Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ] | Tema: RomanVondy
Antes que a atendente possa responder, digo:
— Ele parou! O-o que é que eu faço?
— Tá, moça, quero que você vire o corpo dele de lado. Vamos mandar uma ambulância. Qual o endereço?
Enquanto o estou virando de lado, a pergunta me imobiliza. Eu... eu não sei a por/ra do endereço! Pu/ta que pa/riu!
— Eu-eu não sei o... — Pulo de pé e corro até a pilha de correspondência sobre o balcão, descubro o endereço no primeiro envelope e leio para ela.
— Uma ambulância está a caminho. Quer continuar falando comigo até que ela chegue?
Não sei bem o que a atendente disse, ou se não disse nada, na verdade, e só imaginei, mas não respondo. Não consigo tirar os olhos de Christopher, deitado inconsciente no chão da cozinha.
— Ele tá inconsciente! Meu Deus, por que ele não acorda?! — Minha mão desocupada está sobre meus lábios.
— Isso não é incomum — ela diz, e finalmente volto a prestar atenção em sua voz. — Quer continuar na linha até a ambulância chegar aí?
— ... Sim, por favor, não desliga. Por favor.
— Tudo bem, estou aqui — ela diz, e sua voz é meu único consolo. Não consigo respirar. Não consigo pensar. Não consigo falar. Só consigo olhar para ele. Tenho medo até de me sentar no chão ao seu lado, e ele ter outra convulsão e eu estar no caminho.
Minutos depois, ouço uma sirene uivando na rua.
— Acho que chegaram — digo ao telefone com voz distante.
Ainda não consigo olhar para nada, a não ser para Christopher. Por que isso está acontecendo?
Batem à porta e finalmente me levanto e vou correndo abri-la para os paramédicos.
Nem me lembro de ter largado o celular de Christopher no chão enquanto a atendente ainda estava na linha. Quando dou por mim, Christopher está sendo colocado numa maca e amarrado.
— Qual o nome dele? — uma voz pergunta, e tenho certeza que é de um dos paramédicos, mas não consigo ver o rosto dele. Só o que vejo é o de Christopher, enquanto o empurram porta afora na maca.
— Christopher Uckermann — respondo baixinho.
Ouço vagamente o paramédico dizer o nome do hospital para onde ele será levado. E quando eles saem, fico parada ali, olhando para a porta, onde o vi pela última vez. Levo vários longos minutos para voltar a mim, e a primeira coisa que faço é pegar o celular dele e procurar o telefone de sua mãe. Ouço-a chorar do outro lado quando conto o que aconteceu, e acho que ela derruba o telefone.
— Sra. Uckermann? — Sinto as lágrimas queimando meus olhos. — Sra. Uckermann? — Mas ela não responde mais.
Finalmente, visto uma roupa — nem sei o que vesti — pego a chave do carro de Christopher, minha bolsa e saio correndo. Dirijo o Chevelle por alguns minutos até me dar conta de que não sei aonde estou indo, nem onde estou. Encontro um posto de gasolina, pergunto como chegar ao hospital e eles me informam, mas mal consigo encontrar o caminho sem me perder. Minha cabeça não está funcionando bem. Bato a porta do carro e corro para o pronto-socorro com a bolsa jogada no ombro. Se caísse, eu não ia nem notar. A enfermeira da recepção digita no teclado para conseguir informações, me aponta o caminho e vou parar numa sala de espera. E estou totalmente sozinha.
Acho que passou uma hora, mas posso estar errada. Uma hora. Cinco minutos. Uma semana. Não faz diferença; a sensação seria a mesma, para mim. Meu peito dói de tanto chorar. Já andei tanto de um lado para outro que comecei a contar as sujeirinhas do carpete enquanto vou e volto.
Mais uma hora.
Esta sala de espera é tão incrivelmente sem graça, com paredes marrons e bancos marrons bem dispostos em duas fileiras no meio da sala. Num relógio no alto da parede, por cima da porta, o ponteiro dos segundos gira e gira, e embora seja baixo demais para ouvir, minha mente acredita que consigo ouvi-lo. Há uma cafeteira e uma pia perto de mim. Um homem — acho — acaba de entrar por uma porta lateral, encher um copinho de isopor e sair de novo.
Mais uma hora.
Minha cabeça dói. Meus lábios estão secos e rachados. Eu os lambo constantemente, o que só piora seu estado. Não vejo uma enfermeira passar por aqui há muito tempo, e começo a me arrepender de não ter parado a última que vi antes que ela desaparecesse no corredor longo, estéril e iluminado por lâmpadas fluorescentes que sai da sala de espera.
Por que essa demora? O que está acontecendo?
Bato a testa na palma da mão, e quando vou pegar o celular de Christopher na minha bolsa, ouço uma voz conhecida:
— Dulce?
Eu me viro.
O irmão mais novo de Christopher, Tomas, está entrando na sala.
Quero me sentir aliviada por alguém finalmente ter aparecido para falar comigo, para interromper essa sensação de um nada profundo e doloroso, mas não consigo ficar aliviada, pois só posso esperar que ele me conte algo terrível a respeito de Christopher.
Tomas nem estava no Texas, até onde eu sei, e se ele apareceu aqui de repente, significa que pegou o primeiro voo de onde quer que estivesse, e as pessoas só fazem isso quando algo ruim acontece.
— Tomas? — digo, com as lágrimas prendendo minha voz.
Nem hesito e corro para os seus braços. Ele me abraça forte.
— Por favor, me diz o que tá acontecendo? — pergunto, com lágrimas correndo novamente dos meus olhos. — O Christopher tá bem?
Tomas segura a minha mão e me leva até uma cadeira, e me sento ao lado dele, apertando minha bolsa no colo, só para poder me segurar em alguma coisa.
Tomas é tão parecido com Christopher que meu coração dói.
Ele sorri com ternura para mim.
— Ele tá bem agora — diz, e essa frase tão curta basta para encher todo o meu corpo de energia. — Mas provavelmente não vai continuar assim.
E com a mesma rapidez, aquela energia esperançosa se esvai novamente, levando com ela outras partes de mim: meu coração, minha alma, aquele fiapo de esperança que mantive todo esse tempo, desde que tudo começou. O que Tomas está dizendo... o que ele está tentando me dizer?
Meu peito estremece com as lágrimas.
— Como assim? — Mal consigo dizer essas palavras.
Ele respira calmamente.
— Há mais ou menos oito meses — Tomas diz com cuidado —, meu irmão ficou sabendo que tinha um tumor no cérebro...
Meu coração se foi. Minha respiração se foi.
Minha bolsa cai no chão, espalhando tudo, mas não consigo me mover para pegá-la. Não consigo mover... nada.
Autor(a):
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Sinto a mão de Tomas pegando a minha. — Por causa da doença do nosso pai, Christopher se recusou a fazer outros exames. Ele tinha outra consulta com o dr. Marsters naquela mesma semana, mas não quis ir. Mamãe e Christian tentaram de tudo para que ele fosse se consultar. Até onde eu sei, ele chegou a concordar, mas acabou não i ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 209
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Minni Postado em 30/05/2020 - 03:58:34
Meu Deus, eu li essa história há muitos anos e estou tão emocionada de voltar aqui. É como revisitar meu passado de surtos por Vondy. Muito obrigada por essa história, ela marcou minha infância aqui no fanfics Brasil 💙
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elielma12 Postado em 03/09/2019 - 20:28:15
Adorei,um dos melhores romances que já li
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anne_mx Postado em 30/07/2015 - 20:40:11
Eu ameiiiii essa fic e sabe no começo , não vou mentir eu a achei um pouco chata mais algo me fez a continuar lendo e n me arrependi pq ela é linda e a história me envolveu de uma forma achei lindo a declaração através da carta do Ucker pra Dul amei de verdade,parabéns ah e eu quase chorei emocionada quando vi o túmulo UCKERMANN pensando que fosse Christopher uffa aindda bem que n ,mais enfim parabéns!!!!
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naty_rbd Postado em 29/11/2014 - 19:08:45
Ah que isso estou sempre a disposição ;D
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gabys_vondys2 Postado em 27/11/2014 - 13:47:24
oie, nao vou dizer que sou leitora nova, pq nao sou, eu acompanhava pelo facebook, sou a Gaby Matos U.U e eu amei o fim... adorei é tão lindo!!! kkk mas serio? Agora eu vou comer vc grávida kkk adorei <3
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melicia_fagundes Postado em 26/11/2014 - 17:59:26
Foi lindo! Amei!
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naty_rbd Postado em 26/11/2014 - 17:24:29
Ah o final foi lindo kkkk e o Christopher não tem jeito! Que pena que acabou, vou sentir saudades.
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senhorita_ackles Postado em 26/11/2014 - 11:36:10
Rebeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeca, sua linda o final foi fantástico, pena que acabou, estava tudo lindo até o Ucker dizer : ''E agora vou comer você grávida.'' kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ri muito, e sim, eu acredito que o amor salva as pessoas mesmo, o amor é lindo, é puro, é sem explicação ai ai, enfim eu dei uma lida em algumas resenhas sobre o segundo livro e tals,, a história é boa, mais parece que os personagens não são os mesmo, sei lá, e fora o lance do bebe e tals, enfim, ai já to com saudades dessa web :'(
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leticiavondy12 Postado em 26/11/2014 - 11:12:05
To chorando aqui :( Nem acredito que acabou, nao vou poder ver esses dois maloquinhos em suas aventuras na estrada :( mais foi lindo o final, ela fez a outra metade da tatuagem e ainda vão ter um filhinho :)) vou sentir saudades <3
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candy_telles Postado em 25/11/2014 - 23:40:48
Chorei no final, estou emocionada!Parabéns