Fanfic: Êxtase Adp. *AyA*Ponny*

Ele estava sendo malvado, e sabia disso, mas não conseguiu se conter. Estava com uma estranha vontade de tirá-la do sério. Talvez por ela mesma ter-lhe tirado do sério sem querer, de modo que ele não conseguia parar de pensar em despi-la e descobrir que tesouros se escondiam por detrás daquele exterior tão distinto.

Agora sim, ele conseguiu. Ela corou subitamente. Ele segurou a vontade de sorrir, triunfante.

Anahí se aprumou, afastando-se dele.

— Imagino que seu enorme gosto por gracejos estrambóticos seja a razão pela qual me pediram para entrar em contato para convidá-lo a fazer o design deste video game.

— Gracejos estrambóticos? — Ele riu.

— É modo de falar.

— Modo de falar se você tivesse setenta e cinco anos de idade.

— O que você esperava? Que eu respondesse com alguma piada? — Ela apertou os olhos, as narinas infladas. — Que eu saísse dançando e dando risada?

— Não, eu pensei em algo mais pesado e carnal. - Uau, ele conseguiu tocar no ponto certo e estava sendo divertido zombar dela. Ele murmurou uma frase que teria feito sua avó italiana lavar-lhe a boca com sabão. Ela o fulminou com o olhar.

— Pare com isso!

— Com o quê?

— Tem de fazer piada com tudo?- Ele deu de ombros.

— Desculpe. E minha natureza. Mecanismo de sobrevivência.

Ela tamborilou os dedos na mesa.

— Podemos voltar ao assunto em questão?

— Se insiste. Embora eu prefira lhe perturbar com este papo de sexo. É tão fácil tirá-la do sério.

Ignorando o último comentário, ela disse:

— Estamos prontos a lhe oferecer uma compensação muito vantajosa se aceitar o projeto.

Alfonso balançou a cabeça. Tinha de admitir que a idéia de criar um video game erótico de realidade virtual era atraente, especialmente se fosse trabalhar ao lado de Anahí que, ao que parecia, ficava esquentada com qualquer provocação. Em outros tempos ele teria achado a idéia de Baxter & Jackson bastante interessante. Mas não mais.

— Desculpe por fazer você perder seu tempo e vir aqui, senhorita Puente, mas estou aposentado.

— Muita gente deixa a aposentadoria.

— Eu, não.

— Talvez se pensar com calma. — Ela segurou seu colar com os dedos.

— Realmente não estou interessado.

Ela pegou uma caneta da pasta, rabiscou um número em um guardanapo de papel e pôs na mesa em frente a ele.

— Isto ajudaria a lhe persuadir?

— Dinheiro nenhum vai me convencer. — Ele empurrou o guardanapo de volta, sem se dar ao trabalho de olhar.

— E o que o convenceria, então?

— Eu dei por encerrado este capítulo de minha vida.

— Por quê?

— Como assim, por quê?

— Você é um homem jovem. Já foi um dos melhores designers de softwares do mundo. Por que daria as costas a tudo?

Ela o encarou e Alfonso percebeu que ela realmente não conseguia entender por que ele havia abandonado a carreira e Nova York. Apesar de ele esperar aquilo dela, sentia-se estranhamente desapontado. Ela fez as mesmas malditas perguntas que Angeline fizera. Ele não conseguia explicar a ela o porquê, assim como não conseguiu explicar a Angeline. Sabia que ela simplesmente não entenderia. Uma mulher voltada para o sucesso como ela jamais entenderia.

— Tenho certeza de que há inúmeros designers em Manhattan loucos para ter a chance de criar este video game , srta. Puente.

— Anahí — ela disse e pôs a mão sobre a dele.

O contato físico o deixou de joelhos fracos, causou-lhe uma sensação diferente no estômago e ele deu graças a Deus por não estar de pé. Ela estava usando suas armas de mulher agora, e Deus sabia que ele era vulnerável a elas.

— Não, Anahí. — Melhor despachá-la logo para o lugar de onde viera, antes que ele fizesse alguma besteira.

— Todo mundo tem seu preço, Alfonso. Vamos lá. Diga. Qual é o seu?

Aquela abordagem não iria funcionar com ele. Sentia-se levemente ofendido por ela não aceitar não como resposta, apesar de por outro lado admirar sua tenacidade e audácia.

— Você não tem condições de bancar.

— Como sabe?

— Pode acreditar no que estou dizendo, você não pagaria meu preço.

— Como pode saber se não me diz?

— E correr o risco de levar um tapa na cara? — Ele riu. — Não, obrigado.

Ela trincou os dentes.

— Não fique de brincadeira.

— Quem está brincando?