Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ] | Tema: RomanVondy
— Ah, para — digo, vestindo um top preto com alças de corrente bem lindinhas. De jeito nenhum vou usar tomara que caia numa noite como esta. — Eu vi como as garotas te olhavam naquela noite; acho que cantar junto com você é a única vantagem pra mim, porque todo mundo vai prestar atenção demais em você pra notar meus erros.
— Amor, você conhece a canção melhor do que eu — ele diz. — Para de ser tão pessimista. — Sua camiseta preta cobre seus músculos abdominais. Ele está usando um cinto preto e prateado, mas só enfia a camiseta um pouco em volta da fivela, deixando o resto por cima dos seus quadris esculturais. Jeans escuro, o topete meio arrepiado.
O que ele estava dizendo?
— A única coisa que você precisa lembrar — ele continua, enquanto passa desodorante — é de não cantar toda a letra; você poderia cantar menos, mas continua cantando nas minhas partes também. — Ele ergue a sobrancelha, olhando para mim. — Não que isso me incomode, só achei que você ia ficar mais tranquila tendo que cantar menos.
— Eu sei, é que tô tão acostumada a cantar junto a música toda... meio difícil pegar o jeito de não cantar algumas partes.
Christopher balança a cabeça.
Enfio os pés nas minhas sandálias novas e vou me olhar no espelho alto ao lado do balcão da TV.
— Você tá tão sexy — Christopher diz, chegando por trás de mim.
Ele enfia as mãos na minha cintura e beija meu pescoço, depois dá um tapa na minha bun/da coberta pelo jeans justo, quase aderente, e eu dou um gritinho, porque dói.
— E como sempre, gata, adoro as tranças. — Ele passa os polegares pelas duas tranças sobre meus ombros e me beija alegremente na bochecha.
Eu me encolho e o empurro, provocante.
— Vai borrar minha maquiagem.
Christopher se afasta sorrindo, pega a carteira do criado-mudo e enfia no bolso de trás.
— Bom, acho que é isso — ele diz.
Ele vai para o meio do quarto e estende uma mão para mim, com o outro braço dobrado às costas, e faz uma reverência, sorrindo. As pontas dos meus dedos se aproximam dos seus e ele pega a minha mão e me puxa para a porta.
— E o violão?
Paramos antes de abrir a porta e ele me olha, agradecido.
— É, pode ser útil — diz, pegando o violão pelo braço. — Se Eddie não estiver lá, a gente pode dar azar e ficar sem um violão pra tocar.
— Ah, então eu não devia ter falado nada.
Ele balança a cabeça e me puxa para a porta.
Desta vez, vamos de Chevelle. Christopher bateu os olhos nas minhas sandálias e entendeu que eu não conseguiria andar até Algiers calçando esses saltos, e ele não estava a fim de me carregar e carregar o violão. Pegamos a rodovia em vez do ferry , cruzamos o Mississippi e chegamos ao anoitecer. Andar o resto do caminho até o Old Point, como fizemos da primeira vez, teria sido melhor, porque agora, à medida que nos aproximamos, sei que vamos chegar muito rápido.
Estou começando a sentir náuseas.
Estacionamos na Olivier Street e saímos do carro. Meus pés ficam colados na estrada.
Christopher vem para o meu lado e me puxa para os seus braços, me apertando delicadamente.
— Não vou te obrigar a fazer isso — ele diz, mudando de ideia. Tenho certeza de que pareço prestes a botar para fora o almoço tardio que comemos há pouco tempo.
Me afastando do seu peito, ele pega meu rosto em suas mãos e me olha nos olhos.
— É sério, amor, sem brincadeira agora. Não quero que faça isso, nem mesmo por mim, se você não quer de jeito nenhum.
Balanço a cabeça, nervosa, e inspiro profundamente; meu rosto ainda está em suas mãos.
— Não, eu consigo — digo, ainda balançando a cabeça, tentando concentrar minha coragem. — Eu quero fazer.
Ele acaricia minhas bochechas com seus polegares.
— Tem certeza?
— Tenho.
Christopher sorri para mim com aqueles olhos verdes que começo a achar que estão me enfeitiçando de alguma maneira e pega a minha mão. Ele pega o violão do banco de trás e entramos juntos no Old Point.
— Uckermann! — Carla exclama de trás do balcão. Ela levanta a mão e acena para que nos aproximemos.
Ainda de mãos dadas comigo, Christopher ziguezagueia em meio à multidão na direção dela. A TV atrás da cabeça de Carla está passando comerciais; sua luz cria um brilho branco ao redor da mulher.
— Ei, Carla — Christopher diz, se debruçando por cima do balcão para abraçá-la —, Eddie tá aí hoje?
Ela põe as mãos na cintura e sorri para mim.
— Com certeza — diz —, ele tá por aí em algum lugar. Olá, Dulce, é bom te ver de novo.
Sorrio para ela em resposta.
— Você também.
Christopher se senta num banco do bar e indica o banco ao lado. Eu me sento, nervosa. Só consigo pensar em quanta gente há neste lugar. Meus olhos percorrem o salão desconfortavelmente, vendo muitas cabeças balançando e pessoas de pé, agora que a banda voltou a tocar. À medida que a música adquire força, Christopher e Carla praticamente gritam um com o outro por cima do balcão.
— Tem espaço pra gente hoje? — Christopher pergunta.
Carla se debruça mais para perto dele.
— Pra gente? — diz, me olhando de relance. — Uau, vocês dois vão cantar? — Ela parece empolgada.
Meu coração acaba de abandonar seu posto e cair para os joelhos. Engulo em seco um nó de nervosismo olhando para os dois, mas outro se forma imediatamente em seu lugar.
Carla inclina a cabeça para o lado, e seu sorriso, já enorme, fica mais carinhoso.
— Ah, querida, você vai fazer bonito, não precisa ficar nervosa; todos vão adorar você. — Ela mexe atrás do balcão e pega um copo pequeno. Um homem está sentado no balcão ao meu lado, obviamente um cliente assíduo, já que não precisa nem pedir e Carla já está servindo sua bebida.
Mas ela continua dando mais atenção a nós dois.
— Tô tentando falar isso pra ela — Christopher diz —, mas é a primeira vez dela, então preciso dar um desconto.
— A primeira e última vez — corrijo.
Carla sorri secretamente para Christopher e depois me diz: — Bom, não sou a favor da violência, mas se alguém aqui te der trabalho me chama que eu jogo da porta pra fora, do jeito que fazem nos filmes. — Ela pisca para mim e se vira novamente para Christopher.
— Olha lá o Eddie — ela diz, acenando na direção do palco. Eddie está andando pela multidão, usando o mesmo tipo de roupa da última vez que o vi: camisa branca, calça preta, sapatos pretos de verniz e um sorriso grande e enrugado.
— Olha só, Uckermann! — Eddie diz, agarrando a mão de Christopher e puxando-o para um abraço. Depois olha para mim. — Menina! Você tá igualzinha a uma capa de revista! — E também me abraça. Ele cheira a uísque barato e cigarro, mas me sinto reconfortada mesmo assim, por alguma razão.
Christopher está sorrindo de orelha a orelha.
— Dulce vai cantar comigo hoje — diz, todo orgulhoso.
Eddie arregala os olhos, que se tornam grandes bolas brancas cheias de empolgação, incrustadas no pano de fundo marrom-escuro de sua pele. Isso deveria me deixar mais nervosa, como quando Carla ficou sabendo, mas a presença de Eddie está ajudando a me acalmar, na verdade. Talvez eu devesse algemá-lo ao meu pulso enquanto canto.
— Claro — Eddie diz com um sorrisão —, aposto que tua voz é tão bonita quanto o resto.
Eu fico bem vermelha.
— Então sobe lá! — Ele aponta para o palco. — Assim que eles acabarem essa música!
Christopher pega a minha mão e me puxa para o seu lado. Sinto que Eddie é como outro pai para Christopher, e Christopher está feliz por ele gostar tanto de mim.
Eddie vai até o palco e ergue três dedos para nós.
— Mais três minutos!
— Ai meu Deus, tô tão nervosa!
É, Eddie devia ter ficado por perto.
A mão de Christopher aperta a minha. Ele se aproxima do meu ouvido.
— Lembre-se do seguinte: toda essa gente tá só curtindo aqui; ninguém tá aqui pra te julgar; você não tá no The Voice.
Respiro fundo para relaxar.
Ouvimos a banda terminando sua última canção e então a música para, seguida pelo costumeiro som dos instrumentos sendo transportados, afinados ou batendo nas coisas ao serem carregados. Uma onda de vozes tagarelantes fica mais forte sem a música para abafá-la, tomando conta do espaço como um zumbido amplificado e irregular. Uma grossa nuvem de fumaça de cigarro faz o ar parecer abafado, junto com todos os corpos espremidos no recinto.
Quando Christopher vai me puxar para o palco, minhas mãos começam a tremer e eu olho para baixo, notando que minhas unhas estão cravadas na pele dos nós dos dedos dele.
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Ele sorri com ternura e eu o acompanho. — Tô legal? — sussurro para ele. Se eu conseguir fazer isso sem ter um ataque de ansiedade, vou ficar surpresa. — Amor, você tá perfeita. Ele beija a minha testa e encosta o violão na bateria para posicionar o microfone. — A gente vai usar o mesmo microfone — Christopher diz. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 209
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Minni Postado em 30/05/2020 - 03:58:34
Meu Deus, eu li essa história há muitos anos e estou tão emocionada de voltar aqui. É como revisitar meu passado de surtos por Vondy. Muito obrigada por essa história, ela marcou minha infância aqui no fanfics Brasil 💙
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elielma12 Postado em 03/09/2019 - 20:28:15
Adorei,um dos melhores romances que já li
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anne_mx Postado em 30/07/2015 - 20:40:11
Eu ameiiiii essa fic e sabe no começo , não vou mentir eu a achei um pouco chata mais algo me fez a continuar lendo e n me arrependi pq ela é linda e a história me envolveu de uma forma achei lindo a declaração através da carta do Ucker pra Dul amei de verdade,parabéns ah e eu quase chorei emocionada quando vi o túmulo UCKERMANN pensando que fosse Christopher uffa aindda bem que n ,mais enfim parabéns!!!!
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naty_rbd Postado em 29/11/2014 - 19:08:45
Ah que isso estou sempre a disposição ;D
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gabys_vondys2 Postado em 27/11/2014 - 13:47:24
oie, nao vou dizer que sou leitora nova, pq nao sou, eu acompanhava pelo facebook, sou a Gaby Matos U.U e eu amei o fim... adorei é tão lindo!!! kkk mas serio? Agora eu vou comer vc grávida kkk adorei <3
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melicia_fagundes Postado em 26/11/2014 - 17:59:26
Foi lindo! Amei!
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naty_rbd Postado em 26/11/2014 - 17:24:29
Ah o final foi lindo kkkk e o Christopher não tem jeito! Que pena que acabou, vou sentir saudades.
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senhorita_ackles Postado em 26/11/2014 - 11:36:10
Rebeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeca, sua linda o final foi fantástico, pena que acabou, estava tudo lindo até o Ucker dizer : ''E agora vou comer você grávida.'' kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ri muito, e sim, eu acredito que o amor salva as pessoas mesmo, o amor é lindo, é puro, é sem explicação ai ai, enfim eu dei uma lida em algumas resenhas sobre o segundo livro e tals,, a história é boa, mais parece que os personagens não são os mesmo, sei lá, e fora o lance do bebe e tals, enfim, ai já to com saudades dessa web :'(
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leticiavondy12 Postado em 26/11/2014 - 11:12:05
To chorando aqui :( Nem acredito que acabou, nao vou poder ver esses dois maloquinhos em suas aventuras na estrada :( mais foi lindo o final, ela fez a outra metade da tatuagem e ainda vão ter um filhinho :)) vou sentir saudades <3
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candy_telles Postado em 25/11/2014 - 23:40:48
Chorei no final, estou emocionada!Parabéns