Fanfics Brasil - 99 Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ]

Fanfic: Entre o Agora e o Nunca - Vondy [ Finalizada ] | Tema: RomanVondy


Capítulo: 99

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Na terceira estrofe, quero chorar, mas não consigo. É como se o choro estivesse ali, dormente, no fundo do meu estômago, mas quisesse me torturar.


Laugh, I Nearly Died...


Christopher canta e canta, tão apaixonadamente que eu quase morro, meu coração batendo cada vez mais rápido. E então a banda começa a cantar de novo e a música fica mais lenta, só com a bateria; batidas profundas e ásperas do bumbo que sinto sob meus pés, vindo do chão. E a plateia bate os pés junto com o bumbo e começa a cantar o refrão repetitivo. Todos batem palmas uma vez ao mesmo tempo, rasgando o ar quando suas mãos se juntam. Mais uma vez. E Christopher canta: — Yeah-Yeah! — E a canção termina abruptamente.


Surgem gritos, assobios, muitos “aí” e alguns “pu/ta merda”. Calafrios percorrem minha espinha e se espalham pelo resto do meu corpo.


Laugh, I Nearly Died... Nunca mais vou esquecer essa música, enquanto eu viver.


Como ele pode ser real?


Estou esperando o azar entrar em ação a qualquer momento, ou acordar no banco de trás do carro de Alfonso, com Anahi debruçada em cima de mim, dizendo que Blake me dopou no Underground.


Christopher apoia a guitarra emprestada no banquinho, vai apertar a mão de Eddie, depois a do baterista, e por último a do baixista. Eddie o acompanha até o meio do caminho da nossa mesa, mas se detém, pisca para mim e volta ao palco. Gosto muito de Eddie. Há algo de honesto, bom e espiritual nesse homem.


Christopher não consegue andar até a nossa mesa sem que algumas pessoas da plateia o parem para apertar sua mão e provavelmente lhe dizer o quanto gostaram da apresentação. Ele agradece e, lenta mas resolutamente, continua a se aproximar de mim.


Vejo algumas mulheres olhando para ele com um pouco mais do que admiração.


— Quem é você? — pergunto, meio que para provocá-lo.


Christopher fica um pouco vermelho e puxa uma cadeira vazia para se sentar na minha frente.


— Você é demais, Christopher. Eu nem imaginava.


— Obrigado, gata.


Ele é muito modesto. Eu achava que ele fosse brincar comigo, me chamando de sua tiete e me pedindo para acompanhá-lo até os fundos do prédio ou algo assim. Mas Christopher parece realmente não querer falar do seu talento, como se isso não o deixasse à vontade. Ou será que elogios de verdade o deixam pouco à vontade?


— É sério — digo —, eu queria saber cantar assim.


Isso o faz reagir, mas só um pouco.


— Claro que você sabe — ele diz.


Jogo a cabeça para trás e balanço numa negativa exagerada.


— Não-não-não-não — respondo, para desencorajar quaisquer ideias dele. — Não sei cantar muito bem. Acho que não sou um lixo total, mas com certeza não fui feita pra cantar em cima de um palco.


— Por que não? — Carla traz uma cerveja para ele, sorri para mim e volta a atender os outros clientes. — Tem medo do palco?


Ele encosta o gargalo nos lábios e joga a cabeça para trás.


— Bom, nunca pensei em cantar, a não ser ouvindo som no carro, Christopher. — Eu me encosto na cadeira. — Nunca alimentei a ideia o suficiente pra descobrir se tenho medo do palco.


Christopher dá de ombros e toma outro gole antes de deixar a cerveja na mesa.


— Bom, só pra você saber, eu acho tua voz bonita. Te ouvi cantando no carro.


Eu reviro os olhos e cruzo os braços.


— Obrigada, mas é fácil dar a impressão de cantar bem quando a gente tá cantando junto com outra voz. Se você me ouvir só com a música, provavelmente vai querer tapar os ouvidos.


Me debruçando para a frente, acrescento:


— Como é que eu virei o assunto da conversa, afinal? — Aperto os olhos de brincadeira para ele. — É de você que a gente deveria falar, como aprendeu a cantar assim?


— Influências, acho — ele diz. — Mas ninguém canta como Jagger.


— Ah, eu discordo — digo, erguendo o queixo. — Por que, Jagger é teu ídolo musical ou algo assim? — pergunto, meio de brincadeira, e ele sorri calorosamente.


— Ele tá ali, entre as minhas influências, mas, não, meu ídolo musical é um pouco mais velho do que ele.


Há algo secreto e profundo se escondendo nos olhos dele.


— Quem? — pergunto, completamente absorta.


Sem avisar, Christopher salta para a frente e me segura pela cintura, me pondo no seu colo, de frente para ele. Fico um pouco chocada, mas sem repelir o gesto. Ele me olha nos olhos, sentada ali no seu colo.


— Dulce?


Sorrio para ele, só imaginando por que está fazendo isso.


— Que é? — Inclino a cabeça para um lado devagar; minhas mãos estão sobre o peito dele.


Um pensamento parece relampear pelo seu rosto e ele não responde.


— Que foi? — pergunto, mais curiosa agora.


Sinto suas mãos na minha cintura, e então ele se curva e roça os lábios nos meus. Meus olhos se fecham, absorvendo o seu toque. Sinto que poderia beijá-lo, mas não sei ao certo se devo.


Meus olhos se abrem de novo quando ele afasta os lábios.


— O que você tem, Christopher?


Ele sorri, e isso literalmente me aquece por dentro.


— Nada — diz, batendo delicadamente com as mãos abertas nas minhas coxas, e voltando num instante a ser o Christopher brincalhão e não tão sério. — Só queria te pôr no meu colo. — Ele sorri maliciosamente.


Começo a rebolar para me desvencilhar — não de verdade — e ele passa os braços na minha cintura e me segura ali. A única vez que me tira do colo o resto da noite é quando preciso ir ao banheiro, e ele fica de pé na porta, esperando por mim.


Ficamos no Old Point ouvindo Eddie e a banda tocar blues e blues rock e até algumas canções de jazz antigo antes de voltar para o hotel, depois das 23h.


 


De volta ao hotel, Christopher fica no meu quarto tempo suficiente para assistir a um filme. Conversamos por muito tempo e pude sentir a relutância entre nós dois: ele queria me dizer algo, tanto quanto eu queria lhe dizer coisas.


Acho que somos parecidos demais, e por isso, nenhum dos dois cruzou essa fronteira.


O que nos impede? Talvez seja eu; talvez o que existe entre nós não possa seguir adiante até que ele se dê conta de que eu sei que é isso que quero. Ou pode ser apenas que ele também não tenha certeza de nada.


Mas como duas pessoas que sentem inegavelmente mais do que atração uma pela outra podem não ceder? Estamos juntos na estrada há quase duas semanas. Compartilhamos segredos íntimos e ficamos íntimos, sob certos aspectos.


Dormimos lado a lado e nos tocamos, no entanto, aqui estamos, de lados opostos de uma grossa parede de vidro. Estendemos as mãos e encostamos os dedos no vidro, olhamos nos olhos um do outro e sabemos o que queremos, mas a porra do vidro não cede. Ou isso é uma disciplina inviolável, ou é tortura autoimposta, pura e simples.



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— Não que eu esteja com pressa de ir embora — digo quando Christopher se prepara para voltar ao seu quarto —, mas quanto tempo a gente vai ficar em Nova Orleans? Ele pega o celular do criado-mudo e olha rapidamente para a tela, antes de fechar a mão sobre ele. — Os quartos estão pagos até quinta — ele diz —, m ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 209



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  • Minni Postado em 30/05/2020 - 03:58:34

    Meu Deus, eu li essa história há muitos anos e estou tão emocionada de voltar aqui. É como revisitar meu passado de surtos por Vondy. Muito obrigada por essa história, ela marcou minha infância aqui no fanfics Brasil 💙

  • elielma12 Postado em 03/09/2019 - 20:28:15

    Adorei,um dos melhores romances que já li

  • anne_mx Postado em 30/07/2015 - 20:40:11

    Eu ameiiiii essa fic e sabe no começo , não vou mentir eu a achei um pouco chata mais algo me fez a continuar lendo e n me arrependi pq ela é linda e a história me envolveu de uma forma achei lindo a declaração através da carta do Ucker pra Dul amei de verdade,parabéns ah e eu quase chorei emocionada quando vi o túmulo UCKERMANN pensando que fosse Christopher uffa aindda bem que n ,mais enfim parabéns!!!!

  • naty_rbd Postado em 29/11/2014 - 19:08:45

    Ah que isso estou sempre a disposição ;D

  • gabys_vondys2 Postado em 27/11/2014 - 13:47:24

    oie, nao vou dizer que sou leitora nova, pq nao sou, eu acompanhava pelo facebook, sou a Gaby Matos U.U e eu amei o fim... adorei é tão lindo!!! kkk mas serio? Agora eu vou comer vc grávida kkk adorei <3

  • melicia_fagundes Postado em 26/11/2014 - 17:59:26

    Foi lindo! Amei!

  • naty_rbd Postado em 26/11/2014 - 17:24:29

    Ah o final foi lindo kkkk e o Christopher não tem jeito! Que pena que acabou, vou sentir saudades.

  • senhorita_ackles Postado em 26/11/2014 - 11:36:10

    Rebeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeca, sua linda o final foi fantástico, pena que acabou, estava tudo lindo até o Ucker dizer : ''E agora vou comer você grávida.'' kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk ri muito, e sim, eu acredito que o amor salva as pessoas mesmo, o amor é lindo, é puro, é sem explicação ai ai, enfim eu dei uma lida em algumas resenhas sobre o segundo livro e tals,, a história é boa, mais parece que os personagens não são os mesmo, sei lá, e fora o lance do bebe e tals, enfim, ai já to com saudades dessa web :'(

  • leticiavondy12 Postado em 26/11/2014 - 11:12:05

    To chorando aqui :( Nem acredito que acabou, nao vou poder ver esses dois maloquinhos em suas aventuras na estrada :( mais foi lindo o final, ela fez a outra metade da tatuagem e ainda vão ter um filhinho :)) vou sentir saudades <3

  • candy_telles Postado em 25/11/2014 - 23:40:48

    Chorei no final, estou emocionada!Parabéns


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