Fanfic: La Vida Despues de Ti | Tema: La fea mas bella

-Amor calma, eu posso explicar?- Nervoso ele segurou no braço dela.

-Explicar o que Jaime? Já está na hora de colocarmos um fim nessa palhaçada toda!

-Não faz isso comigo, não faça isso com nós!

-Chega!- Ela grita. - E não me procure! Você não faz idéia do ódio que estou sentindo de você.

Angelica virou-se bruscamente e deixou Jaime falando sozinho, sem que ele pudesse se explicar. Ela já estava farta dessas situações em que Heidi aparecia e acabava com seus sonhos. Ela caminhou em passos largos pelo centro da churrascaria limpando as lágrimas incessantes que desciam pelo seu rosto. Aproximou-se da mesa onde sua mãe estava com Elizabete e parando sobre a mesma ela puxou com força o ar pelo nariz e o soltou pela boca, tentando esboçar um sorriso nos lábios.

-Mãe preciso sair, não estou me sentindo muito bem!- Com o olhar baixo, ela apertava o celular que segurava em sua mão.

-O que está sentindo minha vida? Eu vou com você!- Angelica Maria preocupada, dizia se levantando.

-Não! Não mãe, preciso ficar sozinha! N              os encontramos mais tarde em casa! Liza obrigada, mas não estou bem, depois combinamos tudo certinho! Até.

Angelica passou a mão sobre a mesa e pegou sua bolsa. Olhou com os olhos cheios de lágrimas para sua mãe e caminhou até chegar à porta da churrascaria. Desceu os degraus e ao chegar à calçada Jaime estava de braços cruzados esperando ela.

-Amor, vamos conversar!- Jaime sorriu, tentando quebrar a tensão.

-Não tenho nada para falar com você! Me da licença, não estou me sentindo bem. - Ela levou as mãos até a cabeça sentindo-se zonza.

-Talvez fosse o caso de procurarmos um médico, vamos?- Jaime encorajou.

-Com você? Jamais... -Ele a corta.

-Angelica eu sou o pai dos seus filhos, e não queria me excluir da sua vida, temos uma lição forte e para sempre. -Ele dá uma pausa, olhando para os lados. Eu entendo como está se sentindo, mas eu fui vitima... -Ela o corta.

-Adeus Jaime.

Angelica deu as costas novamente para ele e correndo ela foi pelas calçadas de Ipanema. Ela não queria ouvir o que ele iria dizer. Ela sabia que em cinco minutos de conversa ele á dobraria dizendo que a culpa sempre é da Heidi e ela estava cansada dessa historia sem fim.

-Angelica!- Jaime gritou por ela enquanto seus olhos se embaçaram.

Ela havia sumido do seu campo de visão, e nervoso retornou para dentro da churrascaria. Bufando de raiva chegou á mesa e pegou sua carteira e chave que ali estavam, os pertences de Angelica Maria e Eliza estavam ali, mas elas não. Talvez estivessem no banheiro, mas Jaime não quis saber onde elas estavam, e sim de Angelica. Ele saiu rapidamente do local e com muita pressa entrou no carro, saindo igual a um louco pelas ruas em busca dela. Ele estava sofrendo, mas também estava farto dessas aparições desastrosas de Heidi. Ele chorava, sentia medo, a angustia tomava conta do seu peito o sufocando, até que ele fixou a visão e percebendo a besteira que estava prestes a cometer pisou com força no pedal do freio e com a mão direita puxou o freio de mão, fazendo o carro derrapar com um barulho muito alto. O sinal estava fechado e uma senhora de idade estava na faixa de pedestre atravessando a rua.

-Maldição! Que porra eu estou fazendo?- Nervoso ele encostou a cabeça no volante e assim ficou por alguns instantes.

O sinal abriu e com muita atenção ele estacionou o carro para que pudesse telefonar. Discou com os dedos trêmulos o numero de Angelica, mas ao levar o aparelho ao ouvido, percebeu que ela havia desligado o telefone, caia direto na caixa postal. Então ele se lembrou de sua amiga Adriana, procurou o numero dela em seus contatos e ligou.

-Oi cabeção!- Ela sempre alto astral dizia com uma voz doce.

-Oi preciso te ver!

-Jaime... Jaime, sempre cheios de problemas! Estou em casa, quer vir aqui?

-Em cinco minutos estarei ai, até mais!- Ele encerrou a ligação e ligou o carro indo para a casa dela.

Angelica já havia controlado seu choro, e ofegante por ter andado rápido, ela se viu em frente ao prédio que Miguel morava. Ela se auto perguntava se entrava ou não, se continuava andando ou iria embora para a casa. Saindo de seus pensamentos ela se deu conta que já havia subido as escadas e estava parada em frente à portaria do prédio.

-Boa tarde senhorita, em que posso ajudá-la?- O porteiro com aparência simples á questionou.

-Boa tarde! Eu preciso ir ao apartamento do senhor Miguel Salinas, ele se encontra?

-Sim, ele chegou pela manhã! Vou anunciá-la, só um momento!- Ele pegou o aparelho de interfone.

-Não!- Ela levou a mão de encontro á dele, forçando o aparelho para baixo. - É uma surpresa!

-Me desculpe senhorita, mas tenho ordens para não deixar que ninguém suba sem ser anunciado.

-Por favor, te prometo que não vai acontecer nada!

-Olha lá hein, é meu emprego que está em jogo!

-Fique em paz, não sou nenhuma assaltante!- Ela tentou esboçar um sorriso no rosto inchado e vermelho pelo o choro.

Ela balançou a cabeça em sinal de positivo e caminhou em passos largos para o elevador. Chegando ao andar de Miguel ela andou até apartamento dele. Ficou parada em frente á porta por alguns segundos, prendeu os cabelos em um coque e em seguida tocou a campainha. Ansiosa para que Miguel á atendesse rapidamente, ela tocou novamente, mas não obteve sucesso. Miguel não foi atendê-la, e chateada por ter dado com a cara na porta e sentindo-se impaciente por querer se abrir com alguém, ela virou-se e caminhou de cabeça baixa demonstrando sua frustração até a porta do elevador, onde apertou o botão chamando o mesmo. Aflita e sem rumo ela ouviu alguém chamar pelo seu nome no final do corredor, virou somente o pescoço olhando para trás, pôde ver Miguel com uma toalha branca enrolada na cintura e passando as mãos no cabelo sorrindo. O sorriso dele era radiante, fazendo com que ela pegasse um impulso sobre os pés e correndo desesperadamente ela foi até ele. O impacto do seu corpo no dele, cambaleou Miguel que não esperava pelo abraço que ela o deu. Então uma mão ele levou na altura da cintura dela e a outra segurou firme na toalha para que ela não caísse. Angelica ao sentir seu corpo quente no corpo fresco dele, encostou a cabeça no peitoral úmido dele e ali deixou que o choro de dor tomasse conta do momento. Ela o abraçava como se quisesse proteção, apertava-o com toda a força que tinha.

-O que houve meu anjo? Vamos entrar. - Ele abriu toda a porta e com as mãos nas costas dela deixou que ela entrasse por primeiro.

-Eu acabei de tomar banho, vou lá dentro colocar uma roupa e já venho para conversarmos.

-Eu espero!- Ela não tinha muitas forças para falar.

-Eu já volto... Fique ai... Eu não demoro... Olha lá hein estou de olho!- Gargalhando pela a brincadeira ele caminhou até o quarto.

Angelica sentada no sofá de couro marrom que havia no centro da sala do apartamento, ela brincava com os dedos, correndo os olhos pelo o local. Sua mãe veio á sua mente, então ela abriu a bolsa e lembrou-se de avisá-la sobre seu paradeiro, não poderia deixá-la preocupada. Não querendo se esclarecer naquele momento, ela enviou uma mensagem de texto para o telefone celular de sua mãe. “Mãe estou no apartamento do Miguel, logo estarei em casa, eu te amo”. Ao terminar de enviar a mensagem, ela olhou novamente para a foto em que recebera de Heidi. Seus olhos ao fixá-los no aparelho começaram a ficar mareados.  O nó que sentia preso na garganta a sufocava, junto à dor da angustia que pressionava seu peito. Sentia-se um pouco claustrofóbica por estar em um ambiente fechado, então ela se levantou e caminhou em passos lentos para o local da sala onde mais chamava sua atenção. O móvel escuro parecido com uma mesa antiga e sobre elas as fotos de pessoas que ela achava estranha, exceto uma que havia seu tio. Ela pegou o porta retrato nas mãos e olhando de perto se perguntava qual era a ligação de Miguel com ele? Como se conheceram? Uma das portas bate com o vento que entrava pela janela que estava aberta, e distraída ela se assustou e deixou que o porta retrato caísse no chão trincando o vidro. Desesperada ela tentava consertá-lo toda sem jeito, um estilhaço de vidro entrou em seu dedo polegar fazendo o sangrar. Limpando o sangue no vestido que usava e fazendo uma careta de dor ela saiu dali deixando o porta retrato trincado em cima do móvel. Algo em outra sala escurA chamou sua atenção.

-Nossa o Miguel é cheio de mistérios!- Ela dizia em tom baixo para si mesma.

Encostou-se ao braço do sofá e  olhando atentamente para a sala com a porta aberta. Hesitou por alguns segundos, mas, pega por uma vontade súbita e incontrolável, entrou na sala. O local tinha objetos cobertos com panos. A mobília sem uso estava totalmente limpa, sem resquício de pó. Ela puxou  o pano do objeto maior e embaixo do tecido havia uma piano da marca Steinway preto de calda em perfeito estado.

-Ual que maravilha!- Animada ela disse para si mesma.

Ela sentou no banco e com tamanha felicidade dedilhou algumas notas para ver se estava afinado. Ao tocá-las lembrou da primeira vez que sentou em frente a um piano com seu pai, desde então nunca mais parou. Era nítido o dom que ela tinha para musica, então ao lembrar-se do seu falecido pai, ela resolveu tocar uma musica dele que ela adora. “Fue todo para mim” de seu pai Raul Vale. Ela tocava com emoção, seus olhos mareados demonstravam a alegria que saltava de seu coração. Miguel chegou de mansinho e se debruçou sobre o instrumento, contemplando a bela canção. Angelica tocava com os olhos fechado, sentindo cada sensação que a melodia dava á ela. Ao terminar, Miguel á aplaude com um belo sorriso de satisfação.

-Essa canção é belíssima! E você á tocando ficou melhor ainda.

-Obrigada!- Ela fica envergonhada. - Só assim para eu esquecer os problemas que a vida nos impõe.

-Não diga isso meu anjo!-Ele se senta ao lado dela no banco. - A vida é linda e perfeita, somos nós que dificultamos tudo. Posso tocar uma música para você? Deu-me vontade. -Ele olhava fixamente nos olhos dela.

-Claro, por favor!

-É uma musica que sempre ouço quando estou mal! Espero que ajude amenizar essa dor ai dentro!- Ele sorrindo beija a testa dela.

Senhor eu não consigo mais, falar, do que se passa aqui, dentro de mim
Meu Deus eu não suporto mais, a dor, se é necessário assim
Pra te encontrar aqui

Meu Deus contigo eu quero ter, um verdadeiro encontro
Sentir neste momento, o que nunca eu senti
Vem enxugar as lágrimas, que rolam no meu rosto
Não quero mais, continuar, sofrendo assim

Meu coração deseja encontrar,
A verdadeira alegria, que há em ti
Agora eu não quero mais chorar
De tristeza e angustia, vem me fazer feliz.

Miguel sentia-se no céu, ao terminar a música, Angelica estava aos prantos, e ele deixou que através do choro ela colocasse todos os seus fantasmas para fora.

-Vem vamos sair daqui!- Ele se levanta e segura nas mãos dela. - Quer beber alguma coisa? Eu não posso tomar nada com álcool, e acho que você também não!

-Obrigada, mas não quero nada!

-Mas vai tomar sim! Vou fazer um suco gelado para nós dois, me espere na sala!

-Posso me deitar um pouco no seu sofá?Estou me sentindo cansada, e minhas costas estão latejando!

-Meu anjo, sinta-se em casa, já volto!- Ele depositou um breve beijo na testa dela.

Miguel chegando á cozinha, lembrou que Julieta sua emprega já havia preparado um suco natural de maracujá  para ele na parte da manhã, então ele serviu aquele mesmo para os dois. Voltando á sala, Angelica não chorava mais, mas estava totalmente pensativa. Ele entrega o suco nas mãos dela que estava deitada no sofá e ele senta no outro em sua frente.

-Como se sente? O que aconteceu para te deixar naquele estado?

-Miguel eu cheguei á uma conclusão!

-E poderia compartilhar comigo essa sua conclusão?

-Eu amo Jaime, mas o destino faz questão de esfregar na nossa cara, não dá mais certo!

-Bom meu anjo... Sobre isso prefiro não opinar! Acho que isso é algo que vocês dois precisam resolver.

-Sim eu sei, mas estou decidida! Cansei de sofrer, não sou assim! Sou alto astral, sempre sorrindo, e sinto que minha luz esta se apagando.

-Poxa que legal você enxergar isso sozinha! Mas eu não posso te ajudar muito, logo vou partir...

-Hã? Como?- Ela não entende.

-Nada não!- Ele se sente desconfortável!

-Miguel começou agora termine! Sabe que não suporto esse tipo de atitude!-Incomodada ela achou que ele fosse falar da doença.

-Vou precisar ficar fora Angelica.-Os olhos dele se umedecem – Vou viajar o mundo á trabalho.

-Miguel!- Ela olhou profundamente nos olhos dele. - Você acha que nós dois daríamos certo?

-Oi?-Ele bebe um gole do suco.

-Isso mesmo!

-Vou ser sincero com você, como sempre fui! Claro que daríamos certo, somos parecidos, gostamos da mesma coisa, mas...

-Mas o que?

-Angelica!- Ele se levanta e senta em cima de uma mesa de vidro que separava os dois sofás. Não misture as coisas, você ama o Jaime, eu não posso participar disso, por favor, não queria brincar com os meus sentimentos.

-Qual a parte de que não quero mais o Jaime você não entendeu?

-Sua boca diz isso, mas vejo em seu coração que esta mentindo para si mesma. Eu preciso ir La dentro dar uns telefonemas, fique descansando ai, quando eu terminar voltamos a falar sobre isso, pode ser?

-Tem outro jeito?

-Mas é marrenta mesmo! Até daqui a pouco, se quiser pode ligar a Tv, fazer o que quiser!

-Prefiro ficar aqui deitada, pensando!

Miguel deu um beijo na bochecha dela e pensativo se dirigiu para seu quarto, enquanto ela esticava seu corpo sobre o sofá, procurando uma posição confortável. Pouco tempo depois, sentindo-se exausta por pensar demais, ela acaba adormecendo , pegando em um sono profundo.

Jaime a caminho da casa de Adriana, não agüentou de aflição e parou com o carro em frente à casa onde Angelica estava. Respirando fundo tentando se controlar, desceu do carro e apertou a campainha. Angelica Maria toda sorridente foi recebê-lo.

-Oi meu filho, entre!

-Desculpa aparecer sem avisar, mas quero saber se Angelica já chegou?

-Não meu filho, ainda não!

-Não? Meu Deus, por onde ela anda?

-Calma, ela me enviou uma mensagem dizendo que estava na casa do Miguel!

-O que? Como ela se atreve a não atender ao telefone e ainda ir para a casa daquele... Daquele, enfim me passa o endereço dele, por favor!

-Eu não sei! Entre para tomá-lo um copo de água, você não pode ficar nervoso assim.

-Como não? Minha mulher que carrega meus dois filhos em seu ventre, esta na casa do meu inimigo, hahaha desculpa, mas não sou idiota! Obrigado, nos falamos mais tarde.

Jaime deu as costas para Angelica Maria, e apressado ele entrou no carro. Pegou o celular e enviou uma mensagem de texto para Adriana perguntando onde era a casa de Miguel. Adriana sem entender passou de imediato o endereço, e Jaime jogou o celular no banco ao lado e saiu com o carro cantando pneus. Como todos eles moravam próximos uns dos outros, ele não demorou a chegar a frente ao prédio de Miguel. Estacionou o carro na primeira vaga que viu e desceu correndo indo em direção á portaria.

-Boa tarde senhor, quero dizer boa noite, já se passam das 18:00 horas. O que deseja?- O porteiro o questiona.

-Preciso ir imediatamente ao apartamento de Miguel Salinas!

-Sim só um momento, por favor.

O porteiro ligou para Miguel que autorizou a entrada de Jaime. Ele informou em qual andar e o apartamento que Miguel morava. Jaime enfurecido não deixou que o porteiro explicasse, foi logo saindo deixando o pobre homem falando sozinho. Ele chegou ao andar e parado em frente a porta tocou a campainha.

-Oi entre, por favor!- Miguel abriu a porta para ele.

Jaime possuído pela ira que sentia, sentiu-se ameaçado com a gentileza de Miguel. Ele contraindo intensamente a mandíbula, fechou as mãos em forma de soco, e a levou de encontro com a boca de Miguel.