Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ] | Tema: RomanVondy

POV Christopher

Estou acordado desde as oito horas. Meu irmão Tomas ligou, e fiqueicom medo de atender porque achei que seriam “notícias” do meu pai. Mas ele só ligou para avisar que Christian está pu/to porque peguei o violão dele. Caguei; o que ele vai fazer, vir de carro até Birmingham pra brigar comigo? Sei que isso não tem  nada a ver com o violão; Christian só está pu/to porque fui embora de Wy oming com o nosso pai ainda vivo.

E Tomas queria saber como eu estava.

— Tá tudo bem, mano? — ele perguntou.

— Tá perfeito, na verdade.

— Isso é sarcasmo?

— Não — falei ao telefone —, é papo reto, Tomy, tô vivendo o melhor momento da minha vida agora.

— Por causa daquela garota, certo? Dulce? É esse o nome dela?

— É, é o nome dela, e é por causa dela, sim.

Eu ri por dentro, distraído pela imagem muito vívida na minha mente do que aconteceu ontem, mas depois apenas sorri, pensando em Dulce de maneira geral.

— Bom, você sabe onde eu tô, se precisar de mim — Tomas disse, e ouvi em sua voz a mensagem silenciosa que ele queria comunicar, mesmo sabendo que não devia dizer abertamente. Falei pra ele nunca mais tocar no assunto, senão eu ia enchê-lo de por/rada.

— Eu sei, valeu, mano. Ei, como tá o papai?

— Do mesmo jeito que tava quando você foi embora.

— Melhor assim do que pior, acho.

— É.

Desligamos, e liguei para minha mãe para avisar que estou bem. Mais um dia e ela iria pôr a polícia atrás de mim.

Me levanto e guardo minhas coisas na mochila. Ao passar pela TV, bato na parede com a mão aberta no lugar onde a cabeça de Dulce deve estar, sobre o travesseiro, do outro lado. Se ela já não estava acordada, agora acordou. Bom, talvez não, porque ela tem sono pesado — menos pra música, pelo jeito. Tomo um banho rápido, escovo os dentes, penso nela na minha boca ontem e acho uma pena ter que escovar os dentes.

Tudo bem, talvez eu faça isso de novo depois. Se ela quiser, é claro. Por/ra, não tenho absolutamente nenhum problema com isso, a não ser o fato de que depois preciso cuidar de mim, mas isso também não me incomoda. Prefiro fazer isso a correr o risco de ela me tocar. Sei que quando isso acontecer, vai estar tudo acabado.

Pra mim, pelo menos. Sinto um tesão do cara/lho por ela, mas só vou transar com ela se for recíproco. E no momento, posso ver que ela não sabe o que quer. Eu me visto e enfio os pés sem meias nos tênis pretos, que por sorte já secaram, depois daquela chuva. Jogo as duas mochilas nos ombros, pego o violão de Christian pelo braço, vou para o corredor e para o quarto de Dulce.

Ouço a TV lá dentro, então sei que ela deve estar acordada.

Queria saber quanto tempo ela vai levar pra desmoronar.