Fanfics Brasil - 109 Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ]

Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ] | Tema: RomanVondy


Capítulo: 109

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— Obrigada, amor, mas você é meio suspeito pra falar. — Olho para trás só o suficiente para lhe endereçar um sorrisinho brincalhão.


— Não, é sério — ele diz, e parece falar a sério mesmo —, você não canta tão mal como pensa.


— Não canto tão mal? — Eu me viro, segurando uma garrafona de óleo Johnson’s. — O que isso significa? Que você acha que eu canto só um pouco mal? — Eu o olho com desdém e mostro o óleo Johnson’s. — Eu falei uma garrafinha.


— Bom, eles não tinham outro tamanho.


— Hã-hã. — Dou outro sorrisinho, deixando a garrafa no balcão da TV.


— Não é isso, eu acho que você não canta nem um pouco mal — Christopher responde, e ouço a cama ranger quando ele se senta na ponta.


Olho para ele no espelho à minha frente.


— Bom, você acertou com o xampu e o condicionador — elogio, tirando os frascos e colocando-os perto do óleo Johnson’s. — Mas o sabonete líquido, nem tanto.


— Quê? — Ele parece sinceramente decepcionado. — Você disse que não era sabonete líquido para lavar a mão. Esse aí diz claramente “Sabonete líquido para banho” no rótulo. — Ele aponta, como que para se justificar.


— Tô brincando — digo, sorrindo gentilmente com sua reação. — Este tá ótimo.


Ele parece aliviado, e deixa a mão cair ao seu lado na cama.


— Você devia cantar. Pelo menos uma vez. Só pra saber como é.


Não gosto dessa lampadazinha acesa que ele parece ter sobre a cabeça. Nem um pouco.


— Hãã, tá... só que não. — Balanço a cabeça para ele pelo espelho. — Da mesma forma que comer baratas ou virar astronauta por um dia, isso não vai acontecer.


Enfio a mão na sacola e tiro... ah, não, ele não trouxe...


— Por que não? — ele pergunta. — Vai ser uma experiência, algo que você nunca pensou em fazer, mas que depois vai te deixar nas nuvens.


— Que-cazzo-é-isto-aqui? — pergunto, me virando, segurando uma caixa de Vagisil.


Ele parece incrivelmente pouco à vontade.


— É... bom, você sabe — ele se encolhe todo —, pras tuas... partes de menina. — Ele acena com a cabeça para minhas “partes de menina”, constrangido.


Meu queixo cai.


— Você não gosta do meu cheiro? Já me viu coçando ali? — Estou tentando não rir.


Os olhos de Christopher ficam do tamanho de pratos.


— Quê... Não! Eu só achei que ia ajudar com a irritação. — Nunca o vi tão constrangido, e ao mesmo tempo chocado. — Ei, não é fácil pra um cara ficar na frente daquela prateleira lendo os rótulos. — Ele começa a gesticular com as mãos. — Eu vi que era pra essa parte do corpo e joguei na cestinha.


Deixo o Vagisil no balcão e ando até ele.


— Bom, esse negócio não vai ajudar a aliviar a irritação causada por... — estufo os lábios — “fricção excessiva”, mas o que vale é a intenção. — Eu me sento no colo dele, a cavalo sobre sua cintura, e me curvo para beijá-lo.


Ele passa os braços pelas minhas costas.


— Então acho que já podemos dizer que não precisamos mais de quartos separados — Christopher diz, sorrindo para mim.


Com os dedos entrelaçados atrás de sua nuca, eu me curvo e o beijo de novo.


— Eu mesma ia pegar suas coisas e trazer pra cá enquanto você tava fora, mas aí lembrei que joguei a cópia da tua chave no chão quando saí de lá ontem.


Ele abaixa suas grandes mãos e segura minha bun-da, me puxando mais para perto.


Depois beija a curva do meu pescoço e fica de pé, me carregando com ele.


— Vou pegar tudo agora — diz, me deixando deslizar cuidadosamente do seu colo. — Acho que vou levar uns dias pra aprender a tocar aquela canção e decorar a letra. Você já parece estar pronta.


Oh-oh...


Estreito os olhos para ele, olhando-o de lado.


— Aprender por quê?


Suas covinhas ficam mais fundas de novo.


— Se bem me lembro, você renunciou à liberdade depois de ganhar aquele jogo de bilhar.


Sua expressão é quase de pura maldade.


Balanço a cabeça, lentamente primeiro, depois com mais veemência quando me dou conta da minha situação.


— Tuas palavras foram — ele diz, com um gesto —, abre aspas: Só quero ficar livre de comer baratas ou botar a bun/da na janela do carro. Sinto muito, gata, mas você precisa aprender a ficar de boca fechada.


— Não... Christopher — fico na frente dele, de braços cruzados —, você não pode me obrigar a cantar na frente de uma plateia. Isso é uma crueldade.


— Com você ou com a plateia?


Ele dá um sorrisão.


Eu piso no pé dele com força.


— Tô brincando! Tô brincando! — ele diz, rindo alto.


— Bom, você não pode me obrigar.


Christopher inclina a cabeça para um lado, aqueles olhos verdes brilhando com um pouco de tudo que o torna irresistível.


— Não, não vou te obrigar a fazer nada, mas... — Que legal, agora ele está fingindo fazer bico. E o pior é que está funcionando! — Eu queria muito, muito, muito que você cantasse. — Ele me segura pelos cotovelos e me puxa para perto.


Rosno para ele e cerro os dentes por trás dos lábios apertados.


Um milhão e um. Um milhão e dois. Um milhão e três.


Respiro fundo.


— Tá.


Seu rosto se ilumina.


— Mas só uma vez! — Levanto um dedo. — E se alguém rir de mim, não me deixa na cadeia!


Ele segura meu rosto, apertando minhas bochechas com as mãos, e beija minha boca de siri.


Suspiro e me levanto, deixando meu stick de carne-seca semidevorada em cima do criado-mudo. Christopher posiciona o violão sobre a coxa e toma um golinho de chá gelado, preparando a boca para cantar.


— Não se preocupe — diz, enquanto me aproximo lentamente —, o cara tem mais versos sozinho do que a garota; ela só faz um solo, o resto você vai cantar junto comigo.


Dou de ombros, nervosa.


— É verdade — admito. — Pelo menos, na maior parte da canção, tua voz vai ajudar a encobrir a minha.


Ele coloca a palheta nos lábios e estende a mão para mim.


— Amor, vem cá.


Ando até lá, pego sua mão e ele me puxa entre suas pernas, o violão entre nós.


Quando fico parada e estou onde ele quer, Christopher tira a palheta da boca.


— Adoro a tua voz, tá? Mas mesmo se você não soubesse cantar, eu ia querer que você fizesse isso. O que os outros pensam não importa.


Meus lábios se erguem num sorriso inseguro e tímido.


— Tá — digo. — Vou fazer isso por você, mas é só por você; trate de se lembrar disso. — Aponto severamente para ele. — Vai ficar me devendo uma.


Ele balança a cabeça.


— Antes de mais nada, não quero que faça isso só por mim, mas, como ensaiar é mais importante do que discutir com você sobre isso, vou esperar até depois de cantar no Old Point pra perguntar se você aproveitou alguma coisa, além de me contentar.


— Acho que é justo.


Ele balança a cabeça uma vez, se posiciona novamente, e então começa a encostar a palheta nas cordas.


— P-peraí... talvez se você também ficar de pé, não vou me sentir tão isolada.


Christopher ri e se levanta da sacada.


— Caramba, garota, tá, vamos fazer do jeito que você quiser. Se resolver cantar com um saco de papel na cabeça, você pode.


Olho para ele como se estivesse apreciando a ideia idiota.


— Não, Dulce, nada de saco na cabeça. Agora vamos fazer isso de uma vez.



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Ensaiamos até bem tarde, até que fomos obrigados a parar porque, aparentemente, estávamos incomodando os hóspedes dos dois lados. E bem na hora que eu estava começando a pegar o jeito de verdade e me soltando mais, sem me preocupar com o que Christopher poderia pensar da minha voz. Acho que eu estava cantando bastante bem. Vamos para a cam ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 209



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  • Minni Postado em 30/05/2020 - 03:58:34

    Meu Deus, eu li essa história há muitos anos e estou tão emocionada de voltar aqui. É como revisitar meu passado de surtos por Vondy. Muito obrigada por essa história, ela marcou minha infância aqui no fanfics Brasil 💙

  • elielma12 Postado em 03/09/2019 - 20:28:15

    Adorei,um dos melhores romances que já li

  • anne_mx Postado em 30/07/2015 - 20:40:11

    Eu ameiiiii essa fic e sabe no começo , não vou mentir eu a achei um pouco chata mais algo me fez a continuar lendo e n me arrependi pq ela é linda e a história me envolveu de uma forma achei lindo a declaração através da carta do Ucker pra Dul amei de verdade,parabéns ah e eu quase chorei emocionada quando vi o túmulo UCKERMANN pensando que fosse Christopher uffa aindda bem que n ,mais enfim parabéns!!!!

  • naty_rbd Postado em 29/11/2014 - 19:08:45

    Ah que isso estou sempre a disposição ;D

  • gabys_vondys2 Postado em 27/11/2014 - 13:47:24

    oie, nao vou dizer que sou leitora nova, pq nao sou, eu acompanhava pelo facebook, sou a Gaby Matos U.U e eu amei o fim... adorei é tão lindo!!! kkk mas serio? Agora eu vou comer vc grávida kkk adorei <3

  • melicia_fagundes Postado em 26/11/2014 - 17:59:26

    Foi lindo! Amei!

  • naty_rbd Postado em 26/11/2014 - 17:24:29

    Ah o final foi lindo kkkk e o Christopher não tem jeito! Que pena que acabou, vou sentir saudades.

  • senhorita_ackles Postado em 26/11/2014 - 11:36:10

    Rebeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeca, sua linda o final foi fantástico, pena que acabou, estava tudo lindo até o Ucker dizer : ''E agora vou comer você grávida.'' kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ri muito, e sim, eu acredito que o amor salva as pessoas mesmo, o amor é lindo, é puro, é sem explicação ai ai, enfim eu dei uma lida em algumas resenhas sobre o segundo livro e tals,, a história é boa, mais parece que os personagens não são os mesmo, sei lá, e fora o lance do bebe e tals, enfim, ai já to com saudades dessa web :'(

  • leticiavondy12 Postado em 26/11/2014 - 11:12:05

    To chorando aqui :( Nem acredito que acabou, nao vou poder ver esses dois maloquinhos em suas aventuras na estrada :( mais foi lindo o final, ela fez a outra metade da tatuagem e ainda vão ter um filhinho :)) vou sentir saudades <3

  • candy_telles Postado em 25/11/2014 - 23:40:48

    Chorei no final, estou emocionada!Parabéns


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