Fanfic: Belo Desastre (Adaptada) MyC | Tema: Chaverroni romance

Na porta do refeitório, Christian soprou a última fumaça do cigarro e olhou para mim quando hesitei. Anahí e Alfonso já estavam lá dentro, e Finch tinha acendido outro cigarro, me deixando para entrar lá sozinha com Christian. Eu tinha certeza de que as fofocas já tinham alçado voo e chegado a um novo nível, já que Christian havia me beijado na frente de todo mundo na aula de história, e eu temia enfrentar aquele palco.

— Que foi, Beija-Flor? — ele me perguntou, me puxando pela mão.

— Todo mundo está olhando pra gente.

Ele levou minha mão até a boca e beijou meus dedos.

— Eles vão superar isso. É só o choque inicial. Lembra quando começamos a andar juntos? A curiosidade foi morrendo depois de um tempo e eles se acostumaram a ver a gente juntos. Vamos lá — disse ele, me puxando pela porta.

Um dos motivos pelos quais eu tinha optado pela Universidade Eastern era o número reduzido de alunos, mas o interesse exagerado por escândalos que vinha por tabela às vezes era exaustivo. Era uma piada corrente: todo mundo sabia como a indústria de fofocas era ridícula e, ainda assim, todo mundo participava descaradamente.

Nós nos sentamos nos lugares de costume depois de pegar a comida. Anahí sorriu para mim com uma expressão de reconhecimento. Ela conversou como se tudo estivesse normal, mas os jogadores de futebol americano na outra ponta da mesa me encaravam como se eu estivesse em chamas.

Christian bateu com o garfo na minha maçã.

— Você vai comer isso, Flor?

— Não, pode comer, baby.

Minha orelha ardeu quando Anahí se virou para olhar para mim.

— Escapou... — falei, balançando a cabeça.

Ergui o olhar para Christian, cuja expressão era um misto de divertimento e adoração.

Tínhamos usado esse termo um com o outro algumas vezes naquela manhã, e não havia me passado pela cabeça que era novidade para todo mundo até que escapou da minha boca.

— Vocês dois acabaram de chegar no nível de irritantemente fofos — disse Anahí, abrindo um largo sorriso.

Alfonso deu um tapinha no meu ombro.

—Você vai passar a noite no apartamento hoje? — ele me perguntou, as palavras distorcidas por causa da boca cheia de pão. — Prometo que não vou sair do meu quarto te xingando.

— Você estava defendendo a minha honra, Poncho. Está perdoado — falei.

Christian deu uma mordida na maçã, parecendo mais feliz do que nunca. A paz em seus olhos estava de volta e, mesmo com as dezenas de pessoas que observavam cada um de nossos movimentos, tudo parecia... certo.

Pensei em todas as vezes que eu havia insistido que ficar com Christian era a decisão errada, e em quanto tempo eu tinha perdido lutando contra os meus sentimentos. Olhando para o outro lado da mesa, para seus olhos ternos e castanhos e a covinha dançando em sua bochecha, eu não conseguia me lembrar do que me deixava tão preocupada.

— Ele parece feliz pra cacete. Você finalmente deu, May? — disse Chris J, cutucando seus colegas de time.

— Você não é lá muito esperto, hein, Jenks? — disse Alfonso, franzindo a testa.

Instantaneamente, o sangue subiu ao meu rosto e olhei para Christian, cujos olhos tinham uma expressão assassina. Coloquei minha vergonha de lado e balancei a cabeça, indiferente.

— É só ignorar.

Depois de mais um momento de tensão, os ombros de Christian relaxaram um pouco e ele assentiu, inspirando fundo. Após alguns segundos, deu uma piscadinha para mim.

Estiquei a mão até o outro lado da mesa, deslizando meus dedos entre os dele.

— Você realmente estava falando sério ontem à noite, não estava?

Ele começou a falar, mas a risada do Chris J encheu o refeitório.

— Santo Deus Christian Chavez foi domado?

— Você estava falando sério quando disse que não queria que eu mudasse? — ele me perguntou, apertando de leve a minha mão.

Olhei para Chris J, que ria com seus colegas de time, e depois me virei para Christian:

— Totalmente. Ensine bons modos pra esse babaca.