Fanfics Brasil - Capitulo 4 (PARTE 3) A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada)

Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 4 (PARTE 3)

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-Então é isso? – pergunta Christopher. – Nada de festa, nada de casamento, é só uma pessoa segurando sua mão quando as coisas estão indo mal?


-É isso – concorda ela.


Christopher balança a cabeça, pensativo.


-De quem é esse casamento? De algum ex-namorado?


Dulce não consegue conter uma gargalhada.


-O que foi?


-O meu ex-namorado passa a maior parte do tempo jogando videogame e, no tempo que sobra, entrega pizza. É engraçado imaginá-lo como noivo de alguém.


-Achei que você fosse um pouco jovem demais para ter um ex-namorado.


-Tenho 17 anos – responde indignada.


Ele levanta as mãos em sinal de rendição.


O avião começa a se afastar do portão e Christopher se aproxima da janela. Vêem-se luzes em todo o horizonte, como reflexos das estrelas, que formam grandes constelações na pista, na qual vários aviões esperam sua vez. Dulce junta as mãos no colo e respira fundo.


Então – diz Christopher, encostando-se no assento novamente –, acho que fomos direto para o final, não é?


-Como assim?


-Essas discussões sobre o verdadeiro significado do amor geralmente ocorre depois de três meses, não de três horas.


 -Pelo que ela falou – diz Dulce indicando a senhora ao lado de Christopher –, três horas são como três anos.


-Sim , mas só se você tiver apaixonada.


-Verdade. Esse não é o nosso caso.


-Não – concorda Christopher com um sorriso. – Não é o nosso caso. Uma hora é uma hora, e estamos fazendo tudo errado.


-Por quê?


-Sei o que você pensa sobre casamento, mas nem descobrimos as coisas importantes ainda, tipo: qual sua cor favorita e do que mais gosta de comer.


-Azul e comida mexicana.


Ele concorda.


-Respeitável. Para mim, é verde e curry.


-Curry? – ela franze o rosto. – Jura?


-Pode parar – diz ele. – Sem julgamentos. O que mais?


As luzes da cabine diminuem para que o avião decole. A rotação dos motores aumenta, e Dulce fecha s olhos por um instante.


-Que mais o quê?


-Animal favorito?


-Sei lá – diz ela abrindo os olhos de novo. – Cachorro?


Christopher balança a cabeça.


-Não tem graça. Diz outro.


-Elefante então.


-É mesmo?


Dulce faz que sim com a cabeça.


-Por quê?


-Quando eu era criança, não conseguia dormir sem meu elefante de pelúcia – explica, sem saber ao certo porque se lembrou daquele momento. Talvez seja porque está prestes a reencontrar o pai ou, talvez, por causa do chacoalhar do avião, que faz com que deseje ter seu cobertor preferido da infância para protegê-la.


-Não sei se isso vale.


-Você não conheceu o Elefantinho.


Ele ri.


-Você inventou sozinha esse nome tão criativo?


-Pior que foi – diz ela, sorrindo.


O bichinho de pelúcia tinha olhos negros brilhantes, orelhas macias e o rabo era feito de fios trançados. Tudo ficava melhor com ele, desde ter que comer legumes e vestir roupas que pinicavam até ter machucado do dedo médio do pé ou ficar de cama por causa da garganta inflamada. Elefantinho era o remédio para tudo. Com o tempo, perdeu um dos olhos e a maior parte do rabo; já havia recebido lágrimas, espirros, o peso do corpo de Dulce ao se sentar nele sem querer, mas mesmo assim, quando ela ficava chateada, o pai acariciava a cabeça da filha e a levava para o quarto, no andar de cima.


-Hora de consultar o elefante – dizia ele e, por algum motivo, sempre funcionava.


Somente agora lhe ocorreu que, na verdade, seu pai merecia mais crédito que o bicho de pelúcia.


Christopher fica olhando divertido.


-Ainda não sei se vale.


- Tudo bem – diz Dulce. – Qual é o seu animal preferido?


-A águia americana.


Ela ri.


-Você é inacreditável.


-Eu? – pergunta, levando uma das mãos ao peito. – Estou errado em amar o animal que, por acaso, simboliza a liberdade?


-Não, é que você está me zoando.


-Um pouco, talvez – diz com um sorriso –, mas estou conseguindo?


-Conseguindo me deixar com vontade de te dar um tapa?


-Não – responde com calma –, conseguindo distrair você.


-Do quê?


-Da sua claustrofobia.


Ela sorri para ele agradecida.


-Um pouco – responde –, se bem que piora quando o avião está no ar.


-Por quê? – pergunta ele. – Tem bastante espaço lá em cima.


-Mas não tem para onde fugir.


-Ah, então você está procurando uma saída.


-Sempre.


-Faz sentido – comenta ele em um tom dramático. – Várias meninas me dizem isso.


Ela ri e fecha os olhos de novo quando avião ganha velocidade na pista, fazendo um barulho alto. Eles são pressionados contra o assento pela força da gravidade, o avião se inclina levemente, até que – depois de um movimento final dos pneus – eles são projetados no ar dentro daquele pássaro de metal gigante.


Dulce segura o apoio para braços enquanto o avião sobe mais. As luzes lá embaixo vão ficando menores. Ela começa a ficar surda por causa da pressão do ar. Encosta a testa na janela e já sente medo do momento em que passam por nuvens baixas, quando o chão desaparece e o avião fica imerso no céu vasto e infinito.


Lá fora, os estacionamentos e casas em construção ficam distantes e indefinidos. Dulce observa o mundo mudar de forma, os postes de luz com seu brilho amarelo-alaranjado, as avenidas longas. Ela estica as costas e sente a testa gelada contra o vidro da janela. Não quer perder a cidade de vista. Mas, por enquanto, ainda estão perto o suficiente para ver as janelas acesas e os prédios lá embaixo. Por enquanto, Christopher ainda está ao seu lado, distraindo-a das nuvens.



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Autor(a): leticialsvondy

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Depois de alguns minutos de vôo, Christopher decide que já pode falar com ela de novo. Ao ouvir o som de sua voz Dulce sente alguma coisa ficar mais suave dentro de si e vai, aos poucos, relaxando as mãos. -Uma vez – diz ele –, voei para a Califórnia no Quatro de Julho. Ela vira um pouco a cabeça. -Era noite e não havia ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 12



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  • minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33

    Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii

  • stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51

    Amei

  • kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21

    nossa já acabou? UAU não sei o que falar

  • wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20

    ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais

  • kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27

    posta maisss

  • kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11

    PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA

  • kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58

    leitora nova continuaaa to amando essa fic

  • leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13

    nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.

  • nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52

    Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião

  • milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33

    leitora nova continuaaa.... to amando


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