Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ] | Tema: RomanVondy
Praticamente desabo sobre seu corpo e em seus braços. Ele me abraça tão forte, embora não tão forte quanto quero. Quero que ele me mate esmagada e nunca mais me solte, que me leve junto com ele. Mas Christopher ainda está fraco.
Posso perceber que o que ele está enfrentando o está esgotando rapidamente. Christopher segura meu rosto com as mãos, afasta o cabelo dos meus olhos e enxuga com beijos as lágrimas que me esforcei tanto para esconder para o bem dele, para que ele não tivesse que gastar nada de suas forças comigo. Mas o coração tem vontade própria e sempre consegue o que quer, especialmente quando está morrendo.
— Eu sinto muito — ele diz numa voz dolorosa e desesperada, com meu rosto ainda em suas mãos. — Eu não podia te contar, Dulce... não queria que nosso tempo juntos fosse diferente de como foi.
Lágrimas caem dos meus olhos, pingando em seus dedos e escorrendo pelos seus pulsos.
— Espero que você não...
— Não, Christopher... — eu engulo algumas lágrimas — ... eu entendo você; não precisa explicar. Ainda bem que você não me contou...
Christopher parece surpreso, mas feliz. Ele puxa o meu rosto e beija meus lábios.
— Você tem razão — digo. — Se você tivesse me contado, nosso tempo juntos teria sido sinistro e... eu-eu não sei, mas teria sido diferente, e não suporto imaginá-lo diferente; mas, Christopher, eu queria que você tivesse me contado só por um motivo: eu ia fazer qualquer coisa, qualquer coisa pra te levar pra um hospital antes. — Minha voz começa a ficar mais alta quando a triste verdade das minhas palavras me machuca ao dizê-las. — Você poderia ter...
Christopher balança a cabeça.
— Amor, já era tarde demais.
— Não fala isso! Agora ainda não é tarde demais! Você ainda tá aqui, ainda há uma chance.
Ele sorri com ternura e suas mãos finalmente soltam meu rosto, voltando para os lados do seu corpo, sobre o cobertor branco do hospital que o cobre. Um cateter sai das costas de sua mão e vai para uma máquina.
— Tô sendo realista, Dulce. Eles já me falaram que minhas chances não são boas.
— Mas ainda existe uma chance — discordo, segurando mais lágrimas e querendo poder desligá-las apertando um botão. — Uma pequena chance é melhor do que chance nenhuma.
— Se eu deixar que me operem.
Sinto que levei um tapa na cara.
— Como assim, se?
Seus olhos desviam dos meus.
Seguro o seu queixo com firmeza, fazendo-o virar e me olhar.
— Não tem nada de “se”, Christopher, você não pode estar falando sério.
Christopher estende a mão e abre espaço na cama. Ele me convida a deitar ao seu lado, e quando me encolho para deitar, passa um braço por cima de mim e me puxa para perto.
— Se eu não tivesse conhecido você — ele diz, olhando nos meus olhos, a centímetros dos dele —, nunca ia fazer isso. Se você não estivesse aqui comigo agora, eu não ia querer. Ia achar um desperdício de dinheiro e de tempo que só daria uma falsa esperança pra minha família, atrasando o inevitável.
— Mas você vai deixar que eles te operem — digo, desconfiada, embora seja mais uma pergunta.
Ele roça minha bochecha com o polegar.
— Eu faço qualquer coisa por você, Dulce Saviñon. Não importa o que seja, não importa... peça o que quiser que eu faço. Sem exceções.
Soluços sacodem meu peito.
Antes que eu possa dizer mais nada, Christopher passa a mão no meu rosto, afastando o meu cabelo. Ele me olha profundamente nos olhos.
— Eu vou deixar.
Esmago minha boca sobre a dele e nos beijamos febrilmente.
— Não posso te perder — digo. — A gente tem a estrada à nossa frente. Você é meu parceiro no crime. — Forço um sorriso em meio às minhas lágrimas.
Ele beija a minha testa.
Ficamos deitados juntos por um tempinho, falando da cirurgia e dos exames que ainda precisam ser feitos, e eu digo que não vou sair do lado dele. Vou ficar ali com ele pelo tempo que for preciso. E ficamos falando e falando dos lugares que queremos visitar, e ele começa a lembrar canções que quer que eu aprenda para podermos cantá-las juntos na estrada. Nunca estive tão disposta a cantar com ele quanto estou agora. Eu toparia enfrentar Celine Dion ou uma cantora de ópera — não me importa. Eu toparia. O público todo com certeza sairia correndo e gritando, mas eu toparia. Uma enfermeira vem ver como ele está, e Christopher recupera um pouco de sua personalidade brincalhona e mexe com ela, dizendo que ela podia se deitar conosco se quisesse fazer algo a três.
A enfermeira apenas sorriu, revirando os olhos, e continuou com seu trabalho. Ela se sentiu bonita e poderosa, e era só isso que ele queria.
Por um momento, enquanto estou deitada naquela cama com Christopher, é como quando estávamos na estrada. Não pensamos em doença ou morte e não choramos. Só conversamos e rimos e de vez em quando ele tenta me tocar em todos os lugares certos.
Eu dou risadinhas e afasto suas mãos, pois sinto que estou fazendo algo errado. Que ele deveria estar descansando.
Finalmente, eu cedo e deixo. Porque ele é persistente. E, claro, irresistível. Deixo que ele me toque por baixo do cobertor, e depois faço o mesmo por ele com a mão.
Depois de mais uma hora, me levanto da cama.
— Gata, qual o problema?
— Problema nenhum — digo sorrindo, e então tiro a calça e a camiseta.
Ele está sorrindo de orelha a orelha. Eu sabia que as engrenagens pervertidas da cabeça dele começariam a rodar antes de qualquer coisa.
— Por mais que eu fosse adorar transar com você num quarto de hospital — digo, voltando a me deitar —, isso não vai acontecer; você vai precisar de todas as suas forças pra cirurgia. — Eu transaria com ele nessa cama numa boa, mas no momento não estou pensando em sexo.
Christopher me olha, curioso, quando me de to novamente ao lado dele só de calcinha e sutiã e me aninho em seu corpo, como antes. Por baixo do cobertor, ele só está usando uma calça fina do hospital. Aperto bem o meu peito contra o seu e enrosco minhas pernas nas dele. Nossos corpos estão perfeitamente alinhados, nossas costelas se tocando.
— O que você vai fazer? — ele pergunta, ficando mais curioso e impaciente, mas adorando cada segundo.
Eu mexo meu braço livre e traço sua tatuagem de Eurídice com os dedos. Ele observa com atenção. E quando meu dedo indicador encontra o cotovelo de Eurídice, onde a tinta termina, eu o passo na minha pele para continuar o desenho.
— Quero ser tua Eurídice, se você deixar.
Seu rosto se ilumina e suas covinhas ficam mais fundas.
— Quero fazer a outra metade — continuo, tocando seus lábios com meus dedos, agora. — Quero desenhar Orfeu nas minhas costelas e reunir os dois.
Ele está em choque. Posso ver isso nos seus olhos brilhantes.
— Amor, não precisa fazer isso; nas costelas dói pra c/acete.
— Mas eu quero fazer, e não me importa quanto vai doer.
Seus olhos ficam cheios d’água quando ele olha para mim, e então sua boca cobre a minha e nossas línguas dançam juntas por um longo momento cheio de amor.
— Eu adoraria isso — ele sussurra nos meus lábios.
Eu o beijo de leve e sussurro em resposta:
— Depois da cirurgia, quando você estiver bem o suficiente, a gente vai.
Ele balança a cabeça.
— É, Gus vai precisar mesmo que eu esteja lá pra alinhar a tua tatuagem com a minha; ele riu da minha cara quando mandei fazer esta.
Eu sorrio.
— Riu, é?
— Sim. — Christopher dá uma risadinha. — Me acusou de ser um romântico incurável e ameaçou contar pros meus amigos. Respondi que ele era igualzinho ao meu pai e mandei calar a boca. Gus é um cara legal, e um tremendo tatuador.
— Tô vendo.
Christopher passa os dedos no meu cabelo, sempre penteando-o para trás. E enquanto me olha, examinando meu rosto, me pergunto o que está passando pela sua cabeça. Seu sorriso lindo desapareceu, e ele parece mais concentrado e cauteloso.
— Dulce, quero que você esteja preparada.
— Não começa...
— Não, amor, você precisa fazer isso por mim — ele diz, com preocupação no olhar. — Você não pode ter 100% de certeza de que vou sobreviver. Não pode fazer isso.
— Christopher, por favor. Para.
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 209
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Minni Postado em 30/05/2020 - 03:58:34
Meu Deus, eu li essa história há muitos anos e estou tão emocionada de voltar aqui. É como revisitar meu passado de surtos por Vondy. Muito obrigada por essa história, ela marcou minha infância aqui no fanfics Brasil 💙
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elielma12 Postado em 03/09/2019 - 20:28:15
Adorei,um dos melhores romances que já li
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anne_mx Postado em 30/07/2015 - 20:40:11
Eu ameiiiii essa fic e sabe no começo , não vou mentir eu a achei um pouco chata mais algo me fez a continuar lendo e n me arrependi pq ela é linda e a história me envolveu de uma forma achei lindo a declaração através da carta do Ucker pra Dul amei de verdade,parabéns ah e eu quase chorei emocionada quando vi o túmulo UCKERMANN pensando que fosse Christopher uffa aindda bem que n ,mais enfim parabéns!!!!
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naty_rbd Postado em 29/11/2014 - 19:08:45
Ah que isso estou sempre a disposição ;D
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gabys_vondys2 Postado em 27/11/2014 - 13:47:24
oie, nao vou dizer que sou leitora nova, pq nao sou, eu acompanhava pelo facebook, sou a Gaby Matos U.U e eu amei o fim... adorei é tão lindo!!! kkk mas serio? Agora eu vou comer vc grávida kkk adorei <3
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melicia_fagundes Postado em 26/11/2014 - 17:59:26
Foi lindo! Amei!
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naty_rbd Postado em 26/11/2014 - 17:24:29
Ah o final foi lindo kkkk e o Christopher não tem jeito! Que pena que acabou, vou sentir saudades.
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senhorita_ackles Postado em 26/11/2014 - 11:36:10
Rebeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeca, sua linda o final foi fantástico, pena que acabou, estava tudo lindo até o Ucker dizer : ''E agora vou comer você grávida.'' kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ri muito, e sim, eu acredito que o amor salva as pessoas mesmo, o amor é lindo, é puro, é sem explicação ai ai, enfim eu dei uma lida em algumas resenhas sobre o segundo livro e tals,, a história é boa, mais parece que os personagens não são os mesmo, sei lá, e fora o lance do bebe e tals, enfim, ai já to com saudades dessa web :'(
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leticiavondy12 Postado em 26/11/2014 - 11:12:05
To chorando aqui :( Nem acredito que acabou, nao vou poder ver esses dois maloquinhos em suas aventuras na estrada :( mais foi lindo o final, ela fez a outra metade da tatuagem e ainda vão ter um filhinho :)) vou sentir saudades <3
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candy_telles Postado em 25/11/2014 - 23:40:48
Chorei no final, estou emocionada!Parabéns