Fanfics Brasil - Capitulo 7 (PARTE 1) A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada)

Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 7 (PARTE 1)

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Dulce acorda repentinamente sem nem perceber que estivera dormindo de novo. O avião ainda está escuro, mas dá para ver uma luz clareando as janelas. As pessoas estão começando a se mover, bocejar e se espreguiçar, e também a devolver bandejas de ovos mexidos com bacon vermelho para as comissárias de bordo, que estão incrivelmente bem dispostas e arrumadas, mesmo depois de uma viagem tão longa.


A cabeça de Christopher está no ombro dela desta vez, sustentando a de Dulce. Ela tenta ficar totalmente imóvel, mas seu braço treme e se move. Christopher desperta com se tivesse levado um choque.


-Desculpa – dizem ao mesmo tempo de Dulce repete. – Desculpa.


Christopher coça os olhos como uma criança acordando depois de um sonho ruim e fica olhando para ela por algum tempo. Dulce sabe que deve estar horrorosa, mas não se ofende com a reação dele. Quando entrou no banheiro apertado e se olhou no espelho ainda menor, ficou surpresa ao ver como estava pálida, com olhos inchados por causa do ar viciado e da altitude.


Ela piscou diante do reflexo, achando-se horrível, e ficou se perguntando o que Christopher tinha visto nela. Não costumava se preocupar muito com cabelo e maquiagem, nem passava muito tempo na frente do espelho, mas era pequena, ruiva e bonita o suficiente para chamar a atenção dos garotos na escola. Mesmo assim, a imagem do espelho a deixou preocupada, e isso foi antes de cair no sono pela segunda vez. Nem dava para imaginar como estava seu rosto agora. Cada parte de seu corpo está dolorida de tanto cansaço e seus olhos doem; tem uma mancha de refrigerante na gola da camisa e nem quer pensar em como está seu cabelo nesse momento.


Christopher também está diferente. É estranho vê-lo naquela luz; é como colocá-lo numa TV de alta definição. Seus olhos ainda estão inchados de sono e tem uma marca que vai da bochecha até a testa, onde estava apoiado na camisa de Dulce. Mas que isso, ele parece estar sem energia e cansado, com os olhos avermelhados e muito distantes.


Ele arqueia as costas para se espreguiçar e olha no relógio.


-Estamos quase lá.


Dulce concorda e se sente aliviada por não terem se atrasado, mesmo que queira um pouco mais de tempo. Apesar de tudo – do vôo tão lotado, do assento desconfortável e dos cheiros que estão tomando conta do ambiente –, ela não se sente pronta para sair do avião, onde foi tão fácil se perder nas conversas e esquecer tudo o que deixou e o que estava por vir.


O homem à frente abre a janela e uma luz branca – tão repentina que Dulce quase cobre o rosto com as mãos – ilumina tudo, afastando a escuridão, acabando o que restara da magia noturna. Ela abre sua janela, pois o encanto já tinha acabado oficialmente. Lá fora, o céu é um azul que cega, cheio de nuvens em camadas, como um bolo. Depois de tantas horas no escuro, olhar por muito tempo chega a doer.


São apenas quatro da manhã em Nova York. A voz do piloto nos alto-falantes é alegre demais para aquele horário.


-Bom dia a todos – diz ele –, estamos fazendo a aproximação final do aeroporto de Heathrow. O tempo está em Londres, 22 graus, parcialmente dublado com possibilidade de chuva mais tarde. Vamos pousar em pouco menos de vinte minutos, portanto, afivelem os cintos. Foi um prazer voar com vocês, aproveitem a estada.


Dulce se vira para Christopher.


-Quanto é isso em Fahrenheit?


-É quente – responde.


Dulce está sentindo calor; talvez seja a previsão do tempo, o sol batendo na janela ou apenas a proximidade do garoto ao seu lado, com a camiseta amassada e as bochechas vermelhas. Ela se estica para abrir a saída do ar no painel acima deles e fecha os olhos, sentindo o jato de vento frio.


-Pois é – diz ele, estalando um dedo de cada vez.


-Pois é.


Eles se olham de lado e alguma coisa na expressão dele – uma incerteza que reflete a sua – faz com que Dulce sinta vontade de chorar. Não há distinção entre a noite anterior e esta manhã, é lógico – primeiro tudo ficou escuro e, depois, claro –, mas, mesmo assim, as coisas parecem horrivelmente diferentes. Ela pensa em como ficaram lado a lado perto do banheiro, como pareceram prestes a fazer alguma coisa, tudo, como se o mundo todo estive mudando enquanto conversavam no escuro. E agora lá estão, dois estranhos educados, como se ela apenas tivesse imaginando o que aconteceu. Gostaria de poder virar o avião e voar para o outro lado, buscando a noite que deixaram para trás.


-Você acha – diz com voz rouca – que gastamos todo o nosso assunto ontem?


-Impossível – diz Christopher. A maneira como fala, quase sorrindo, com voz amena, desfaz o nó no estômago de Dulce. – Nem começamos a falar sobre as coisas importantes de verdade.


-Tipo o quê? – pergunta, tentando disfarçar o alívio. – Tipo: por que o Dickens é tão famoso?


-Claro que não – responde ele. – Coisas do tipo a luta pelos coalas. Ou o fato de Veneza estar afundando. – Ele para de falar, como se estivesse esperando uma reação, mas, como Dulce não responde, ele bate no joelho e repete. – Afundando! Dá para acreditar nisso?


Ela franze o rosto, fingindo preocupação.


-Isso é muito importante.


-Com certeza – insiste Christopher –, para não falar do tamanho da pegada de carbono que estamos deixando para trás depois dessa viagem. Ou a questão da diferença entre crocodilos e jacarés. Ou o vôo mais longo de uma galinha.


-Por favor, diga que você não sabe a resposta.


-Treze segundos – responde e se inclina por cima dela para olhar pela janela. – Que desastre. Já estamos quase me Heathrow e não falamos sobre as galinhas voadoras. – Ele bate no vidro com um dedo. – Está vendo aquela nuvem?


-Não tem como não ver – diz Dulce; o avião está quase imerso numa nuvem. A neblina acinzentada cobre o vidro cada vez mais, enquanto o avião desce.


-Essas nuvens são chamadas de cumulus, sabia?


-Devia saber, né?


-São as melhores.


-Por quê?


-Porque as nuvens deviam ser assim, do jeito que as desenhamos quando somos crianças. Eu gosto disso, sabia? Por que o sol nunca é do mesmo jeito que desenhamos.


-Como um círculo com espinhos?


-Exatamente. E minha família com certeza não é igual a que eu desenhava.


-Bonecos de palitos?


-Por favor – diz ele –, me dê um pouco de crédito. Eles tinham mãos e pés também?


-Em forma de bola?


-Mas é legal quando uma coisa é igual ao que você desenhava, não é? – Ele faz que sim com a cabeça e dá um sorriso de satisfação. – Nuvens cumbus. As melhores.


Dulce encolhe os ombros.


-Acho que nunca pensei nisso.


-Então, viu? – comenta Christopher. – Temos muito mais coisas para conversar. Mal começamos.


As nuvens começam a se aproximar e o avião vai baixando lentamente no céu de prata. Dulce sente uma onda inconsciente de alívio quando vê o solo, mesmo que ainda esteja tão longe que só possa ver os campos como pedaços de retalho e prédios sem formas exatas, além dos traços apagados das estradas que mais parecem linhas cor cinza.


Christopher boceja e encosta a cabeça no assento.


-Acho que devíamos ter dormido mais – diz. – Estou um trapo.


Dulce dá uma olhada nele.


-Estou cansado – comenta ele, mudando o sotaque e o vocabulário para soar mais americano, apesar de ainda manter um certo tom britânico.


-Eu me sinto como se estivesse num curso de línguas estrangeiras em outro país.


-Aprenda a falar inglês britânico em apenas sete horas! – diz Christopher com voz de anunciante. – Como resistir a um anúncio desses na televisão?



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Autor(a): leticialsvondy

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-Comercial – corrige ela virando os olhos para cima. – Como resistir a um comercial desses. Christopher sorri. -Viu o quanto você já aprendeu? Já tinham quase se esquecido da senhora ao lado deles. Ela dormiu por tantas horas que foi a falta de barulho de ronco que fez com que os dois olhassem para ela. -Perdi muita coisa? – pergunta ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 12



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  • minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33

    Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii

  • stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51

    Amei

  • kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21

    nossa já acabou? UAU não sei o que falar

  • wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20

    ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais

  • kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27

    posta maisss

  • kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11

    PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA

  • kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58

    leitora nova continuaaa to amando essa fic

  • leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13

    nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.

  • nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52

    Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião

  • milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33

    leitora nova continuaaa.... to amando


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