Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ] | Tema: RomanVondy
Ele sorri com ternura e eu o acompanho.
— Tô legal? — sussurro para ele.
Se eu conseguir fazer isso sem ter um ataque de ansiedade, vou ficar surpresa.
— Amor, você tá perfeita.
Ele beija a minha testa e encosta o violão na bateria para posicionar o microfone.
— A gente vai usar o mesmo microfone — Christopher diz. — Mas vê se não me dá uma cabeçada.
Estreito os olhos para ele.
— Não tem graça.
— Não tô fazendo graça — ele diz, rindo baixinho —, tô falando sério.
Várias pessoas da plateia já estão olhando para nós, mas a maioria está ocupada com outras coisas. Não posso fazer nada senão ficar ali de pé, e só isso já está me deixando mais nervosa. Christopher pelo menos pode se preocupar com o violão. Eu fico só ruminando os pensamentos na minha cabeça.
— Você tá pronta? — ele pergunta ao meu lado.
— Não, mas vamos acabar com isso de uma vez.
Olhamos um para o outro e ele mexe a boca sem som: — Um. Dois. Três...
Cantamos juntos:
— Ooooh... oooh... oooh...oooh! — Pausa de um segundo. — Ooooh... oooh... oooh...oooh!
Violão.
Dezenas de cabeças viram ao mesmo tempo, e o burburinho cessa como uma torneira que se fecha.
Enquanto Christopher toca o primeiro compasso e está se preparando para cantar a primeira estrofe, estou tão apavorada por dentro que sinto que não consigo mover nada além dos olhos. Mas quanto mais ele toca, mais meu corpo não consegue deixar de se mover no ritmo da música.
Praticamente todos os presentes já estão balançando a cabeça, acompanhando o som.
Christopher começa a cantar a primeira estrofe.
E depois, brevemente juntos de novo:
— Ooooh...
Então vem o refrão e nós dois cantamos a letra, e sei que vou ter que soltar um agudo em...
Consegui!
Christopher sorri muito para mim ao entrar direto na estrofe seguinte, já dedilhando o violão sem errar um acorde, como se soubesse tocar a canção desde criança.
A plateia está realmente entrando na onda. Pessoas balançam a cabeça umas para as outras, como quem diz: Eles são muito bons, e sinto meu rosto se iluminar quando começo a cantar minha parte com Christopher de novo, e cada vez com mais confiança. Estou movendo meu corpo com mais naturalidade no ritmo da música agora, e acho que perdi quase completamente o medo, mas meu solo... ai meu Deus, agora vem o meu solo...
Christopher me olha nos olhos, como se estivesse usando o olhar para se concentrar e ficar calmo enquanto toca o violão.
Ele para junto com a música e bate no corpo do violão antes do meu primeiro verso, dedilha a guitarra e para de novo, batendo no violão depois do segundo e assim por diante, até que canto minha última nota e Christopher começa a tocar a todo o volume de novo enquanto me diz num sussurro:
— Impecável — e começa a cantar de novo. Ele está sorrindo tanto. Eu também. Juntamos nossos rostos e soltamos a voz no microfone durante a parte mais rápida.
— Woooh... ooooh... ooooh!
O violão fica mais lento e cantamos o último refrão juntos, baixinho, e ele me beija na boca depois que ambos dizemos:
— ... soul... — E a canção acaba.
A plateia explode em aplausos e gritos. Ouço até um cara dizendo: — Mais um! — De algum lugar ao fundo.
Christopher me puxa para perto e me beija de novo, apertando os lábios com força nos meus na frente de todos.
— Caramba, amor, você foi demais! — Seus olhos estão brilhando, todo o seu rosto está iluminado por eles.
— Não acredito que consegui! — Estou praticamente gritando com ele, porque as vozes ao nosso redor estão muito altas.
Estou arrepiada da cabeça aos pés.
— Quer cantar de novo? — ele pergunta.
Engulo em seco.
— Não, não tô pronta! Mas fico feliz por ter cantado uma vez!
— Tô tão orgulhoso de você!
Alguns caras mais velhos se aproximam, segurando cervejas. O barbudo diz: — Você tem que dançar comigo! — Ele ergue os braços e faz uma dancinha embaraçosa.
Fico vermelha e vejo os olhos de Christopher sorrindo.
— Mas não tem música! — digo para o homem.
— Não tem o ca/cete! — Ele aponta para alguém do outro lado do salão, e alguns segundos depois a jukebox perto da máquina de venda automática e de um jogo de fliperama começa a tocar.
Estou tão empolgada por ter conseguido cantar a música no palco que isso, e também o sentimento de culpa caso eu recusasse, torna obrigatório dançar com esse cara.
Olho mais uma vez para Christopher e ele pisca para mim.
O barbudo pega a minha mão, segura-a acima da minha cabeça e eu rodopio instintivamente. Danço com ele duas músicas antes de Christopher “me salvar” entrando suavemente no meio de nós e apertando ao máximo meu corpo contra o seu, mexendo os quadris encostados nos meus. Suas mãos estão na minha cintura.
Dançamos e tagarelamos com várias pessoas e até jogamos dardos com Carla antes de finalmente ir embora, depois da meia-noite.
No caminho de volta, Christopher me olha e diz:
— E então, como se sente? — Seus lábios formam um sorriso experiente.
— Você tinha razão — respondo. — Me sinto... sei lá, diferente, mas de um jeito bom; nunca pensei que eu fosse fazer uma coisa dessas.
— Bom, fico feliz por você ter feito. — Ele sorri com ternura.
Solto meu cinto de segurança e vou para perto de Christopher. Ele passa o braço em volta de mim.
— E então, que tal amanhã à noite?
— Hã?
— Quer cantar amanhã à noite?
— Não, acho que não consigo...
— Tá, tudo bem — ele diz, esfregando meu braço. — Uma vez já é mais do que eu esperava, então não vou ficar te enchendo.
— Não — digo, erguendo o corpo e me virando para olhá-lo. — Sabe de uma coisa? Eu quero, sim. Quero cantar de novo.
Seu queixo recua num movimento de surpresa.
— Sério?
— Sério, sim. — Abro um sorriso cheio de dentes.
Ele faz o mesmo.
— Tudo bem — diz, batendo de leve no volante —, vamos cantar amanhã.
Christopher me leva de volta para o hotel e transamos no chuveiro antes de irmos para a cama.
Ficamos em Nova Orleans mais duas semanas, tocando no Old Point e depois passando por vários outros bares e clubes por toda a cidade. Um mês atrás, cantar e me apresentar ao vivo em clubes estava tão no final da lista de coisas que eu conseguia me imaginar fazendo que pareceria ridículo, mas de repente, lá estava eu cantando a plenos pulmões Barton Hollow e algumas outras canções nas quais eu podia ficar na sombra de Christopher e não ser o centro das atenções. Mas todos nos adoravam. Tantas pessoas nos paravam depois de cada apresentação, apertavam nossas mãos e perguntavam se podíamos cantar esta ou aquela música, mas Christopher sempre recusava. Ainda fico nervosa demais com esse negócio para conseguir atender a pedidos. E para minha estarrecedora surpresa, mais de um desconhecido pediu meu autógrafo e uma foto ao meu lado. Deviam estar simplesmente muito bêbados. Resolvi acreditar nisso, porque qualquer outra coisa seria esquisita demais.
No final daquelas duas semanas, Christopher tinha uma nova banda favorita para acrescentar à sua lista. Ele adora The Civil Wars tanto quanto eu. E noite passada, nossa última noite em Nova Orleans, ficamos deitados juntos, cantando Poison & Wine junto com o celular ao lado da cama... e... por meio dessa letra, acho que dissemos coisas que queríamos dizer um ao outro...
Acho que dissemos...
Chorei baixinho até dormir em seus braços.
Eu morri e fui para o céu. Sim... acho que finalmente morri.
Último de hoje <3 É gatinhas... a web tá chegando ao fim... Eu estou em dúvida em postar o 2 livro ou não.
Autor(a):
Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
POV Christopher — Você tem que fazer, só pra ter certeza — Marsters disse, sentado em sua poltrona preta clichê, em sua sala clichê, usando um uniforme clichê. — Não tenho que fazer nada — eu retruco, sentado do outro lado. — O que mais resta dizer? O que mais resta para se achar? ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 209
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
Minni Postado em 30/05/2020 - 03:58:34
Meu Deus, eu li essa história há muitos anos e estou tão emocionada de voltar aqui. É como revisitar meu passado de surtos por Vondy. Muito obrigada por essa história, ela marcou minha infância aqui no fanfics Brasil 💙
-
elielma12 Postado em 03/09/2019 - 20:28:15
Adorei,um dos melhores romances que já li
-
anne_mx Postado em 30/07/2015 - 20:40:11
Eu ameiiiii essa fic e sabe no começo , não vou mentir eu a achei um pouco chata mais algo me fez a continuar lendo e n me arrependi pq ela é linda e a história me envolveu de uma forma achei lindo a declaração através da carta do Ucker pra Dul amei de verdade,parabéns ah e eu quase chorei emocionada quando vi o túmulo UCKERMANN pensando que fosse Christopher uffa aindda bem que n ,mais enfim parabéns!!!!
-
naty_rbd Postado em 29/11/2014 - 19:08:45
Ah que isso estou sempre a disposição ;D
-
gabys_vondys2 Postado em 27/11/2014 - 13:47:24
oie, nao vou dizer que sou leitora nova, pq nao sou, eu acompanhava pelo facebook, sou a Gaby Matos U.U e eu amei o fim... adorei é tão lindo!!! kkk mas serio? Agora eu vou comer vc grávida kkk adorei <3
-
melicia_fagundes Postado em 26/11/2014 - 17:59:26
Foi lindo! Amei!
-
naty_rbd Postado em 26/11/2014 - 17:24:29
Ah o final foi lindo kkkk e o Christopher não tem jeito! Que pena que acabou, vou sentir saudades.
-
senhorita_ackles Postado em 26/11/2014 - 11:36:10
Rebeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeca, sua linda o final foi fantástico, pena que acabou, estava tudo lindo até o Ucker dizer : ''E agora vou comer você grávida.'' kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ri muito, e sim, eu acredito que o amor salva as pessoas mesmo, o amor é lindo, é puro, é sem explicação ai ai, enfim eu dei uma lida em algumas resenhas sobre o segundo livro e tals,, a história é boa, mais parece que os personagens não são os mesmo, sei lá, e fora o lance do bebe e tals, enfim, ai já to com saudades dessa web :'(
-
leticiavondy12 Postado em 26/11/2014 - 11:12:05
To chorando aqui :( Nem acredito que acabou, nao vou poder ver esses dois maloquinhos em suas aventuras na estrada :( mais foi lindo o final, ela fez a outra metade da tatuagem e ainda vão ter um filhinho :)) vou sentir saudades <3
-
candy_telles Postado em 25/11/2014 - 23:40:48
Chorei no final, estou emocionada!Parabéns