Fanfic: Êxtase Adp. *AyA*Ponny*

Alfonso Herrera estava bloqueando a passagem com as mãos na cintura. Não parecia muito feliz de vê-la. Na verdade, parecia mesmo furioso.

— O que está fazendo aqui? — Alfonso repetiu, grunhindo.

— Ah, eu reservei um quarto para passar a noite. Scarlet 0`Hara, acho que é este o nome do quarto. — Forçou um tom de voz casual.

— Pensei que você tivesse voltado para Nova York.

— Não sei de onde você tirou esta idéia. Eu não disse que estava indo embora.

— Já disse que minha resposta é não.

— Será que não se pode mais tirar férias?

— Não na pousada de minha irmã.

— E por que não? O guia local fala muito bem da pousada.

— Como soube que eu estava aqui? — Ele a encarou, furioso. Hora de acabar com a farsa. Ele não ia entrar nessa.

— Fui até sua casa em Nova Orleans e sua governanta me disse — Anahí admitiu.

— Então você simplesmente resolveu vir aqui me perturbar.

Seduza-o. Ela sorriu.

— É por aí.

— Bem, então trate de esquecer.

— Ora, ora. Eu vim aqui lhe implorar seu perdão. Meu comportamento ontem foi indesculpável.

— Você vai ficar aí me dizendo que não veio aqui para tentar me convencer a aceitar sua proposta? — ele acusou.

— Olá — chamou da porta uma bela jovem. — Você deve ser Anahí Puente.

Anahí acenou.

— Oi, sou eu, você deve ser a Jenny.

— Hã-hã, e este grosso que está deixando você carregar sua própria bagagem é meu irmão. Alfonso — ralhou Jenny —, por favor, traga as coisas da srta. Puente para seu quarto.

Anahí deixou sua bagagem aos pés de Alfonso e alegremente passou por ele.

Estendeu a mão à mulher de cabelos castanhos, rosto sardento e sorriso cativante que desceu as escadas para saudá-la. Jenny vestia macacão jeans, camisa branca de mangas longas e gola rulê e um par de tênis azuis com listras brancas. Ela tinha o tipo de rosto simpático que fazia qualquer pessoa se abrir com ela.

— Gostaria que me chamasse de Anahí.

— Claro, Anahí, bem-vinda a Greenbrier. — Jenny deu o braço a Anahí. — Deixe-me mostrar-lhe a casa.

Elas deixaram Alfonso para trás às voltas com a bagagem.

Jenny começou a contar a Anahí sobre a história da casa, e apesar de estar interessada, Anahí não conseguia esquecer que Alfonso a estava fulminando com os olhos de tal maneira que sua nuca chegava a transpirar.

Aquilo não estava funcionando como ela havia planejado. Era meio difícil paquerar um homem que agia como se ela tivesse o rosto estampado em cartazes de "procura-se". Não imaginava que o tinha aborrecido tanto assim no dia anterior. Pelo jeito ele não era do tipo que perdoava com facilidade.

Jenny a conduziu pelas extensas escadas, passando por um corredor repleto de cadeiras de balanço antigas.

— Minha mãe era connoisseur de cadeiras de balanço — ela explicou. — Inclusive nós promovemos um rock-offa cada verão.

— Um rock-offa.

— A final do concurso de cadeiras de balanço. No ano passado um de nossos participantes chegou a entrar para o Livro Guinness dos Recordes pelas horas consecutivas se balançando.

Parecia um destino pior que a morte e Anahí achou meio assombroso aquele visual de tantas cadeiras de balanço lado a lado. Sugeriam-lhe caixões móveis. Mas ela estava se dedicando com afinco a adotar o estilo de vida sulista só durante o tempo necessário para dobrar Alfonso.

— Você tem peças lindas aqui — ela comentou, sentindo o cheiro da colônia pós-barba de Alfonso lhe invadir as narinas. Para tirar a mente daquele aroma desconcertante, ela balançou uma cadeira perto de si. A cadeira se movimentou tão suavemente quanto cetim, sem ranger nem uma vez.

Como uma pessoa com menos de oitenta anos de idade podia ficar sentada em uma daquelas cadeiras por horas a fio era algo totalmente além de sua compreensão.

— Você é colecionadora? — Jenny perguntou. — Não, na verdade, não — Anahí admitiu.

— Ah. Achei que você estava na cidade para o leilão de antiguidades na propriedade dos Conroy.

— Ela veio para cá para me enlouquecer — murmurou Alfonso, com um tom sombrio.