Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy
Aeroportos são verdadeiras câmaras de tortura quando se tem claustrofobia.
Não apenas por causa do iminente perigo – ficamos presos com sardinhas e somos catapultados pelo ar dentro de um tubo de metal -, mas também por causa dos terminais, da quantidade de pessoas, da confusão que turva a vista, do zumbido que atordoa de todo movimento e do barulho, do frenesi e do vozerio, tudo isso selado por janelas de vidro, como se fosse uma monstruosa fazenda de formigas.
Isso é apenas uma das várias coisas que Dulce está tentando ignorar enquanto espera no balcão de embarque. Está ficando escuro e o avião já deve estar sobrevoando o atlântico. Ela pode sentir alguma coisa em seu interior se desfazendo, como o ar que sai lentamente de um balão. Parte da sensação se relaciona ao vôo muito próximo e parte ao aeroporto em si, mas o maior problema – o maior de todos – é saber que vai se atrasar para um casamento ao qual nem queria ir. Essa ironia do destino a fez querer chorar.
Os atendentes da companhia aérea se reuniam atrás do balcão e olham pra ela com impaciência. A tela atrás dela já anuncia o próximo vôo do JKF para Heathrow, um vôo que só sairia em três horas. Fica cada vez mais claro que é Dulce quem está impedindo que o expediente da equipe acabe.
- Lamento senhora – diz uma das atendentes, disfarçando um suspiro – Não há nada que possamos fazer, a não ser colocá-la em um vôo mais tarde.
Dulce concorda. Ela passou as ultimas semanas desejando secretamente que alguma coisa desse tipo acontecesse, embora as cenas que imaginou fossem mais dramáticas: greve nacional dos aeroviários, uma chuva de granizo épica, um caso raro de gripe ou de sarampo que a impedisse de viajar. Seriam razões perfeitamente aceitáveis para que não visse o pai caminhando pelo corredor da igreja para se casa com uma mulher que ela nunca havia encontrado.
No entanto, atrasar-se quatro minutos para o vôo soava um pouco conveniente de mais, até suspeito, e Dulce não sabe ao certo se seus pais – tanto o pai quanto a mãe – entenderiam que não foi sua culpa. Na verdade, isso provavelmente faria parte da pequena lista de tópicos que os dois concordavam.
Foi idéia dela faltar o ensaio para o jantar e chegar em Londres na manhã do casamento. Dulce não via o pai havia mais de um ano e não achava que seria capaz de sentar em um salão com todas as pessoas mais importantes pra ele – amigos e colegas de trabalho, o mundinho que construiu do outro lado do oceano – enquanto brindavam a sua saúde, felicidade e vida nova. Se pudesse decidir, nem iria ao casamento, porém, essa decisão não foi negociada.
-Ele ainda é seu pai – dizia a mãe como se ela tivesse esquecido – se você não for vai se arrepender depois. Sei que é difícil imaginar isso quando se tem 17 anos, mas acredite em mim. Um dia você ainda vai se arrepender.
Dulce achava que não.
A atendente digita no teclado do computador com certa ferocidade, batendo nas teclas e fazendo barulho ao mascar chiclete.
-Você está com sorte – diz, balançando as mãos no ar. – Posso colocá-la no vôo de 22h24. Assento 18A. Janela.
Dulce fica até com medo de perguntar, mas arrisca mesmo assim.
-Chega que horas?
-Chega 9h54 – diz a atendente – Amanhã de manhã.
Imagina a caligrafia delicada no grosso convite marfim de casamento, que estava há meses em cima da cômoda. A cerimônia começa no dia seguinte ao meio-dia, o que significa que, se tudo sair conforme planejado – o vôo e a alfândega, os táxis, o trânsito, se tudo for perfeitamente coreografado – ainda há chances de conseguir chegar a tempo. Uma pena chance.
-O embarque começa neste portão às 21h45 – comunica a atendente, entregando-lhe vários papéis organizados num pequeno envelope. – Tenha um excelente vôo.
Vai até as janelas e examina as fileiras de cadeiras cinza. A maioria está ocupada e as que restam estão com o estofado amarelo à mostra, como ursinhos de pelúcia descosturados. Ela coloca a mochila sobre a mala de mão, pega o celular e procura o nome do pai na lista de contatos. Está registrado como “O professor”, apelido que ganhou da filha á um ano e meio, quando anunciou que não voltaria a Connecticut; depois disso, a palavra pai acabou virando um incômodo sempre que El abria o celular.
Seu coração dispara com o toque do telefone; ele liga regularmente, mas ela quase nunca liga de volta. É quase meia-noite na Inglaterra e, quando finalmente atende, a voz do pai está roca e lenta de sono ou álcool – talvez de ambos.
-Dulce?
-Perdi meu vôo – diz com um tom seco que naturalmente aparece quando fala com o pai. É efeito do desgosto que sente por ele.
-O quê?
Suspira e repete a informação.
-Perdi o vôo.
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
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minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33
Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51
Amei
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kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21
nossa já acabou? UAU não sei o que falar
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wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20
ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27
posta maisss
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11
PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA
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kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58
leitora nova continuaaa to amando essa fic
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leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13
nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.
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nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52
Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião
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milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33
leitora nova continuaaa.... to amando