Fanfic: Êxtase Adp. *AyA*Ponny*

Anahí e Jenny estavam sentadas na aconchegante cozinha da pousada bebericando café expresso e comendo um bolo de banana e nozes com manteiga. Pecaminosamente calórico, mas Anahí saboreou cada garfada sem ficar pensando em quantos quilômetros teria de correr para gastar aquelas calorias.

A grande golden retriever da família havia se acomodado aos pés de Anahí, e sempre abanava o rabo quando Anahí olhava para ela. Ficou surpresa de Anna ter gostado dela. Anahí jamais tivera animais de estimação, não sabia muito bem como agir com eles. Quando criança, seu pai não permitia que os tivesse, dizia que representavam sentimentalismo e perda de tempo. E quando adulta ela simplesmente vivia ocupada demais para pensar em adotar algum bichinho.

Ela e Jenny estiveram conversando sem parar por uma hora e Anahí estava impressionada com a sintonia imediata que se estabeleceu entre as duas. Normalmente Anahí não fazia amizades assim tão fácil. Sua natureza competitiva a mantinha em guarda, na defensiva contra possíveis rivais. Mas Jenny era dotada de uma honestidade que fez Anahí se descontrair. Quando deu por si estava contando a Jenny até que havia sido rejeitada recentemente por Steve.

— Acho que ele lhe fez um favor ao ir embora. Parece que vocês dois não compartilham os mesmos valores.

— Como assim? — perguntou Anahí, franzindo a testa.

Agora sim, chegaram a um tema difícil de abordar. Na cabeça de Anahí, ela e Steve combinavam perfeitamente. Ambos eram workaholics obcecados pelo sucesso. Gostavam do que era bom, eram organizados, eficientes e competentes. Tudo estava muito bem até Steve resolver que ela não aproveitava a vida o suficiente para combinar com ele.

__Eu não conheço nenhum de vocês dois, é claro, mas o que me parece é que você precisa de um homem que dê mais valor ao lar, à família e ao romance.

__É mesmo? Você teve essa impressão de mim?

Atordoada, Anahí só conseguiu ficar olhando para Jenny. Que diabo fez Jenny ter esta impressão dela? Anahí sempre sentiu que precisava de um homem que valorizasse o poder, a independência e o senso de organização. Honestamente, não se achava muito voltada para a família, e, como filha de militar, cresceu acostumada a não criar raízes, apesar de que, se pressionada, acabava confessando que ansiava por uma relação amorosa que realmente desse certo.

Jenny estava quase respondendo quando a porta se abriu e Alfonso entrou com um jogo de tabuleiro debaixo do braço.

Imediatamente os olhos dela se voltaram para o jeito desleixado com que Alfonso caminhava. Será que aquele homem tinha uma vaga idéia de como ficava sexy vestindo camisa de malha preta e mangas compridas com calças Levi´s apertadas que enfatizavam o fascínio inerente a certas partes de sua anatomia?

Anahí balançou a cabeça, determinada a tirar aqueles pensamentos inconvenientes da mente. Que diabos estava acontecendo com ela?

Ele puxou uma cadeira, virou-a e sentou-se com o encosto contra o peito. Ela sentiu o cheiro misturado de couro, alfavaca e homem bonito. Não pôde deixar de perceber como pareciam sedosos aqueles cabelos castanhos-escuros em desalinho. Conteve o ímpeto de tocar aquelas mechas para ver se eram mesmo tão sedosas quanto pareciam.

Ele pôs a caixa do jogo sobre a mesa.

O que era aquilo?

Anahí olhou para ele de maneira indagadora. O calor ardente do corpo dele elevou a temperatura do recinto. Ele estava sorrindo de modo orgulhoso.

— Eu andei pensando em sua proposta — disse ele após uma longa pausa.

— Vai aceitar o trabalho? — Ela se aprumou, já otimista. Será que já teria conseguido dobrá-lo?

— Não tão rápido assim. — Ele levantou a mão como se fosse um sinal de "pare".

Jenny apareceu logo atrás de Alfonso para tirar a louça e fez um sinal com a mão para chamar a atenção de Anahí.

— Não o apresse — Jenny movimentou os lábios em silêncio.

Alfonso virou a cabeça, mas a irmã rapidamente disfarçou, tirando os pratos e se retirando como quem não quer nada.

Certo. Não apressá-lo.