Fanfic: Belo Desastre (Adaptada) MyC | Tema: Chaverroni romance

Então foi caminhando até o banheiro. Fiquei parada, perplexa. As palavras de Kara ficavam se repetindo na minha cabeça. Christian Chavez transava com qualquer uma; eu não conseguia evitar a sensação de inferioridade ao saber que ele não tinha vontade nem de tentar transar comigo.

A porta se abriu de novo, e Anahí foi entrando.

— Acorda, dorminhoca! — disse ela, sorrindo e bocejando.

— Você está parecendo sua mãe, Anny — resmunguei, revirando a mala.

— Aaah... alguém passou a noite em claro?

— Ele mal respirou na minha direção — falei, em tom azedo.

Um sorriso sagaz iluminou o rosto de Anahí.

—Ah.

— Ah, o quê?

Nada — disse ela, voltando ao quarto de Alfonso.

Christian estava na cozinha, cantarolando uma música qualquer enquanto preparava ovos mexidos.

— Tem certeza que não quer um pouco? — ele me perguntou.

— Tenho sim. Mas obrigada.

Alfonso e Anahí entraram na cozinha, e Alfonso tirou dois pratos do armário, segurando-os enquanto Christian colocava uma pilha de ovos fumegantes em cada um. Alfonso pôs os pratos na bancada, e ele e Anahí se sentaram lá juntos, saciando outro tipo de apetite, já que muito provavelmente tinham se saciado em outros termos na noite anterior.

— Não me olhe assim, Poncho. Sinto muito, eu só não quero ir - disse Anahí.

— Baby, a Casa dá uma festa de casais duas vezes por ano — ele falou enquanto mastigava. — Falta um mês ainda. Você vai ter muito tempo para achar um vestido e fazer todas essas coisas de garotas.

— Eu iria, Poncho... É muito fofo da sua parte... Mas não conheço ninguém lá.

— Um monte de garotas que vai na festa não conhece um monte de gente que vai estar lá — disse ele, surpreso com a rejeição dela.

Anahí desabou na cadeira.

— As vadiazinhas das irmandades são convidadas pra essas coisas. Todas elas se conhecem... Vai ser estranho.

— Ah, não, Anny. Não quero ir sozinho nessa festa.

— Bom... talvez se você encontrasse alguém para levar a Mayte na festa — disse ela, olhando para mim e depois para o Christian.

Christian ergueu uma sobrancelha e Alfonso balançou a cabeça em negativa.

— O Chris não vai em festa de casais. É o tipo de festa em que você leva à namorada... e o Christian não... você sabe.

Anahí deu de ombros.

— A gente podia arranjar alguém pra ir com ela.

Franzi os olhos para ela.

— Eu estou escutando, sabia?

Anahí fez a cara para a qual sabia que eu não conseguia dizer não.

— Por favor, Mayte. A gente vai achar um cara legal e divertido, e eu te garanto que vai ser um gato. Juro que você vai se divertir! Quem sabe você até fique com ele...

Christian jogou a frigideira na pia.

— Eu não disse que não vou levar a Mayte na festa.

Revirei os olhos.

— Não me faça nenhum favor, Christian.

— Não foi isso que eu quis dizer, Flor. Festas de casais são para os caras com namorada, e todo mundo sabe que eu não namoro. Mas não vou ter que me preocupar com a possibilidade de você esperar um anel de noivado depois da festa.

Anahí fez biquinho.

— Por favor, por favor, Mayte!

— Não olhe pra mim desse jeito! — reclamei. — O Christian não quer ir, eu não quero ir... Não vamos nos divertir.

Christian cruzou os braços e se apoiou na pia.

— Eu não disse que não queria ir. Acho que seria divertido se nós quatro fôssemos — ele deu de ombros.

Todos me olharam, e me encolhi.

— Por que não ficamos por aqui?

Anahí fez biquinho e Alfonso se inclinou para frente.

— Porque eu tenho que ir, Mayte. Sou calouro. Tenho que garantir que tudo corra direitinho na festa, que todo mundo tenha uma cerveja na mão, coisas do tipo.

Christian cruzou a cozinha e envolveu meus ombros com o braço, me puxando para o lado dele.

— Vamos lá, Flor. Você vai comigo à festa?

Olhei para a Anahí, depois para o Alfonso e, por fim, para o Christian.

— Vou — suspirei.

Anahí soltou um gritinho e me abraçou. Depois senti a mão do Alfonso nas minhas costas.

— Valeu, Mayte! — ele disse.