Fanfic: La Vida Despues de Ti | Tema: La fea mas bella

 “Não escolhemos a forma do nosso destino, mas podemos dar-lhe conteúdo. O que procura aventura encontrá-la-á-á medida da sua coragem. O que procura o sacrifício, será sacrificado na medida da pureza”.

-Isso mesmo que você ouviu amor! Eu vou passar a noite com o Miguel no hospital!- Ela parou de pentear os cabelos e olhou fixamente para ele.

-Mas não vai mesmo!- Ele nu se aproximou dela e parando em sua frente ele cruzou os braços a encarando.

-Por favor, se vista, assim não poderemos conversar!- Ela sorriu descontraída ao vê-lo nu.

-Você tem noção do que vai fazer? Vai passar por cima de mim?- Ele começava a contrair a mandíbula ficando nervoso.

-Amor não seja assim! É só uma noite, ele precisa de mim.

-O cassete que ele precisa de você!- Ele segurou firme nos braços dela. - Você vai ficar aqui comigo!

-Me solta Jaime está me machucando! Eu disse que iria e vou... - Ela assustada olhava de canto para ele.

-Quer ir? Vai. -Ele soltou do braço dela bruscamente. Vai e me esquece!

Jaime pegou suas roupas jogadas no chão e as vestiu rapidamente. Passou as mãos no cabelo jogando os para trás e bufando de raiva calçou o tênis. Angélica parada em frente à cama observava os movimentos rápidos que ele fazia. Ele caminhou até a porta e ao colocar a mão na maçaneta virou-se e a encarou.

-Isso mesmo que quer Angélica?- Ele olhava com raiva.

-Sim Jaime é o que quero e vou fazer! Você é um infantil, trouxa... Imagine querer brigar por uma pessoa que está no hospital!- Ela bufa dando de ombros e caminha para o closet.

-Não sou insensível ta? Mas é que sou inteligente o suficiente para saber onde tudo isso vai parar!-Ele disse em tom alto segurando na maçaneta da porta.

-Verdade esqueci que você vidente!-Ela disse debochando da cara dele.

-Bom eu não sou obrigado a concordar com suas atitudes! Só espero que não se arrependa depois.

Jaime abriu a porta e ao passar pela mesma bateu com força. Angelica incrédula com o que ele acabara de dizer saiu do quarto gritando.

-Vai mesmo seu louco, você não tem coração e sim uma pedra no peito!- Ela falando alto foi ate a porta. - Meu Deus me ajude, eu amo esse louco neurótico. -As lágrimas apareciam nos olhos dela.

Jaime com o espírito demasiado inquieto caminhou pelo corredor bufando de raiva. Ele desceu a escada e ao chegar à sala, pegou a chave do carro que estava em cima da mesa perto da porta. Angelica Maria ao ouvir que alguém pisava firme no chão da sala, foi até a mesma para saber o que estava acontecendo.

-Jaime meu filho venha almoçar!- Ela sorrindo falava doce com ele.

Ele parou na porta, suspirou e abriu dando as costas para Angelica Maria.

-Meus Deus já brigaram? Não sei quando vai acabar esse inferno!- Ela irritadíssima com os desentendimentos dos dois. Caminhou até o primeiro degrau da escada e gritou. - Angie venha almoçar!

-Já vou mãe!- Ela nervosa gritou de volta.

-Pra que gritar assim? Não sou surda!- Ela deu de ombros e voltou para cozinha.

Jaime já entrando no carro pegou o celular e ligou para Adriana. Ele precisa falar com alguém, precisava desabafar, estava sentindo-se sozinho e perdido.

-Dri você está bem?- Ele disse meio ansioso.

-Oi Cabeção lembrou-se de mim? Já percebi que está com problemas, que voz é essa?

-Sim você tem um tempo para mim?

-Agora não posso, tenho mais três pacientes, pode ser à noite?

-Fazer o que né? Você me liga quando estiver livre?

-Claro! Não sei o que está acontecendo, mas não faça besteiras viu mocinho!

-Mais do que as que eu já fiz na minha vida toda? Impossível. Beijos Até.

A Iris dos olhos dele estavam vermelhas, um vermelho similar ao sangue.

Jaime extremamente preocupado e nervoso entrou no carro e ao sentar passou o sinto de segurança. A ires de seus olhos estava vermelha, um vermelho similar ao sangue. Ele deu três socos no volante do carro tentando extravasar a raiva que sentia. Bufando algumas vezes ele ficava pensativo e serio. Não entrava em sua cabeça o fato de Miguel mexer tanto com Angelica. Querendo fugir de seus pensamentos, ele deu partida no carro e em alta velocidade saiu arrancando com tudo o carro e só parou no primeiro bar que encontrou. Ele estacionou o carro e desceu, entrou em um bar próximo a casa de sua mãe. O lugar era aconchegante e pequeno. Sem dar muita atenção para o ambiente e pessoas que ali estavam ele entrou com pressa e sentou-se em uma banqueta de alumínio na cor preta em frente à bancada extensa de mármore preta que havia ali. Olhou com atenção para todas as garrafas de bebida que estavam em sua frente, sabia que não era o certo a se fazer, mas ele queria esquecer a discussão que teve com Angelica. Ele fez sinal com a mão e pediu para o garçom uma dose de whisky duplo sem gelo, e bebeu tudo em um único gole.

Angelica desceu a escada e caminhou até a cozinha onde sua mãe já havia posta a mesa para elas almoçarem. Ela sentou-se e olhando para o prato com a expressão irritada ela brincava com os talheres.

-Filha por que vocês brigam tanto? –Angelica Maria perguntava enquanto servia um pouco do arroz no prato dela.

-Pergunta para aquele insensível! Eu estou de saco cheio do Jaime mãe, ele quer controlar todos e tudo!- Ela bufava e revirava os olhos.

-Mas o que aconteceu dessa vez para deixar os dois nesse estado? Ele saiu daqui sem ao menos olhar para mim!

-O Miguel está internado e o médico disse que ele precisaria passar a noite lá! Eu me ofereci para ficar com ele, poxa ele está sozinho aqui!- Ela respira. - Mãe ele esta com a maldita doença, e o médico me disse que não sabe quanto tempo de vida tem!

-Meu Deus, coitado! Você esta certa minha filha, mas está em condições de passar a noite lá?

-Não muitas mãe, mas não me custa ajudar um amigo! Sabe muito bem que jamais deixaria alguém sozinho nessas circunstancias. Ai mãe estou tão cansada! Quando penso que eu e Jaime vamos se acertar ser felizes ele apronta isso.

-Calma meu amor, lembre-se de seus filhos! E amanhã depois da reunião vamos a sua primeira consulta do pré- natal! Estou ansiosa para escutar os coraçõezinhos dos meus netos ou netas.-Ela gargalha de felicidade.

-Eu também mãe! Bom agora vou ligar para o seu Zé me levar ao hospital! Volto amanhã só para trocar de roupas, você me espera para irmos juntas a reunião?- Ela dizia se levantando da mesa.

-Espero sim minha vida, mas você nem tocou na comida direito.

-Eu como alguma coisa depois mãe, não se preocupe!-Ela disse se afastando indo para a sala. - Mãe preciso da sua ajuda para escolher uma imóvel, quero comprar uma casa para nós aqui no Brasil.-Ela disse gritando da sala.

-Que maravilha filha! Vou adorar, estou amando esse país!

Angelica pegou a bolsa que estava em cima do sofá e abrindo-a pegou o celular. Procurou o numero do senhor Zé do taxi em sua lista de contatos e ligou para ele.

-Olá seu Zé, sou eu Angelica!- Ela fez a voz da Lety.

-Senhorita Vale o que devo a honra da sua ligação?

-Preciso que o senhor me leve em alguns lugares, está ocupado?

-Para senhorita? Jamais... Em alguns minutos estarei ai.

Angelica encerrou a ligação e sentou-se no sofá. Encostou a cabeça e fechando os olhos ela pensava em tudo o que Jaime havia lhe falado. Seu coração disparava toda vez que se lembrava dele. Com as pernas esticadas e em uma posição confortável ela sentiu os bebes se mecherem dentro da sua barriga pela primeira vez e gritou de emoção.

-Mãe...Corre!

-O que foi? Qualquer dia você me mata do coração!- Angelica Maria assustada chegou na sala com a mão na altura do peito.

-Eles estão se mexendo! –Ela disse com lagrimas nos olhos e passando a mão na barriga.

-Serio? Quero sentir!-Angelica Maria sentou-se ao lado da filha e acariciando a barriga dela, ela conversava com os bebes.

Em estado pleno de emoção elas escutam a buzina do carro do senhor Zé. Angelica se levanta e abraça a mãe se despedindo.

-Me liga depois minha vida, estarei aqui!

-Sim mãe e não precisa se preocupar, por que estarei dentro de um hospital. -Gargalhando ela abriu a porta e saiu pela mesma.

Caminhou sorrindo até o carro do senhor Zé que já se encontrava com sorriso nos lábios ao vê-la. Ela o cumprimentou e ele abriu a porta do mesmo para que ela entrasse. Dentro do carro ela entregou o pedaço de papel que Miguel havia escrito o endereço nas mãos do senhor Zé. Ele deu partida no carro e seguiram para o apartamento de Miguel. No caminho ela contava tudo o que estava acontecendo em sua vida para ele, e ele para ela. Chegando a frente do apartamento ela pediu que o senhor Zé a esperasse, pois o que tinha para fazer ali seria rápido, e então ele concordou e ficou encostado no carro ao lado de fora.

Angelica olhou para cima e sentindo-se um pouco zonza elevava os olhos para o prédio alto em sua frente. Subiu as escadas e chegando à portaria anunciou que precisava ir ao apartamento de Miguel Salinas. Ele já havia ligado avisando ao porteiro que ela passaria por lá. O porteiro autorizou a entrada, ela e andando rapidamente parou somente em frente ao elevador. Olhou com atenção no papel conferindo o andar e o numero do apartamento. Entrou e apertou o botão chamando o elevador. A porta se abriu ele ela apertou o botão do décimo terceiro andar. O elevador subiu dando um tranco leve e ela sentiu um frio em sua espinha. Odiava a sensação de andar de elevador. Enquanto o mesmo subia ela se olhava no espelho em sua frente. Sorria e às vezes fazia algumas carretas. A porta se abriu e ela saiu andando pelo corredor extenso á procura do apartamento numero cinqüenta e sete. Parada em frente a porta de madeira na cor marrom escura, ela abriu a bolsa e no meio de tantas coisas que ela carregava na mesma e achou as chaves. A colocou na fechadura e abriu entrando, e em seguida fechando-a atrás de seu corpo. Ela passou rapidamente os olhos pela sala do apartamento que era moderno e espaçoso. Caminhou olhando cada detalhe que tinha junto a decoração. As paredes eram pintadas na cor areia com lustres imensos no teto. Os quadros de artes contemporâneas e modernas estavam espalhados por todas as paredes da sala. Ela caminhou á procura do quarto e passando o olho ao lado esquerdo do seu corpo, ela pode ver um sala de TV. Entrou na mesma e observando cada detalhe. Algo chamou sua atenção, então ela se aproximou de um móvel escuro ao lado de um sofá marrom de couro, onde tinha varias fotos de pessoas estranhas. Curiosa ela abaixou-se e olhando uma por uma sorria ao ver Miguel menino. Ela gargalhava ao vê-lo magrinho e sem dentes. Olhando ainda para todas as pessoas das fotos, ela reconheceu Juan irmão de seu pai. Miguel estava na foto sentado no colo dele e com mais algumas pessoas estranhas em sua volta. Ela sorrindo colocou a foto de volta em cima do móvel e pensativa caminhou pelo corredor que levava ao quarto de Miguel. Entrou no cômodo onde havia uma cama gigantesca e ao lado um painel com três tipos de guitarras diferentes penduradas, em baixo do painel havia uma bancada branca com alguns troféus e um notebook com alguns portas retratos ao lado. Na cabeceira da cama havia um papel de paredes preto de cifras musicais. Angelica sentia-se confortável e encantada com toda a decoração do quarto dele. Ela girou o corpo cento e oitenta graus e parou os olhos em na porta que levava ao closet. Chegando ao mesmo ela levou as mãos na boca e se surpreendeu por ver algo muito organizado, as roupas de Miguel estavam todas em seus devidos lugares e separadas por cores. Ela nunca tinha visto algo desse tipo só em revistas. Sorriu com o pensamento e abaixou-se pegando uma bolsa preta que estava ao lado de centenas de sapatos que Miguel tinha. Ela pegou uma calça jeans escura e uma camisa manga curta preta. Andou um pouco para frente e puxou uma gaveta branca onde todas as meias e cuecas estavam separadas por cores. Ela gargalhou as pegou colocando as dentro da bolsa. Correu mais uma vez os olhos por todo o ambiente e caminhou até a porta principal.Com um pouco pressa, saiu andando em passos largos do elevador e descendo as escadas do lado externo do prédio, seu Zé a repreendeu.

-Sabia que mulher grávida não pode correr senhorita Vale? Não nos primeiros meses!- Ele disse abrindo a porta do carro.

-Eu sei, mas estou com pressa! Vamos agora para o hospital.-Ela disse sentada já no carro.