Fanfics Brasil - 45 Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ]

Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ] | Tema: RomanVondy


Capítulo: 45

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POV Christopher


 


 


Minha garganta se fecha assim que pisamos no hospital, como se uma muralha de escuridão surgisse do nada e me engolisse. Paro por um segundo na entrada e fico ali, com os braços pesadamente caídos. E então sinto a mão de Dulce tocar meu pulso.


Olho para ela. Está sorrindo com tanta ternura que me faz derreter um pouco. Seu cabelo ruivo está preso numa trança bagunçada de um lado, jogada sobre o ombro direito. Alguns fios que escaparam do elástico caem pelos lados do seu rosto. Sinto a necessidade de esticar a mão e afastá-los delicadamente com o dedo, mas não faço isso.


Não posso fazer essas merdas. Preciso me livrar dessa atração. Mas ela é diferente das outras garotas, e acho que é exatamente por isso que estou tendo tanta dificuldade. Não preciso disso agora.


— Você vai ficar bem — ela diz.


Sua mão solta meu pulso quando ela nota que chamou minha atenção. Sorrio fracamente para ela.


Seguimos o corredor até o elevador e subimos para o terceiro andar. A cada passo do caminho, sinto que deveria dar meia-volta e sair daqui. Meu pai não quer que eu demonstre emoção lá dentro, e no momento estou prestes a explodir. Talvez seja melhor eu sair, esmurrar algumas árvores e descarregar tudo antes de entrar no quarto.


Paramos na sala de espera, onde algumas outras pessoas estão sentadas, lendo revistas.


— Vou te esperar aqui — Dulce diz, e eu olho para ela.


— Por que você não entra comigo?


Quero muito que ela entre. Não sei por quê. Dulce começa a fazer que não com a cabeça.


— Não posso entrar lá — diz, parecendo pouco à vontade agora. — É sério, eu... eu não acho adequado.


Estendo a mão, pego delicadamente a mala do ombro dela e ponho no meu. Está leve, mas ela estava começando a parecer incomodada.


— Não tem problema — insisto. — Eu quero que você entre comigo. Por que estou dizendo isso?


Ela baixa a cabeça e depois observa cautelosamente o resto da sala, antes que seus olhos castanhos amendoados me encarem de novo.


— Tá — ela diz com um breve aceno.


Sinto meu rosto se abrir num sorrisinho e instintivamente seguro a mão dela. Ela não me impede. Me sinto reconfortado por ela, nem é preciso dizer, e tenho a sensação de que ela está feliz em aceitar. Com certeza sabe o quanto algo assim deve ser difícil para qualquer um.


Andamos de mãos dadas até o quarto do meu pai. Ela aperta minha mão uma vez, me olhando como que para me encorajar mais. E então eu empurro a porta do quarto de hospital. Uma enfermeira me olha quando entramos.


— Sou o filho do sr. Uckermann.


Ela balança a cabeça solenemente e continua ajustando as máquinas e tubos conectados ao meu pai. O quarto é um espaço tipicamente neutro e estéril, com paredes brancas brilhantes e um chão de cerâmica tão lustroso que as lâmpadas dos painéis do forro são refletidas por ele. Ouço o bipe constante e regular do monitor de frequência cardíaca ao lado da cama do meu pai. Ainda não olhei para ele, na verdade. Noto que estou olhando para tudo no quarto, menos para ele.


Os dedos de Dulce apertam os meus.


— Como ele está? — pergunto, mas sei que é uma pergunta idiota. Está morrendo; é assim que ele está. É que não consigo dizer mais nada.


A enfermeira me olha sem expressão.


— Ele não está consciente o tempo todo, como você já deve saber.


Não, na verdade eu não sabia.


— E não houve nenhuma mudança, nem para melhor, nem para pior. — Ela ajeita um tubo de soro preso nas costas da mão enrugada dele.


Então ela dá a volta na cama, pega uma prancheta da mesinha e enfia debaixo do braço.


— Mais alguém esteve aqui? — pergunto.


A enfermeira balança a cabeça.


— Parentes têm vindo nos últimos dias. Alguns saíram há mais ou menos uma hora, mas acho que devem voltar.


Provavelmente Christian, meu irmão mais velho, e sua esposa, Maite. E meu irmão mais novo, Tomas.


A enfermeira sai discretamente do quarto.


Dulce olha para mim, apertando mais forte minha mão. Seus olhos sorriem cautelosamente.


— Vou sentar ali e deixar você visitar seu pai, tá?


Concordo com a cabeça, embora tudo que ela disse tenha sumido da minha mente como uma lembrança fugidia. Seus dedos soltam os meus devagar e ela se senta perto da parede, numa poltrona de vinil. Respiro fundo e passo a língua em meus lábios ressecados.


O rosto do meu pai está inchado. Tubos entram em suas narinas, levando oxigênio. Fico surpreso em ver que ele ainda não está sendo mantido por aparelhos, mas isso me dá uma pequena esperança. Bem pequena. Sei que ele não vai melhorar; isso já foi praticamente confirmado. O que sobrava do seu cabelo foi raspado. Falaram em tentar uma cirurgia, mas quando meu pai ficou sabendo que isso não iria salvá-lo, naturalmente reclamou:


— Vocês não vão mexer na minha cabeça, cara/lho — ele exclamou. — Querem que eu pague milhares de dólares pra um médico de meia-tigela rachar a minha cachola? Pu/ta que pariu, rapaz! (Ele estava falando especificamente com Christian.) Nem parece que você tem dois bagos no meio das pernas!


Meus irmãos e eu estávamos dispostos a fazer o que fosse preciso para salvá-lo, mas ele assinou escondido da gente algum tipo de “cláusula” que dizia que, quando a situação piorasse, ninguém teria o direito de tomar essas decisões por ele.


Foi minha mãe que alertou o hospital sobre os desejos do meu pai, dias antes que a cirurgia fosse realizada, e apresentou todos os papéis. Isso nos abalou, mas minha mãe é uma mulher inteligente e amorosa, e nenhum de nós jamais conseguiria ficar puto com ela por ter feito isso.


Eu me aproximo e olho para o corpo dele. Minha mão meio que tem vontade própria, e quando dou por mim, está deslizando ao lado da dele e segurando-a. Até isso parece estranho. Como se eu não devesse tê-lo feito. Se fosse qualquer outra pessoa, eu não teria problema em segurar a mão dela. Mas este é meu pai, e sinto que estou fazendo algo errado. Posso ouvir a voz dele na minha cabeça: “Homem não pega na mão de homem, rapaz. Qual é o teu problema?” De repente, meu pai abre os olhos e instintivamente solto a mão dele.


— É você, Christopher?


 


 


 


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Balanço a cabeça, olhando para ele. — Cadê a Linda? — Quem? — Linda — ele diz, e seus olhos não conseguem decidir se querem ficar abertos. — Minha mulher, Linda. Cadê ela? Engulo com dificuldade e olho rapidamente para Dulce, que está sentada quietinha, observando. Eu me viro para o meu pai. — ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 209



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  • Minni Postado em 30/05/2020 - 03:58:34

    Meu Deus, eu li essa história há muitos anos e estou tão emocionada de voltar aqui. É como revisitar meu passado de surtos por Vondy. Muito obrigada por essa história, ela marcou minha infância aqui no fanfics Brasil 💙

  • elielma12 Postado em 03/09/2019 - 20:28:15

    Adorei,um dos melhores romances que já li

  • anne_mx Postado em 30/07/2015 - 20:40:11

    Eu ameiiiii essa fic e sabe no começo , não vou mentir eu a achei um pouco chata mais algo me fez a continuar lendo e n me arrependi pq ela é linda e a história me envolveu de uma forma achei lindo a declaração através da carta do Ucker pra Dul amei de verdade,parabéns ah e eu quase chorei emocionada quando vi o túmulo UCKERMANN pensando que fosse Christopher uffa aindda bem que n ,mais enfim parabéns!!!!

  • naty_rbd Postado em 29/11/2014 - 19:08:45

    Ah que isso estou sempre a disposição ;D

  • gabys_vondys2 Postado em 27/11/2014 - 13:47:24

    oie, nao vou dizer que sou leitora nova, pq nao sou, eu acompanhava pelo facebook, sou a Gaby Matos U.U e eu amei o fim... adorei é tão lindo!!! kkk mas serio? Agora eu vou comer vc grávida kkk adorei <3

  • melicia_fagundes Postado em 26/11/2014 - 17:59:26

    Foi lindo! Amei!

  • naty_rbd Postado em 26/11/2014 - 17:24:29

    Ah o final foi lindo kkkk e o Christopher não tem jeito! Que pena que acabou, vou sentir saudades.

  • senhorita_ackles Postado em 26/11/2014 - 11:36:10

    Rebeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeca, sua linda o final foi fantástico, pena que acabou, estava tudo lindo até o Ucker dizer : ''E agora vou comer você grávida.'' kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ri muito, e sim, eu acredito que o amor salva as pessoas mesmo, o amor é lindo, é puro, é sem explicação ai ai, enfim eu dei uma lida em algumas resenhas sobre o segundo livro e tals,, a história é boa, mais parece que os personagens não são os mesmo, sei lá, e fora o lance do bebe e tals, enfim, ai já to com saudades dessa web :'(

  • leticiavondy12 Postado em 26/11/2014 - 11:12:05

    To chorando aqui :( Nem acredito que acabou, nao vou poder ver esses dois maloquinhos em suas aventuras na estrada :( mais foi lindo o final, ela fez a outra metade da tatuagem e ainda vão ter um filhinho :)) vou sentir saudades <3

  • candy_telles Postado em 25/11/2014 - 23:40:48

    Chorei no final, estou emocionada!Parabéns


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