Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy
Depois de alguns minutos de vôo, Christopher decide que já pode falar com ela de novo. Ao ouvir o som de sua voz Dulce sente alguma coisa ficar mais suave dentro de si e vai, aos poucos, relaxando as mãos.
-Uma vez – diz ele –, voei para a Califórnia no Quatro de Julho.
Ela vira um pouco a cabeça.
-Era noite e não havia nuvens no céu, então dava para ver os pequenos fogos de artifício pelo caminho, que nem fagulhas minúsculas embaixo do avião, em todas as cidades.
Dulce se vira para a janela de novo. Seu coração dispara quando ela vê o vazio lá embaixo, o nada. Fecha os olhos e tenta imaginar fogos de artifício.
-Quem não sabia que eram fogos deve ter achado meio assustador, mas daqui de cima era até bonito, eram luzes silenciosas e pequenas. Era difícil acreditar que eram as mesmas explosões que você vê lá embaixo. – Fez uma breve pausa. – Acho que tudo depende da perspectiva.
Ela olha para ele de novo e observa seu rosto.
-Você está falando isso para ajudar? – pergunta com delicadeza, tentando entender a moral da história.
-Não – diz com um sorriso –, estava só tentando distrair você de novo.
Ela sorri.
-Obrigada. Tem mais alguma história?
-Muitas – responde. – Posso falar até você cansar.
-Por sete horas?
-Aceito o desafio – diz para ela.
O avião já está estabilizado. Quando Dulce começa a se sentir enjoada, tenta concentrar sua atenção no assento da frente, ocupado por um homem com orelhas grandes e pouco cabelo no alto da cabeça; não é completamente careca, mas dá para ver que vai ficar. É como ler um mapa do futuro. Ela se pergunta se todo mundo tem sinais como aquele, indicações secretas das pessoas que virão a ser. Será que dava para saber, por exemplo, que a senhora ao lado deles não veria mais o mundo com olhos azuis brilhantes, e sim por meio de uma bruma indefinida? Ou que o homem do outro lado do corredor teria que segurar uma das mãos com a outra para mantê-la parada?
O que a preocupa, na verdade, é seu pai.
Será que ele havia mudado muito?
O ar do avião é seco e viciado, incomodando as narinas de Dulce. Ela fecha os olhos vermelhos e prende a respiração por um minuto, como se estivesse mergulhando na água, o que não é difícil de imaginar, pois nadando pelo céu infinito da noite. Abre os olhos e levanta a mão abruptamente para fechar a janela. Christopher dá uma olhada com as sobrancelhas erguidas, mas não diz nada.
Ela tem uma lembrança rápida e indesejada de um vôo que fez com o pai há alguns anos, não sabe ao certo quantos. Recorda-se de como ele ficava mexendo na janela, abrindo e fechando repetidas vezes, para cima e para baixo, até que os passageiros do outro lado do corredor começaram a olhar com sobrancelhas franzidas e lábios tensos. Assim que o aviso de que os passageiros mantenham os cintos de segurança fechados apagou, ele se levantou, deu um beijo na testa de Dulce, passou por ela e foi para o corredor. Por duas horas, ficou andando da primeira classe até os banheiros lá atrás. Parava para perguntar o que ela estava fazendo, como estava se sentindo, o que estava lendo, e aí saía de novo, como alguém esperando impacientemente pelo ônibus.
Será que sempre foi tão inquieto? Não tinha como saber.
Dulce se vira para Christopher.
-Então, seu pai vem te visitar sempre? – pergunta, e ele olha para ela um tanto surpreso.
Ela o encara de volta, também surpresa pela pergunta que fez. Queria ter perguntado sobre os pais dele. Seus pais o visitam sempre? A palavra pai saiu quase inconscientemente.
Christopher limpa a garganta e coloca as mãos sobre o colo. Pega a ponta do cinto de segurança e fica fazendo um rolo nele.
-Só a minha mãe, na verdade – responde. – Ela me trouxe no começo do ano. Não conseguiu me mandar para uma escola em outro lugar sem vir fazer minha cama.
-Que fofa – comenta Dulce, tentando não pensar na própria mãe e na discussão que tiveram mais cedo. – Ela deve ser gente boa.
Espera que Christopher vá falar mais alguma coisa, ou que vá perguntar sobre a família dela – seria a progressão normal de uma conversa entre duas pessoas que não podem sair de onde estão durante algumas horas. No entanto, tudo o que faz é passar é passar o dedo sobre as letras do adesivo do acento da frente. MANTENHA O CINTO AFIVELADO.
No teto, uma das telas se acende e anuncia um filme que passará durante o vôo. É uma animação sobre uma família de patos, um filme que Dulce já vira. Christopher reclama. Ela hesita, mas se vira para ele com expressão crítica.
-Qual o problema com os patos? – pergunta, e ele revira os olhos.
-Patos falantes?
Dulce sorri.
-E cantores.
-Meu Deus! – exclama ele. – Você já viu esse filme!
-Ela levanta dois dedos.
-Duas vezes.
Autor(a): leticialsvondy
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-Você sabe que esse filme foi feito para crianças de cinco anos, certo? -Para crianças de 5 a 8 anos, obrigada. -E quantos anos você tem mesmo? -Sou grande o suficiente para gostar dos nossos amigos patos. -Você – diz ele, rindo – é mais louca que o Chapeleiro Maluco. -Peraí – Diz Dulce olhando para ele com ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
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minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33
Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51
Amei
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kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21
nossa já acabou? UAU não sei o que falar
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wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20
ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27
posta maisss
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11
PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA
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kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58
leitora nova continuaaa to amando essa fic
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leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13
nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.
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nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52
Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião
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milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33
leitora nova continuaaa.... to amando