Fanfics Brasil - 102 Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ]

Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ] | Tema: RomanVondy


Capítulo: 102

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Vejo seu maxilar se movendo como se ele estivesse rangendo os dentes. Ele desvia o olhar e se senta no pé da cama, se curvando e enfiando os pés sem meias em suas sapatilhas baixas de corrida, sem se dar ao trabalho de soltar o cadarço.


Ele fica de pé.


Só posso ficar ali no meio do quarto, incrédula. Sinto que deveria saber o que dizer para fazê-lo mudar de ideia sobre o funeral, mas meu coração me diz que essa é uma discussão que não vou ganhar.


— Preciso fazer uma coisa — ele diz, enfiando a chave do carro no bolso da bermuda.


— Volto logo, tá?


Antes que eu possa responder, ele se aproxima, segura minha cabeça com as duas mãos e se curva, encostando a testa na minha. Eu só o olho nos olhos, vendo tanta dor, conflito e indecisão no meio de uma tempestade de outras coisas que não consigo nem começar a identificar.


— Você vai ficar bem? — ele pergunta baixinho, com o rosto a centímetros do meu.


Eu me afasto, olho para ele e balanço a cabeça.


— Vou, sim — digo.


Mas é só o que consigo dizer. Estou tão dividida e indecisa quanto ele parece estar.


Mas também estou sofrendo. Sinto que algo está acontecendo entre nós, mas está nos afastando, não nos aproximando, como toda a viagem nos aproximou até agora.


E isso me assusta.


Eu entendo a lógica. Minhas muralhas estão erguidas de novo. Mas isso me assusta mais do que qualquer coisa que já vivi. Christopher me deixa parada ali, olhando-o sair do quarto.


É a primeira vez, desde que voltou para me salvar naquela rodoviária, que ele me deixa. Estivemos juntos, praticamente inseparáveis, todo esse tempo, e agora... assim que ele saiu por aquela porta, senti que nunca mais vou vê-lo.


 


POV Christopher


 


— Tá começando cedo, não? — diz o garçom, ao deslizar a bebida pelo balcão até minha mão.


— Se vocês estão abertos e servindo bebidas já, então não é cedo.


Já são três da tarde. Deixei Dulce sozinha hoje logo de manhã, bem antes das oito horas. Meio estranho estarmos nesta viagem juntos há tanto tempo e nenhum dos dois ter pensado ou querido trocar números de telefone. Acho que não importava muito, já que estávamos sempre juntos. Tenho certeza de que a esta altura ela já deve ter se perguntado se vou voltar, talvez lamentando não ter meu telefone para descobrir se estou bem — o vidro do celular está quebrado, mas o aparelho ainda funciona. Mas começo a desejar que não estivesse funcionando, porque Tomas e minha mãe já tentaram ligar dezenas de vezes.


Pretendo voltar para o hotel, mas decidi que vai ser só para pegar o violão de Christian no quarto e deixar uma passagem de avião para Dulce sobre a minha cama.


O quarto está pago por mais dois dias, portanto, ela vai ficar bem. Vou deixar dinheiro para o táxi até o aeroporto também. É o mínimo que posso fazer. Fui eu que a convenci a entrar nessa comigo. Sou eu que vou garantir que sua volta para casa esteja totalmente paga, e que não vai ser de ônibus, desta vez.


Isto acaba hoje.


Eu nunca deveria ter deixado chegar tão longe, mas estava iludido e cego por meus sentimentos dolorosamente proibidos por ela. Mas acho que ela vai ficar bem; não dormimos juntos e ninguém disse aquelas três palavras malditas que com certeza tornariam as coisas mais complicadas, então, sim... acho que ela vai ficar bem.


Afinal, ela nunca cedeu para mim. Basicamente, deixei a opção clara para ela: Se você me deixasse transar com você, teria que me deixar possuí-la de corpo e alma.. Se isso não é um convite descarado, então não sei o que é. Não muito romântico, mas é o que é.


Pago minha bebida e saio do bar. Eu só precisava de alguma coisa pra me acalmar um pouco. Se bem que pra me acalmar o quanto preciso no momento, só se eu tomasse a por/ra da garrafa toda. Enfio as mãos nos bolsos e ando toda a Bourbon Street, depois a Canal Street, e acabo indo parar em ruas das quais nem lembro o nome, ao passar pelas placas. Ando uma eternidade, pra todo lado, de forma bem parecida com a da minha viagem esporádica com Dulce, sem direção nem propósito. Eu simplesmente vou.


Acho que não estou tentando matar o tempo para que a noite caia e eu possa sair de fininho enquanto ela dorme, mas sim matando tempo na esperança de que ela mude de ideia. Não quero deixar Dulce, mas sei que preciso.


Acabo indo parar no Woldenberg Riverfront Park, e fico sentado à margem do Mississippi, olhando os navios e o ferry indo e voltando de Algiers. A noite cai. E por um tempo enorme, minha única companhia é uma estátua de Malcolm Woldenberg, até que duas garotas, obviamente turistas, a julgar pelas camisetas que dizem “Eu Amo Nova Orleans”, se aproximam.


A loira sorri timidamente pra mim, enquanto a de cabelos castanhos parte pro ataque.


— Vai pra alguma balada hoje? — Ela inclina a cabeça para um lado, olhando para mim. — Eu sou Leah, esta é Amy .


A loira, “Amy ”, sorri para mim de um jeito que sei que eu só precisaria pedir pra ela dar pra mim, e ela daria.


Faço um gesto com a cabeça, tentando ser educado, mas não digo o meu nome.


— E então? Vai pra balada hoje à noite ou não vai? — A de cabelo castanho insiste, sentando ao meu lado na calçada.


Já esqueci os nomes das duas.


— Não, não vou — digo, e deixo por isso mesmo.


A loira se senta do meu outro lado, encolhendo as pernas e fazendo seu short subir muito por suas coxas nuas.


Dulce fica melhor num short assim.


Só balanço a cabeça e volto a olhar para o Mississippi.


— Você devia vir com a gente — diz a de cabelo castanho. — Vai rolar muita coisa legal lá no d.b.a., e você parece bem entediado.


Olho de relance para ela. É bem gostosa, como a loira, mas quanto mais ela fala, mais broxante eu acho. Só consigo pensar em Dulce. Aquela garota feriu minha alma.


Nunca mais vai cicatrizar.


Olho para as pernas da garota de cabelo castanho e depois para os seus lábios se movendo quando ela diz:


— A gente quer muito que você vá, vai ser divertido.


Eu poderia... se estou indo embora e pretendo nunca mais ver Dulce, talvez devesse sair com estas duas, arranjar um quarto e comê-las. Tenho certeza, pelo jeito que as coisas estão evoluindo, que as duas transariam na minha frente. Já passei por isso algumas vezes, e é algo que não cansa nunca.


— Sei lá — digo. — Eu tava esperando alguém.


Não faço ideia do que estou dizendo, nem por que estou dizendo.


A garota de cabelo castanho se inclina e coloca a mão na minha coxa.


— A gente é companhia melhor — ela diz num sussurro tórrido, com todas as nuanças óbvias de uma garota que teve muitas e muitas transas de uma noite só.


Tiro a mão dela de cima de mim e fico de pé, enfio novamente as mãos nos bolsos e vou embora. Em qualquer outro momento, eu poderia topar, mas hoje não.


É, provavelmente minha alma está ferida de forma incurável. Preciso sair desta cidade.


Enquanto me afasto das duas garotas sem dizer nada, ouço suas vozes flutuando no ar atrás de mim. Estou pouco me foden/do pro que elas dizem ou o quanto se sentiram rejeitadas.


Daqui a uma hora estarão sentadas no p/au de outro cara e vão esquecer que falaram comigo.


 


 


 


 


Último de hoje meninas, fui muito boazinha e poste 2 a mais hein!! E ai o que acham, Christopher realmente vai embora e deixar a Dulce ai? Chorão


Até amanhã gatinhas <3


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Já passa da meia-noite, agora. Parei num café com acesso à internet e comprei a passagem de avião de Dulce para a Carolina do Norte, depois passei num caixa eletrônico e saquei dinheiro mais do que suficiente para pagar a corrida de táxi dela até o aeroporto, e do aeroporto para sua casa na Carolina do Norte. A caminho do sagu ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 209



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  • Minni Postado em 30/05/2020 - 03:58:34

    Meu Deus, eu li essa história há muitos anos e estou tão emocionada de voltar aqui. É como revisitar meu passado de surtos por Vondy. Muito obrigada por essa história, ela marcou minha infância aqui no fanfics Brasil &#128153;

  • elielma12 Postado em 03/09/2019 - 20:28:15

    Adorei,um dos melhores romances que já li

  • anne_mx Postado em 30/07/2015 - 20:40:11

    Eu ameiiiii essa fic e sabe no começo , não vou mentir eu a achei um pouco chata mais algo me fez a continuar lendo e n me arrependi pq ela é linda e a história me envolveu de uma forma achei lindo a declaração através da carta do Ucker pra Dul amei de verdade,parabéns ah e eu quase chorei emocionada quando vi o túmulo UCKERMANN pensando que fosse Christopher uffa aindda bem que n ,mais enfim parabéns!!!!

  • naty_rbd Postado em 29/11/2014 - 19:08:45

    Ah que isso estou sempre a disposição ;D

  • gabys_vondys2 Postado em 27/11/2014 - 13:47:24

    oie, nao vou dizer que sou leitora nova, pq nao sou, eu acompanhava pelo facebook, sou a Gaby Matos U.U e eu amei o fim... adorei é tão lindo!!! kkk mas serio? Agora eu vou comer vc grávida kkk adorei <3

  • melicia_fagundes Postado em 26/11/2014 - 17:59:26

    Foi lindo! Amei!

  • naty_rbd Postado em 26/11/2014 - 17:24:29

    Ah o final foi lindo kkkk e o Christopher não tem jeito! Que pena que acabou, vou sentir saudades.

  • senhorita_ackles Postado em 26/11/2014 - 11:36:10

    Rebeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeca, sua linda o final foi fantástico, pena que acabou, estava tudo lindo até o Ucker dizer : ''E agora vou comer você grávida.'' kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ri muito, e sim, eu acredito que o amor salva as pessoas mesmo, o amor é lindo, é puro, é sem explicação ai ai, enfim eu dei uma lida em algumas resenhas sobre o segundo livro e tals,, a história é boa, mais parece que os personagens não são os mesmo, sei lá, e fora o lance do bebe e tals, enfim, ai já to com saudades dessa web :'(

  • leticiavondy12 Postado em 26/11/2014 - 11:12:05

    To chorando aqui :( Nem acredito que acabou, nao vou poder ver esses dois maloquinhos em suas aventuras na estrada :( mais foi lindo o final, ela fez a outra metade da tatuagem e ainda vão ter um filhinho :)) vou sentir saudades <3

  • candy_telles Postado em 25/11/2014 - 23:40:48

    Chorei no final, estou emocionada!Parabéns


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