Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy
Dulce dorme: à deriva, sonhando. Em lugar escondido da mente, ela se imagina em outro vôo – é uma imagem forte, mesmo que o restante do corpo esteja mole de tanta exaustão. É o vôo que ela havia perdido. Três horas na frente, ela se imagina sentada ao lado de um senhor de idade com bigode comprido. Ele espirra e fica se mexendo, enquanto o avião passa pele Atlântico, e nunca dirige uma palavra a Dulce, que está cada vez mais ansiosa. Sua mão está apoiada no vidro da janela que a separa do nada, do nada e mais nada.
Ela abre os olhos rapidamente e vê que o rosto de Christopher está muito perto do seu. Está atento e quieto, com uma expressão difícil de decifrar. Ela toca seu coração, assustada, e se dá conta de que está com a cabeça encostada no ombro dele.
-Desculpa – murmura e se afasta.
O avião está quase completamente escuro agora, e parece que todo mundo está dormindo. Até mesmo as telas se apagaram. Dulce levanta a mão dormente presa entre eles, e checa o relógio que ainda está, infelizmente, no fuso de Nova York. Passa a mão no cabelo e dá uma olhada na camisa de Christopher para ver se babou em cima dele, pois ele está oferecendo um guardanapo para ela.
-Para quê isso?
Ela aponta para o guardanapo, e ela vê que ele desenhou um dos patos do filme.
-São seus materiais preferidos? – pergunta ela. – Caneta e guardanapo?
Ele sorri.
-Coloquei o boné de beisebol e os sapatênis para deixar o pato mais americano.
-Que graça, mas geralmente chamamos isso apenas de tênis – responde bocejando no final da frase. Coloca o guardanapo em cima da mochila. – Você não dorme em aviões?
Ele encolhe os ombros.
-Normalmente sim.
-Mas hoje, não?
Ele balança a cabeça.
-Não consegui.
-Que droga – diz ela, mas ele não lamenta.
-Você parecia estar dormindo bem.
-Mas não estava – diz ela. – Se bem que é bom eu ter dormido agora para conseguir ficar acordada durante a cerimônia amanhã.
Christopher olha para o relógio.
-Hoje, né?
-Isso – diz ela e franze o rosto. – Sou a madrinha do casamento.
-Maneiro.
-Não se eu perder a cerimônia.
-Mas sempre tem a festa depois.
-Verdade – diz, bocejando de novo. – Mal posso esperar para ficar sentada sozinha, vendo meu pai dançando com uma mulher que eu nunca vi antes.
-Você nunca a viu? – pergunta Christopher com seu sotaque britânico.
-Não.
-Nossa – comenta. – Então vocês não devem ser muito próximos.
-Eu e meu pai? Já fomos mais.
-Mas o que ouve?
-O que houve foi que seu país o engoliu.
Christopher dá uma risada curta e insegura.
-Ele foi dar aula um semestre em Oxford – explica Dulce –, e nunca mais voltou.
-Quando?
-Há quase dois anos.
-E foi quando conheceu essa mulher?
-Isso.
Christopher balança a cabeça.
-Que péssimo.
-Pois é – concorda.
As palavras não conseguem expressar o quanto foi realmente péssimo, o quanto ainda é. Apesar de ter contado a versão longa da história milhões de vezes para milhões de pessoas diferentes, ela sente que Christopher compreende melhor que os outros. A impressão deve ser fruto da maneira como ele a observa, com aqueles olhos que cavam um buraco em seu coração. Sabe que não é real; é a ilusão da proximidade, da falsa confiança que paira no avião quieto e escuro, mas ela não liga. Pelo menos, neste momento, parece ser real.
-Você deve ter ficado arrasada – diz ele –, e sua mãe também.
-No começo ficou. Mal saía da cama. Mas acho que ela voltou à realidade mais rápido que eu.
-Como? – pergunta ele. – Como você se recupera de uma coisa como essa?
-Não sei – responde Dulce honestamente. – Ela acredita que estão melhor assim. Que era para ser assim mesmo. Ela tem um novo namorado e ele, uma nova namorada, e ambos felizes agora. Só Dulce que não estava contente, principalmente com essa história de ter que conhecer a nova namorada dele.
-Mesmo que ela não seja tão nova na história.
-Especialmente porque não é nova na história. Isso deixa tudo dez vezes mais intenso e estranho, e é a última coisa que quero. Fico me imaginando entrando no casamento e todo mundo olhando para mim. A filha americana melodramática, que se recusou a conhecer a madrasta. – Dulce torce o nariz. – Madrasta. Meu Deus.
Christopher franze o rosto.
-Eu acho que é muita coragem.
-O quê?
-O que você está fazendo. O fato de encarar tudo isso. Seguir em frente. É muita coragem.
-Não me sinto corajosa.
-É porque está no meio da situação – explica –, mas você vai ver.
Ela o analisa com cuidado.
-E você?
-O que tem eu?
-Aposto que você não teme seu casamento nem a metade que temo o meu.
-Eu não diria isso – fala com um tom resoluto.
Ele estava bem perto dela, seu corpo já se apoiando em Dulce. Mas agora se afasta, não muito, apenas o suficiente para que ela perceba.
Dulce se inclina para frente e ele se estica para trás, como se estivessem unidos por uma força invisível. O casamento do pai não era um assunto agradável, mas ela falou assim mesmo não falou?
-Então, você vai se encontrar com seus pais?
Ele faz que sim com a cabeça.
-Que bom – diz ela. – Vocês têm uma boa relação?
Ele abre a boca e a fecha logo em seguida, quando vê o carrinho de bebidas se aproximando. As garrafas fazem barulhos aos se chocarem. A comissária pisa no freio assim que passa por eles e se vira novamente para começar a atender aos pedidos.
A cena é tão rápida que Dulce quase não acompanha: Christopher pega uma moeda no bolso da calça jeans e joga no corredor com um movimento rápido do pulso. Ele se abaixa na frente da senhora, que ainda dorme, pega a moeda com a mão esquerda e duas garrafinhas de Jack Daniel’s com a direita. Coloca as garrafas no bolso junto com a moeda, segundo antes da comissária perguntar o que vão beber.
-Querem alguma coisa? – pergunta, olhando para o rosto surpreso de Dulce, as bochechas rosadas de Christopher e a senhora roncando com vigor no assento da ponta.
-Não, obrigada – responde Dulce.
-Também não quero nada – diz Christopher. – Saúde mesmo assim
Quando a comissária se distancia, levando o carrinho, Dulce olha para ele, boquiaberta. Ele pega as garrafas e dá uma pra ela, depois, abre a sua e encolhe os ombros.
-Foi mal – diz –, mas achei que se vamos conversar sobre família, um pouco de uísque cairia bem.
Dulce fica olhando para garrafa em suas mãos.
-Você vai beber isso tudo?
Autor(a): leticialsvondy
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Christopher sorri. -Será que a minha pena vai ser de dez anos de trabalhos forçados? -Pensei em alguma coisa do tipo lavar pratos em restaurantes – brinca e devolve a garrafa para ele –, ou talvez carregar malas. -Acho que você vai me fazer carregar malas de qualquer maneira – responde. – Não se preocupe, vou deixar uma g ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
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minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33
Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51
Amei
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kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21
nossa já acabou? UAU não sei o que falar
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wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20
ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27
posta maisss
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11
PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA
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kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58
leitora nova continuaaa to amando essa fic
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leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13
nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.
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nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52
Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião
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milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33
leitora nova continuaaa.... to amando