Fanfic: Secret Heart ⋆~ | Tema: Vondy

Abriu a porta do apartamento, deixando as chaves sobre a mesa de vidro da sala. Christopher suspirou, enquanto retirava a gravata e os sapatos. Respirar já não era um ato tão necessário, como ele se lembrava antes, talvez estivesse sendo muito dramático ou, simplesmente, era a verdade. Sentou-se no sofá, jogando a cabeça para trás e passando as mãos pelos cabelos.
O que diabos havia feito com Dulce? A mulher pela qual se apaixonara não era a mesma que esteve com ele durante o dia e tudo isso era por sua culpa. De alguma forma, no dia em que viajaram para Paris sabia que tudo ali mudaria. Sabia que sentimentos seriam formados, fossem eles bons ou ruins. Bom demais, pensou ele.

Christopher: O que eu fiz, Deus? (perguntou com a voz embargada)

Estava pior do que imaginou. Engoliu o choro, sentindo a garganta queimar. A quantos anos não sabia o que era derramar lagrimas por alguém? A quantos anos não se permitia chorar por ninguém? Muito tempo, precisamente desde que chegara com seu pai de viagem e vira sua mãe com outro homem na casa deles. Era torturante as lembranças; era torturante lembrar-se de como chorou naquela noite. Christopher era apenas uma criança de 7 anos que viu o casamento de seus pais ir por água a baixo.

Como poderia confiar em uma mulher sendo que o espelho que teve em casa fora outro? Como poderia correr atrás de Dulce, se ela era do mesmo sexo de sua mãe? Como confiar nela?

`Cause somehow I knew, that there was more than just chemistry, I mean I knew you were kind of into me, but I figured it`s too good to be true.

Negou com a cabeça, tentando afastar Dulce de seus pensamentos, mas era... impossível.

Christopher: INFERNO! (gritou, ao ver que era incontrolável não pensar nela)

Saiu da sala e seguiu até seu quarto, onde arrancou – ás pressas – a calça e a cueca, entrando no banheiro em seguida. Deixou que a água morna caísse sobre seu corpo, sem pressa de sair dali. A única coisa que queria, naquele momento, era relaxar, sem lembrar que, Dulce iria embora da cidade por motivos que ele lhe dera.

Os pensamentos mudavam de uma hora para outra. Lembrou-se de suas noitadas com varias garotas e por fim, suas noites com Dulce. Dentre todas as dezenas de garotas com quem se deitara, nenhuma conseguira superá-la. Nenhuma tinha a beleza e o corpo de Dulce. Nenhuma era tão doce quanto seu próprio nome. Nenhuma era ela.

You`re one in a million.

Dulce. Outra vez ela estava em seus pensamentos. Secou-se com a toalha e saiu do banheiro, indo para o quarto. O relógio marcava 18:30hrs. Não estava com sono mas, também, não queria ficar acordado. Não queria, permitir-se, a pensar em Dulce. Não queria se culpar, ainda mais, pelas decisões que a fizera tomar.

Christopher: Inferno de vida! (sussurrou, e vestiu uma cueca)

Foi até o ar-condicionado, onde ligou o mesmo no máximo e se jogou na cama. Cobriu-se com o edredom e tentou, pegar no sono, o que não fora tão complicado como imaginou. As sete noites que passara em claro, agora, queriam ser respostas.

~~

- Vai mesmo, viajar? (Anahí perguntou á Dulce ao ver a amiga arrumar as malas)
Dulce: Você sabe que sim! (responde manhosa)
Anahí: Não consigo acreditar! (negou com a cabeça)
Dulce: Acredite, minha amiga! (suspirou)
Anahí: Como Christopher reagiu?
Dulce: Bem normal!
Anahí: Dulce! (repreendeu-a revirando os olhos)
Dulce: Anny, não importa, ok?! (a mirou, brava) Nada e nem nenhuma reação de Christopher vai interferir na minha decisão!
Anahí: Ok, ok, não falo mais nada! (levantou-se da cama)
Dulce: Onde vai?
Anahí: Preparar algo para jantarmos!
Dulce: Ok, vai lá! (sorriu, recebendo uma piscadela)

Anahí fechou a porta do quarto e, Dulce respirou fundo. Falar da reação de Christopher ao saber que ela iria embora tornava tudo mais complicado. Tudo o que ele omitiu e negou deixara sua cabeça a ponto de bala. Se negava tanto que ela não fora só mais uma, porque não dizia tudo o que sentia? Realmente, não entrava em sua mente o fato dele ter tanto... medo.

Abriu sua mala e lá do fundo, retirou uma foto que havia tirado com ele, no dia em que foram á torre Eiffel pela segunda vez. O sorriso era tão espontâneo. Sorriu em meio as lembranças.

Dulce: Foi lindo, mas acabou! (suspirou e beijou a foto, voltando a guardá-la na mala)

Dulce mirava o relógio digital do aeroporto e a cada minuto que se passava, sentia o coração se comprimir no peito. Ao mesmo tempo em que queria ir embora, também queria ficar e pressionar Christopher até ouvi-lo dizer tudo o que sentia mas, não podia. Não podia se rebaixar mais uma vez por ele. Christopher já sabia de todos os sentimentos que nutria por ele e, mesmo que doesse partir e deixá-lo, era a melhor força de viver. Mesmo que a vontade de ir embora fosse nula.

I never wanna be without you, oh no, here I go, now you know, what I feel about you

” Atenção senhores passageiros do vôo 956A, com destino á Monterrey, por favor se dirigirem a sala de embarque 8. “

Dulce se levantou e seguiu sozinha para a sala de embarque indicada pelo microfone. Preferira que Anahí não estivesse consigo no aeroporto, seria menos doloroso.

Suspirou ao estar dentro do avião. Agora sim, tudo o que ela e Christopher – um dia – tiveram, estava acabado, o famoso “ the end “ dos filmes, havia sido posto entre ambos. Fechou os olhos e sentiu a cabeça relaxar, quando encostou a mesma na poltrona. Quando chegasse na casa de seus ais, voltaria a sua vida de antes. A vida a qual não tinha a menor graça até ir para a capital e conhecer ele. Balançou a cabeça negativamente, tentando, em vão, afastar aqueles pensamentos e lembranças torturantes.

~*~