Fanfic: Fonte do amor - Ponny - Adaptada | Tema: Rebelde
Quem fez isso aqui estava brincando?! Eu não era do tipo que vivia de “Reviver passado”. Se eu quebrava a cara no amor, queria mais que ele fosse pastar e exorcizava tudo que me lembrasse "antigas paixões", inclusive os e-mails. Mas, de que espécie de amor estou falando? Minha vida era um somatório de variantes iguais a zero. Rômulo era um ficante novinho que “preferia deixar as coisas acontecerem com calma”, ou seja, nunca. Pedro não queria se envolver com uma mulher depois do término recente do casamento, o que quer dizer, “galinhar indefinidamente”. Lúcio tinha “medo de me magoar", que é compatível com “só quero uma transa rápida sem café da manhã”. Como podem calcular, o resultado é nulo. Soma-se um montante de contatos quentes que dá em uma vida romântica glacial.
_ “Coletiva de imprensa com ator Alfonso Herrera”. _ li em voz alta o assunto do e-mail que acabava de receber.
_ Sobre o que você vai falar? Suas férias em Bahamas, com mulheres peitos-de-melão na beira da piscina te dando suquinho de canudinho na boca? _ conversei com a tela do computador.
Era tão estafante viver como a sombra dos artistas. Eles começam te seguindo como se fosse o bote salva-vidas e, depois, pisam e desprezam como se fôssemos o vírus ebola.
Mas eu tinha que imprimir minha marca em algo mais significante que esmaltes. Subir um degrau na escala de relevância as custas de Alfonso não seria um sacrifício tão grande.
Pedi a pauta para Ludimila que não negou. Então, enfiei o cordão do crachá no pescoço e chamei o fotógrafo Iuri para cobrir essa comigo. Assim que chegamos a porta do hotel onde o galã estava hospedado, nos deparamos com um grupo de garotas aos berros e se descabelando.
_Do que elas seriam capazes para tocarem nele? _ Iuri olhou para as fãs enlouquecidas.
_Comer uma dúzia de baratas de esgoto? _ cruzei os braços e encostei o bloco de anotações no queixo.
_Dormirem em uma caixa de acrílico repleta de cobras? _ ele ajudou.
_Não... Isso seria fichinha. _ fiz uma careta
_ É porque elas ainda não viram que eu cheguei. _ Iuri estufou o peito.
_Claro, vou avisar. _ ri e dei-lhe uma tapinha nas costas.
_Só fala para elas não rasgarem minha roupa, eu sou tímido.
_Pode deixar. _ caminhei até o segurança e mostrei o meu crachá de imprensa.
Aquele pequeno cartãozinho azul e branco com a minha foto tinha a credencial para o mundo dourado e estelar que as fãs morreriam para fazer parte. Subindo pelo tapete vermelho e as deixando para trás, senti-me poderosa.
Há uma inveja do público que consome as revistas e jornais a respeito do nosso trabalho por estarmos nos bastidores do que acontece de mais importante. A diferença é que os artistas ganham uma fortuna capaz de comprar meu apartamento trezentas vezes e serão lembrados pelo caderno de cultura a cada década da sua morte, enquanto eu, a mera jornalista, vou contar as moedinhas para pagar o aluguel e ainda terei que me rastejar para não ser mandada embora a cada vencimento de contrato temporário.
_Povo mesquinho. _ Iuri pegou um pedaço de torrada com patê. _ Só trazem essas torradas com cimento para a gente comer.
_Vamos pegar um bom lugar... _ puxei-o pelo braço
Autor(a): cgeambastiani
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