutor Ahlam dizia puxando a maca.

-O que? Como assim?- Angelica questionava o médico, andando e segurando na maca.

-Agora não posso dizer nada, estamos correndo contra o tempo!- Doutor Ahlam falava em passos largos sem olhar para ela.

-Bom aqui a senhorita não pode entrar, por favor, espere na recepção!-O enfermeiro barrou a entrada dela na sala.

A vontade de Angelica naquele momento era de gritar, ela sentia-se perdida, com medo. Parada em frente uma porta na cor marrom escura com uns letreiros grande escrito “Área restrita” ela chorava intensamente. Jaime logo se aproxima dela e ao ver o estado de Angelica seu coração se partia em pedaços. Ele á abraça por detrás envolvendo suas mãos na cintura dela e á aperta.

-Estou aqui com você, jamais te abandonaria!- Ele dizia firme passando segurança á ela.

-Amor o que será que ele tem? O médico disse que é grave. Ai meu Deus!- Ela virou-se de frente para ele e se aconchegou em seus braços, apoiando sua cabeça no tórax de seu amado.

-Só Deus sabe meu anjo! Só Deus sabe!- Ele deixou essa frase solta no ar, e depositou um beijo em sua testa. - Vamos lá fora tomar um ar?

Sem que Angelica respondesse, Jaime segurou nas mãos dela e á puxou ate chegarem à parte principal do hospital. Ele nunca gostou desse ambiente triste e frio. Abraçado com ela, ele apertava com as pontas dos dedos os ombros dela.

-Olha pra mim minha mulher!- Ele sorriu de canto.

-Sim sou sua mulher! Mas quero saber noticias, por favor, vamos lá?-Ela o olhava com piedade.

-Só voltarei lá se me prometer se controlar olhe como está tremula e suando frio. Ei mocinha você tem dois bebes ai.-Ele todo carinhoso acariciou a barriga dela.

-Eu prometo! Vamos?- Ela segurando nas mãos dele deu o primeiro passo.

Abraçados caminharam novamente para dentro do hospital. Angelica tentava alongar os passos, mas ele por ser mais forte e segurando em sua cintura a controlava, fazendo-a andar devagar. Parados na recepção, ela batia com o pé direito no chão olhava para todos os lados procurando algum medico que pudesse lhe dar alguma informação.

-Amor vou procurar alguma coisa para você beber, se continuar assim logo eu estarei lá dentro. Você está me deixando ansioso. - Ele dizia fazendo caretas, mas na verdade estava preocupado.

-Vai minha vida, prometo não sair daqui!- Ela disse depositando um breve beijo nos lábios dele.

Jaime se afastou olhando para ela, indo para uma ala ao lado de onde eles estavam, ela o olhava fixamente até que ele desapareceu de sua visão. Doutor Ahlam passou pela porta da área restrita, e fazendo movimentos circulares com o pescoço ele se aproximou de Angelica.

-Por favor me diz como ele está?- Angelica demonstrava em seu semblante a preocupação.

-Senhorita não posso lhe dizer absolutamente nada! Preciso que comunique a família dele.

-O que ele tem? Meu Deus fala, por favor! Ele não tem família, a mãe está fora dos pais. - Ela nervosa falava rapidamente.

-Verdade havia me esquecido!- Ele balançou a cabeça fazendo sinal de negativo. - O que você é dele?

-Me desculpe! Angelica Vale, muito prazer!- Ela estendeu a mão para cumprimentá-lo. - Na verdade nos conhecemos á pouco tempo. Acho que sou a pessoa com quem ele mais tem contato no momento!

-Prazer Marcos Ahlam  sou oncologista do Miguel há 6 anos!- Ele aperta as mãos dela.

Angelica começou a sentir-se zonza e aos poucos foi ficando pálida. O doutor a segurou pelo braço e a levou para sentá-la em algumas poltronas espalahadas pela recepção do hospital. Angelica respirava profundamente várias vezes e piscando forte ela questinou o doutor.

-Como assim oncologista?

-Sim.. Miguel tem um tumor maligno no tronco cerebral há 6 anos. Ele é um paciente muito cuidadoso, já passou por varias cirurgias. Fez muitos tratamentos de quimioterapia e radioterapia. Hoje somente com os medicamentos ele se encontra bem, não entendi o porquê da sincope que ele teve, sabe me dizer se ele passou por alguma emoção forte?

Angelica sentia como se o médico enfiasse a mão em seu peito e fazendo força apertasse seu coração. Ela não o responde, apenas o olha fixamente, enquanto suas lagrimas silenciosas descem pelo seu rosto.