Fanfic: Êxtase Adp. *AyA*Ponny*

Infelizmente, ele interrompeu o beijo, mas a sensação dos lábios de Anahí e seu cheiro inebriante permaneceram como orvalho na relva.

O som da porta se fechando suavemente e do sacolejar da corrente com a plaquinha de identidade de Anna se afastando indicavam que a platéia havia se retirado.

Anahí se levantou e deu a mão para ajudá-lo a se erguer. Quando Alfonso já estava de pé, os olhares se encontraram, as mãos ainda estavam entrelaçadas e ela tocou o lábio superior com a ponta da língua.

— Eu venci — murmurou ela. — Você vai ter de fazer o design do video game para a Pégasus.

Perder não era tão mau assim, ele pensou, sorrindo por dentro. Não quando tinha mais a ganhar do que a perder com este resultado.

— Você esqueceu? — perguntou ele, surpreso ao ouvir a própria voz soar tão rouca. — Eu disse que se você vencesse eu faria o design do video game sob uma determinada condição. Talvez você ache esta condição inaceitável.

— Você está contando que eu ache inaceitável, não é? Vamos lá, Herrera. Conte logo. O que vou precisar fazer para você assinar o contrato?

— Você sabe que não vou sair da Louisiana, nem por uma semana, nem por um dia, nem mesmo por uma hora.

— É esta sua condição? Não tem problema. Podemos trabalhar através de e-mail e videoconferência. Posso até fazer umas viagens para cá se for preciso.

Ele fez que não com a cabeça.

— Não, desculpe. Isso não basta.

— Por que não?

— Preciso de algo mais de você.

— Pare de fazer mistério. Isso me irrita.

— Ah, irrita?

Alfonso gostava de tirá-la do sério. Não que fosse difícil. Ela estava sempre pronta para uma boa briga. Dava para perceber pela sua postura de ombros, pelo modo defensivo com que concluía as coisas. Seis semanas com ele bastariam para Alfonso resolver a tendência ao pugilismo de Anahí.

Ele pensou em como sua vida mudara para melhor desde que partira de Nova York. Ele queria proporcionar a ela a mesma dádiva de tranqüilidade que ele descobriu para si mesmo. E com isso esperava se divertir para valer. Será que ela aceitaria sua proposta?

— Alfonso, por favor — ela adulou, mudando de tática. Tentou lançar-lhe um olhar sedutor, mas ele não caiu. — Pare de brincadeira. O que você quer?

— Você.

— Eu? — Sua voz saiu estridente.

— Sua participação ativa em tempo integral. Este projeto é seu. Juntos, você e eu. Não vou fazer nada sem você.

— O que está dizendo? Você quer que eu o ajude a trabalhar no video game?

— Isto e muito mais.

— Como assim, muito mais? — Ela arqueou uma sobrancelha.

— Eu quero que você fique aqui na Louisiana comigo. Vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana, enquanto estiver sendo desenvolvido o projeto. Cerca de seis semanas.

— E pronto?

— O que você acha? — Ele a olhou com olhos sedutores.

— Está sugerindo o que estou achando que você está sugerindo?

— O que está pensando?

Eles estavam andando em círculos, e nenhum dos dois queria dizer claramente do que estavam falando. Eles só tinham olhos um para o outro, e estavam arfando com tanta força que um médico teria prescrito um inalador. Mas remédios para asma não seriam capazes de curar o que estava afligindo a ambos.

— Fico pensando no por que de você me escolher.

— Para começar, não conheço ninguém que esteja precisando mais de diversão do que você. Se o objetivo do video game é fazer pessoas tensas relaxarem, você é perfeita para testar o jogo. Se funcionar com você, vai funcionar com qualquer pessoa.

— Você está dizendo que vamos criar este jogo juntos. Experimentando. Na base da tentativa e erro para criar o video game ? É isso? — perguntou ela, escolhendo bem as palavras que usava.