Fanfic: Êxtase Adp. *AyA*Ponny*

O único jeito de ele conseguir alcançar um círculo vermelho seria recuando à posição anterior. Retornou lentamente, tomando o cuidado de não tirar os outros membros de seus respectivos círculos.

Quando ele acabou de se reacomodar, estava com as pernas abertas, a cara voltada para o teto, os braços cruzados, o corpo encurralado no canto da esteira. Era uma posição muito esquisita de se manter.

Seus músculos tiritaram. O suor lhe escorria pela testa.

Anahí sorriu. Vitória!

Você é meu agora, Alfonso. Todo meu.

Quando Jenny disse "braço direito, círculo verde", Anahí foi dar o golpe final.

Queixo empinado, músculos rijos, ela se inclinou sobre ele em um gesto rápido para ocupar o círculo verde à esquerda da cabeça de Alfonso, imobilizando-o. Não haveria como ele alcançar outro círculo verde sem perder o equilíbrio.

— Está ficando sem movimentos, Herrera?

Ela o encarou e percebeu que o peito dele oscilava, ofegante. Deu-se conta então de que ela também estava ofegando.

Então ele riu.

— Qual é a graça?

— Você.

— E o que eu tenho de engraçado?

— Nada. — Ele lançou-lhe um sorriso torto e balançou a cabeça.

— Você gosta de me fazer de boba. Por isso que me forçou a jogar este jogo estúpido.

— Não lhe forcei. Você optou por participar por livre e espontânea vontade.

— Você acha que eu sou uma grande piada.

— Não acho.

— Então pare de rir.

— Não consigo.

— Por que não?

— Para começar, estou me divertindo. E, caso não saiba, as pessoas costumam rir quando estão se divertindo. Além do que, você é realmente forte. Nunca vi ninguém jogar Twister com tanta gana. Relaxa, Anahí, é, só um jogo.

— Um jogo que pretendo vencer — ela disse, irritada com ele por ficar rindo dela.

Quer dizer que ela era forte. E daí? Qual era a desses homens, sempre querendo relaxar? Por que todos os caras do mundo, exceto seu pai, pareciam achar que ser forte era um pecado grave?

— Você acha mesmo?

— Sei que é assim. Agora ponha seu braço direito em um círculo verde.

— Não.

— Você não pode simplesmente ficar aí.

— Posso.

Seus lábios estavam a poucos milímetros. Lábios firmes e cheios que sugavam sua atenção de modo totalmente irracional.

— Você vai cair. Precisa se render — ela disse.

Os músculos dele estavam realmente tremendo agora. Não demoraria muito. Ela desejava demais aquela promoção e, de um jeito ou de outro, ele a ajudaria a conseguir. Ela tinha que dar um jeito de o esparramar todo sobre a esteira.

O que o surpreenderia? O que menos esperava? Qual seria a melhor arma dela? O que o deixaria impotente?

A mente dela estava tão ocupada no momento em arrumar uma forma de fazê-lo perder o equilíbrio que ela acabou se desconcentrando. Quando o patife soprou em sua orelha, Anahí quase caiu, mas conseguiu se reequilibrar a tempo.

— Trapaceiro.

— Ei, no amor e no Twister vale tudo.

Então era assim. Ele a estava desafiando a botar para quebrar. Se ele queria jogar sujo, estava se metendo com a garota errada.

— Meu caro, você está ferrado.

— Como assim? — Ele arqueou uma sobrancelha.

— Assim.

E então ela abaixou a cabeça, levou os lábios aos dele e o beijou.