Fanfics Brasil - Capitulo 3 (PARTE 3) A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada)

Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 3 (PARTE 3)

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Ela queria sacudir a mãe para ver se ela se tocava. Ele havia acabado com a confiança delas, partira o coração da mãe, destruíra sua família. E agora ia se casar com uma mulher qualquer, como se nada disso tivesse importância. Como se fosse mais fácil começar tudo de novo do que consertar o que havia sido estragado.


A mãe insistia em dizer que os três estavam melhor assim.


-Sei que é difícil acreditar – dizia com uma lucidez enlouquecedora –, mas foi melhor assim. Foi mesmo. Um dia você vai entender.


Dulce, porém, tinha certeza de que já entedia e achava que era a mãe que ainda não havia entendido tudo. Leva certo tempo entre a ferroada, a dor e a consciência do que aconteceu. Naquelas primeiras semanas depois do Natal, ficou acordada durante a noite ouvindo o som da mãe choramingando; por alguns dias, a mãe se recusou a falar com o pai. Depois, só falava nele. Ficava nesse vai e vem até que, certo dia, umas seis semanas depois, ela voltou a si, repentinamente e sem alarde, irradiando uma aceitação branda que ainda era um mistério para Dulce.


Mais as cicatrizes existiam. Harrison já a pedira em casamento três vezes, cada uma de forma mais criativa – um piquenique romântico, um anel dentro da taça de champanhe e, finalmente, um quarteto de cordas no parque –, mas ela tinha dito não, não e não. Dulce sabia que era porque a mãe ainda não havia se recuperado do que tinha acontecido entre ela e o pai. Não tem como passar por um choque daqueles sem ficar marcas.


Sendo assim, estando em poucas horas de se deparar com a fonte de todos os problemas, Dulce acordou de mal humor. Se tudo tivesse corrido bem, esse mau humor poderia ter virado alguns comentários sarcásticos e poucas reclamações no caminho até o aeroporto. No entanto, teve a mensagem de Charlotte para começar. Era um lembrete da hora em que devia estar no hotel para se arrumar. O som do sotaque britânico deixou Dulce no limite, o que indicava que o resto do dia estava arruinado.


Depois, é claro, a mala não queria fechar, e a mãe não aprovou o par de brincos que ela queria usar na cerimônia e perguntou 85 vezes se estava com o passaporte. A torrada ficou queimada e caiu geléia no casaco de moletom de Dulce. Quando dirigiu até a farmácia para comprar uma embalagem pequena de xampu, começou a chover e um dos pára-brisas escangalhou. Teve que esperar por 45 minutos num posto de gasolina atrás de um cara que não sabia nem trocar óleo do carro. Então, quando entrou em casa e jogou as chaves do carro sobre a mesa da cozinha, não estava com vontade de responder pela octogésima vez se estava com o passaporte.


-Sim, mãe – retrucou –, estou com o passaporte.


-Só estou perguntando – disse a mãe, erguendo as sobrancelhas inocentemente. Dulce olhou para ela revoltada.


-Vai querer me levar até dentro do avião também?


-Como assim?


-Ou até Londres pra ter certeza de que fui?


-Dulce – respondeu a mãe em tom de aviso.


-Por que eu sou a única que precisa ver meu pai casando com aquela mulher? Não entendo por que tenho que ir, ainda mais sozinha.


A mãe tocou os lábios e fez uma expressão inconfundível de frustração, mas, naquele momento, já não estava ligando.


Foram para o aeroporto em silêncio profundo, por causa das brigas que já se estendiam por semanas. Quando estacionaram na área de embarque, o corpo todo de Dulce parecia estar tinindo com uma energia nervosa.


A mãe desligou o motor, mas nenhuma das duas saiu do carro.


-Vai dar tudo certo – disse com voz calma. – Tudo.


Dulce se virou para ela.


-Ele vai casar, mãe. Como é que isso pode dar certo?


-Eu só acho que é importante que você esteja lá ...


-Eu sei – respondeu Dulce, cortando a mãe –, você já falou isso.


-Vai dar tudo certo. – repetiu.


Dulce pegou o casaco e tirou o sinto de segurança.


-Então a culpa é sua se alguma coisa acontecer.


-Se acontecer o quê, por exemplo? – perguntou a mãe preocupada.


Dulce, sentindo um tipo de raiva que a tornava invencível e muito jovem ao mesmo tempo, esticou a mão para abrir a porta.


-Tipo o avião cair ou alguma coisa assim – disse sem nem saber por que dizia aquilo. Estava chateada, frustrada e com medo; é assim que uma frase dessas acaba saindo. – Aí você finalmente vai ter conseguido perder nós dois.


Ficaram se olhando. As palavras terríveis e irrecuperáveis, assentaram entre elas como tijolos. Dulce finalmente saiu do carro, jogou a mochila sobre o ombro e pegou a mala no banco de trás.


-Dulce – chamou a mãe saindo do veículo e olhando para a filha por cima do teto do carro –, não...


-Ligo quando chegar – disse, indo para o terminal.


Sentiu  olhar da mãe acompanhando-a, porém algum instinto frágil, um tipo de orgulho desnecessário, fez com que se recusa-se a olhar para trás.


Agora, sentada na lanchonete, digita números no celular. Respira fundo antes de completar a ligação. Seu coração bate lento e forte.


As palavras que dissera ainda ecoam na sua mente; Dulce não é supersticiosa, mas ter mencionado a possibilidade de um acidente de avião de maneira tão descuidada logo antes de viajar não foi legal. Pensa no avião que devia ter pegado, que já estaria sobrevoando o oceano, e sente uma pontada aguda de arrependimento. Tomara que não tenha desarrumado o funcionamento misterioso do tempo e do destino.


Sente-se um tanto aliviada com a voz da caixa postal do celular da mãe. Começa a falar sobre a mudança de vôos e vê Christopher se aproximando. Ela detecta alguma coisa familiar em seu rosto, algo parecido com a mesma preocupação torturante que está sentindo, porém, assim que a vê, alguma coisa muda. Ele volta ao normal, tranqüilo e até feliz, com um sorriso iluminando o rosto.


Dulce para de falar no meio da mensagem. Christopher aponta para o telefone, pega a mochila e indica o portão de embarque. Ela abre a boca para informar que não vai demorar, mas ele já se foi, então termina a mensagem rapidamente.


-Ligo quando chegar amanhã – diz ao telefone com a voz um tanto fraca. – E, mãe... desculpa pelo que falei, ta? Foi sem querer.


De volta ao portão de embarque, procura pela camisa azul de Christopher, mas não a encontra. Em vez de esperar por ele no meio da multidão de viajantes inquietos, dá a volta e vai ao banheiro. Passa por uma lojinha, pela livraria e pela banca de jornal. Fica andando sem rumo até que a hora do embarque finalmente chega.


Ao entrar na fila, Dulce percebe que está tão cansada que nem consegue ficar ansiosa. Parece que está ali há dias, e ainda tem muitas outras coisas com as quais se preocupar: o espaço pequeno da aeronave, o sentimento de pânico que vem por causa da falta de rotas de fuga. Tem o casamento e a festa, conhecer Charlotte, ver o pai pela primeira vez depois de mais de um ano. Por enquanto, o melhor a fazer é colocar os fones no ouvido, fechar os olhos e dormir. Ser levada por cima do oceano sem que faça nenhum esforço até parece um milagre.


Quando chega a sua vez de entregar a passagem, o comissário de bigode dá um sorriso.


Está com medo do vôo?


Dulce procura relaxar as mãos. Está segurando a alça da mala com muita força, as juntas dos dedos estão brancas de novo. Dá um sorriso sem graça.


-Estou com medo da aterrissagem – responde e entra no avião.



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Autor(a): leticialsvondy

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Quando Christopher aparece no corredor do avião, Dulce já está sentada à janela com o cinto de segurança afivelado e a mala devidamente guardada no compartimento superior. Passou os últimos sete minutos fingindo que está tudo bem. Ficou contando os aviões lá fora e examinando a estampa do estofado do assento da f ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 12



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  • minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33

    Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii

  • stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51

    Amei

  • kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21

    nossa já acabou? UAU não sei o que falar

  • wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20

    ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais

  • kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27

    posta maisss

  • kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11

    PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA

  • kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58

    leitora nova continuaaa to amando essa fic

  • leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13

    nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.

  • nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52

    Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião

  • milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33

    leitora nova continuaaa.... to amando


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