Fanfics Brasil - 127 Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ]

Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ] | Tema: RomanVondy


Capítulo: 127

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Ele põe quatro dedos sobre meus lábios, me calando. Já estou chorando de novo.


Ele está tentando ser o mais suave possível com a verdade, contendo suas próprias lágrimas e emoções até melhor do que eu consigo. É ele que pode morrer, e sou eu que estou sem forças. Isso me deixa furiosa, mas não posso fazer nada além de chorar e ficar puta comigo mesma.


— Só me promete que vai continuar dizendo a si mesma que eu posso morrer.


— Não posso pensar uma coisa dessas!


Ele me abraça mais forte.


— Promete.


Cerro os dentes, sentindo meu maxilar rangendo dentro das bochechas. Meu nariz e meus olhos ardem e queimam.


Finalmente digo:


— ... Prometo — e isso esmaga meu coração. — Mas você precisa me prometer que vai sair dessa — digo, apertando a cabeça sob o queixo dele de novo. — Não consigo ficar sem você, Christopher. Você deve saber que não consigo.


— Eu sei, meu amor... eu sei.


Silêncio.


— Você canta pra mim? — ele pergunta.


— O que você quer que eu cante?


— Dust in the Wind — ele responde.


— Não. Não vou cantar essa música. Nunca mais me peça isso. Nunca.


Seus braços se apertam ao meu redor.


— Então canta qualquer uma — ele sussurra —, só quero ouvir tua voz.


E assim, começo a cantar Poison & Wine, a mesma que cantamos juntos em Nova Orleans quando ficamos deitados nos braços um do outro naquela noite. Ele canta comigo algumas estrofes, mas posso ver o quanto está fraco por dentro, porque mal consegue alcançar as notas.


Adormecemos nos braços um do outro.


— Preciso fazer uns exames — ouço uma voz dizendo acima da cama.


Abro os olhos e vejo a enfermeira do sexo a três parada ao lado da cama. Christopher também acorda.


Já é de tardinha, e posso ver pela janela que vai escurecer logo.


— É melhor você se vestir — diz a enfermeira, com um sorriso compreensivo.


Ela deve achar que Christopher e eu fizemos de tudo aqui em algum momento, considerando que estou seminua.


Saio da cama e me visto enquanto a enfermeira verifica os sinais de Christopher e parece prepará-lo para sair do quarto com ela. Há uma cadeira de rodas perto do pé da cama.


— Que tipo de exames? — Christopher pergunta com voz fraca.


A fraqueza da sua voz me faz olhar. Ele não parece bem. Parece... desorientado.


— Christopher? — Volto para perto da cama.


Cautelosamente, ele levanta uma mão para me afastar.


— Não, amor. Tô bem, só um pouco zonzo. Tentando acordar.


A enfermeira me olha, e embora elas sejam treinadas para parecer calmas e não deixar transparecer suas verdadeiras preocupações no rosto, posso ver nos seus olhos: ela sabe que alguma coisa não está certa.


Ela força um sorriso e dá a volta para ajudá-lo a se sentar, tirando o soro do caminho.


— Vou levá-lo por uma ou duas horas, talvez mais, pra fazer uns exames — ela diz. — É melhor você ir comer alguma coisa, esticar as pernas e voltar depois.


— Mas eu-eu não quero sair de perto dele.


— Faz o que ela tá dizendo — Christopher balbucia, e quanto mais o ouço tentando falar, mais medo sinto. — Quero que você vá comer. — Ele consegue virar a cabeça para me olhar, desta vez, e aponta um dedo, sério. — Mas nada de filé — exige, brincando. — Você ainda me deve um jantar, lembra? Quando eu sair daqui, é a primeira coisa que a gente vai fazer.


Ele consegue um sorriso de mim, como pretendia, mas é tênue.


— Tá — concordo, balançando a cabeça com relutância. — Volto daqui a algumas horas e te espero.


Vou para perto dele e o beijo. Ele me olha profundamente nos olhos quando me afasto. Só consigo ver dor em seus olhos. Dor e exaustão. Mas ele tenta ser forte, e um sorrisinho puxa um canto de sua boca. Ele se senta na cadeira de rodas e me olha uma vez, antes que a enfermeira o empurre para fora do quarto.


Minha respiração fica presa.


Sinto que quero gritar para ele que o amo, mas não digo nada. Eu o amo com todas as forças, mas lá no fundo sinto que, se eu disser isso, se finalmente admitir isso em voz alta, tudo vai desmoronar. Talvez, se eu mantiver isso dentro de mim, se nunca disser essas palavras, nossa história nunca termine. Dizer aquelas três palavras pode ser um início, mas para mim e Christopher, temo que seja o fim.


  


Eu não conseguiria comer nem se minha vida dependesse disso. Só falei que ia comer para satisfazer Christopher. Em vez disso, saio e me sento na frente do hospital por um tempo. Só não quero sair daqui enquanto ele está lá dentro. Precisei de todas as minhas forças para deixar aquela enfermeira levá-lo para longe de mim.


Recebo uma mensagem de texto de Anahí:


“Acabei de chegar. Pegando um táxi. Logo eu tô aí. Te amo.”


Quando vejo o táxi parando na frente do hospital, levo um segundo para me levantar.


Faz um bom tempo que não a vejo; desde nosso problema com Alfonso. Mas nada disso importa mais para mim. Já não importa há algum tempo. Teu melhor amigo, não importa o que te faça ou o quanto te magoe, só magoa tanto porque ele é teu melhor amigo. E ninguém é perfeito. Erros foram feitos para serem perdoados pelo melhor amigo; é isso que torna alguém oficialmente o melhor amigo.


De certa forma, como Christopher, não consigo imaginar não ter Anahí na minha vida. E nunca precisei tanto dela quanto agora.


Ela corre pela calçada quando me vê, com seu cabelo longo cor de chocolate esvoaçando solto atrás dela.


— Meu Deus, senti tanto tua falta, Dul! — Ela praticamente me mata esmagada.


Bastou sua presença aqui e já estou aproveitando seu abraço e soluçando em seu peito. Eu não conseguia mais conter as lágrimas. Nunca chorei tanto na minha vida quanto nas últimas 24 horas.


— Oh, Dul, o que tá acontecendo? — Sinto os dedos dela no meu cabelo enquanto choro baixinho na sua camiseta. — Vem, vamos sentar.


Anahí me leva até um banco de pedra debaixo de um carvalho e nós nos sentamos.


Conto tudo para ela. Desde o motivo que me fez partir da Carolina do Norte e o dia em que conheci Christopher no ônibus no Kansas, até este momento em que estamos sentadas neste banco. Ela chorou, sorriu e riu comigo enquanto eu contava tudo o que passei com Christopher, e raramente a vi levando algo tão a sério. Só quando meu irmão foi para a prisão e depois que meus pais se divorciaram. E depois da morte de Pablo. Anahí pode ser louca, desbocada, baladeira e normalmente não saber a hora de calar a boca, mas ela entende que há uma hora e um lugar certo para tudo, e num momento como esse, tudo o que ela me dá é seu coração.


— Não acredito que você tá passando por tudo isso depois do que aconteceu com Pablo. Parece uma por/ra duma brincadeira cruel do destino.


Parece isso, de certa forma, mas com Christopher parece muito mais do que uma brincadeira cruel.


— Garota — ela diz, pondo a mão na minha perna —, pensa nisto: quais são as chances de tudo que aconteceu, da forma que aconteceu, ter sido só coincidência? — Ela balança a cabeça para mim. — Desculpa, Dul, mas é coincidência demais. O destino de vocês dois é ficar juntos. É como um pu/ta conto de fadas do cara/lho que não dá pra inventar, sabe?


Não digo nada; fico só refletindo. Normalmente, eu comentaria seu linguajar dramático, mas desta vez não consigo. Simplesmente não tenho forças.


Ela me força a olhar.


— Fala sério, você acha que ia passar por tudo isso só pra ver esse cara morrer?


Dói ouvi-la dizer essa palavra, mas me contenho.


— Não sei. — Olho para as árvores no gramado, mas não as vejo, na verdade. Só o que vejo é o rosto de Christopher.


— Ele vai ficar bem. — Anahí segura meu rosto com as mãos e me olha fixamente nos olhos. — Ele vai sair dessa, você só precisa mandar a morte catar coquinho e dizer pra ela que esse cara é teu, sacou?


Ela me surpreende às vezes. Agora é um desses momentos.


Sorrio um pouco e ela enxuga as lágrimas do meu rosto.


— Vamos procurar um Starbucks.


Anahí se levanta com sua bolsa gigante de couro preto pendurada num braço e estende a mão para mim.


Eu reluto.


— Eu... Anahí, na verdade, eu queria ficar aqui.


— Não, você precisa se afastar dessa energia ruim por um tempo. Hospitais sugam toda a esperança da gente, você só deve voltar quando ele já estiver no quarto e você puder me apresentar esse filhotinho de Kellan pra me matar de inveja, por/ra. — Ela abre um sorrisão cheio de dentes.


Ela sempre consegue me fazer sorrir também.


Eu seguro sua mão.


— Tá — digo, cedendo.



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Pegamos o Chevelle e vamos para o Starbucks mais próximo. Anahí ficou babando pelo carro o caminho todo. — Meu Deus, Dul, você tirou a sorte grande mesmo com esse cara. — Ela está sentada na minha frente, bebericando seu latte. — Caras tão perfeitos assim são raros. — Bom, ele não é perfeito &md ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 209



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  • Minni Postado em 30/05/2020 - 03:58:34

    Meu Deus, eu li essa história há muitos anos e estou tão emocionada de voltar aqui. É como revisitar meu passado de surtos por Vondy. Muito obrigada por essa história, ela marcou minha infância aqui no fanfics Brasil 💙

  • elielma12 Postado em 03/09/2019 - 20:28:15

    Adorei,um dos melhores romances que já li

  • anne_mx Postado em 30/07/2015 - 20:40:11

    Eu ameiiiii essa fic e sabe no começo , não vou mentir eu a achei um pouco chata mais algo me fez a continuar lendo e n me arrependi pq ela é linda e a história me envolveu de uma forma achei lindo a declaração através da carta do Ucker pra Dul amei de verdade,parabéns ah e eu quase chorei emocionada quando vi o túmulo UCKERMANN pensando que fosse Christopher uffa aindda bem que n ,mais enfim parabéns!!!!

  • naty_rbd Postado em 29/11/2014 - 19:08:45

    Ah que isso estou sempre a disposição ;D

  • gabys_vondys2 Postado em 27/11/2014 - 13:47:24

    oie, nao vou dizer que sou leitora nova, pq nao sou, eu acompanhava pelo facebook, sou a Gaby Matos U.U e eu amei o fim... adorei é tão lindo!!! kkk mas serio? Agora eu vou comer vc grávida kkk adorei <3

  • melicia_fagundes Postado em 26/11/2014 - 17:59:26

    Foi lindo! Amei!

  • naty_rbd Postado em 26/11/2014 - 17:24:29

    Ah o final foi lindo kkkk e o Christopher não tem jeito! Que pena que acabou, vou sentir saudades.

  • senhorita_ackles Postado em 26/11/2014 - 11:36:10

    Rebeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeca, sua linda o final foi fantástico, pena que acabou, estava tudo lindo até o Ucker dizer : ''E agora vou comer você grávida.'' kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ri muito, e sim, eu acredito que o amor salva as pessoas mesmo, o amor é lindo, é puro, é sem explicação ai ai, enfim eu dei uma lida em algumas resenhas sobre o segundo livro e tals,, a história é boa, mais parece que os personagens não são os mesmo, sei lá, e fora o lance do bebe e tals, enfim, ai já to com saudades dessa web :'(

  • leticiavondy12 Postado em 26/11/2014 - 11:12:05

    To chorando aqui :( Nem acredito que acabou, nao vou poder ver esses dois maloquinhos em suas aventuras na estrada :( mais foi lindo o final, ela fez a outra metade da tatuagem e ainda vão ter um filhinho :)) vou sentir saudades <3

  • candy_telles Postado em 25/11/2014 - 23:40:48

    Chorei no final, estou emocionada!Parabéns


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