Fanfic: Jogo de Sedução(DyU)[1ª/2ª temporada]*adaptada*

Ele
estendeu a mão longa e bronzeada e empurrou a xícara, ainda com a metade do
brandy, na direção de Dulce.

Será
que não sentira o cheiro da bebida? Com certeza não, pois confundira com café.

Sem
graça, ela aceitou a xícara, focalizando o olhar nos sapatos elegantes e bem
engraxados. Virou a bebida de uma só vez. Isso trouxe lágrimas a seus olhos, e
ela piscou para disfarçar.

-
Onde está Pete?

-
Ainda está no hospital, com a esposa. - Dulce tentou falar com voz normal,
curiosa por não ter ouvido nenhum comentário sarcástico do patrão.

Ela
apoiou as duas mãos na escrivaninha e se levantou. Sem querer, seu olhar cruzou
com o brilho dourado dos olhos de Ucker. Para Dulce, a sensação foi a de ter
tocado uma cerca eletrificada. Ondas de excitação passaram por seu corpo.
Deliberadamente, virou o rosto. Não! Não era suscetível. Já havia provado a si
mesma inúmeras vezes. - Então, acho que vai ter de assumir o lugar dele.

-
Como?

Ninguém
poderia assumir o lugar de Pete, o secretário particular mais devotado. Nada
havia entre Pete e sua ambição. Ele já admitira para Dulce que seu primeiro
casamento acabara porque quase nunca ia para casa. Naquele exato momento, se Ucker ligasse para o celular dele, Pete viria correndo.

-
Não é tão difícil. Relaxe. Só quero que anote algumas cartas. .

Dulce pegou caneta e um bloco. Ucker falava devagar, não com a impaciência habitual.
Nem reclamou dos te­lefones tocando sem parar. Com um gesto elegante, afas­tou-se
para lhe dar passagem. Na ânsia de manter a maior distância possível entre os
dois, Dulce desviou o corpo e perdeu o equilíbrio.

Foi
segura por mãos fortes e protetoras. Sentiu a ca­beça rodar e seu coração
disparou.

-
Tudo bem? - Ucker murmurou, mantendo as mãos nos braços dela.

-
Sim, obrigada e desculpe.

Para Dulce, o perfume másculo e íntimo foi devastador. O que estaria acontecendo?
Respirou fundo e aprumou o corpo. Só então Ucker soltou-lhe os braços.

A
bebida já fizera efeito. Sua visão estava embaralha­da, forçando-a a caminhar
devagar através do corredor. Mesmo assim, não se sentia envergonhada. Ao
contrário, sentia-se anestesiada contra a enorme dor que iria do­miná-la. Uma
dor que não se preparara para enfrentar. Enquanto não pensasse, estaria
protegida.