Fanfics Brasil - Capitulo 12 (PARTE 2) A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada)

Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 12 (PARTE 2)

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Ela só percebeu o objetivo real da viagem quando voltaram para casa; sentiu assim que chegou, como se sente a eletricidade no ar depois de uma tempestade de raios.


O pai havia estado lá.


A cozinha estava gelada e escura, e as duas ficaram ali em silêncio avaliando o estrago. Foram os pequenos detalhes que chamaram mais a atenção, não as ausências mais óbvias — os casacos na porta dos fundos, ou o cobertor de lã que geralmente ficava em cima do sofá no cômodo ao lado. Foram os pequenos espaços em branco: o jarro de cerâmica que ela havia feito para o pai na aula, a foto dos pais dele que ficava no corredor, o lugar onde sua caneca costumava ficar. Era como uma cena de crime, como se a casa tivesse sido amputada, e a primeira preocupação de Dulce foi a mãe.


No entanto, a expressão dela deixou claro que já sabia que o ex-marido ia pegar suas coisas.


Por que você não me contou?


A mãe estava na sala, passando os dedos pelos móveis como se estivesse registrando as perdas.


— Achei que seria mais difícil.


— Para quem? — perguntou com olhos acesos.


A mãe não respondeu, apenas olhou para a filha com calma, com uma paciência que mais parecia uma permissão; era a vez de Dulce ficar ressentida, a vez dela de perder o controle.


— Nós achamos que seria muito difícil para você ficar vendo seu pai pegar as coisas — explicou a mãe. — Ele queria te ver, mas não dessa forma. Não enquanto fazia a mudança.


— Sou eu quem está aguentando firme — disse Dulce com a voz


baixinha. — Eu tinha que decidir se isso seria muito difícil.


— Dulce — falou a mãe, dando um passo em direção à filha. Ela foi


para trás.


— Não — disse, engolindo as lágrimas.


Era a verdade. Ela realmente mantivera a família unida. Aquele tempo todo foi ela quem as fez seguir em frente, mas agora a sensação era a de que estava caindo aos pedaços, e quando a mãe finalmente a abraçou, toda a confusão daquele mês tomou uma forma nítida. Pela primeira vez, desde a saída do pai, sentiu a raiva se dissolvendo e se transformando em uma tristeza tão grande que parecia não ter fim. Ela apoiou o rosto no ombro da mãe e as duas ficaram abraçadas por um bom tempo. A mãe cobriu a filha com seus braços e a ouviu chorar tudo o que não havia chorado num mês inteiro.


Dulce encontrou o pai em Aspen seis semanas depois disso. A mãe a levou ao aeroporto com a mesma calma comedida, que parecia ser sua principal característica desde a separação, uma paz inesperada, tão frágil quanto certa. Não sabia dizer se era o Arizona que causara aquilo — a mudança repentina, o calor constante — ou se foram os símbolos do pai que, de repente, se foram, mas, de qualquer forma, alguma coisa havia mudado.


Uma semana depois, o dente de Dulce começou a doer.


— Você comeu muito doce no hotel — brincou a mãe, enquanto iam para o dentista. Tinha que ficar segurando o queixo para não doer.


O antigo dentista delas havia se aposentado um pouco depois da última consulta, e o novo era um homem careca de uns 50 anos com uma expressão branda no rosto e jaleco engomado. Quando apareceu na porta para chamá-la, Dulce viu que seus olhos se arregalaram ao ver sua mãe, que fazia palavras-cruzadas numa revista de crianças — estava toda satisfeita, mesmo depois de ela avisar que aquilo era para crianças de 8


anos. O dentista arrumou a parte da frente do jaleco e foi falar com elas.


— Sou o Dr. Doyle — disse e esticou a mão para cumprimentar a mãe


de Hadley, que levantou a cabeça com um sorriso distraído. Ele não


conseguia parar de olhar para ela.


— Kate — disse a mãe. — E esta é a Dulce.


Depois de fazer a obturação, o Dr. Doyle foi com ela até a sala de espera, o que o outro dentista jamais tinha feito.


— E aí? — perguntou a mãe, levantando-se. — Deu tudo certo? Ela pode ganhar uma balinha por ter se comportado?


— Hum, nós tentamos incentivar o consumo reduzido de doces...


— Ela sabe — disse Dulce, olhando para a mãe —, está só brincando.


— Bem, muito obrigada, doutor — agradeceu a mãe, botando a bolsa no ombro e abraçando a filha. — Tomara que demore para vermos o senhor de novo.


Ele ficou surpreso, mas a mãe abriu um sorriso enorme.


— É só escovar os dentes e passar o fio dental sempre, não é?


— Isso — respondeu ele com um sorriso e ficou olhando para elas enquanto iam embora.


Meses mais tarde — depois que o divórcio saiu, depois que a mãe voltou à rotina, depois de Dulce sentir dor no dente de novo —, o Dr.


Harrison Doyle finalmente conseguiu criar coragem e convidar a mãe dela para jantar. Sabia que isso ia acontecer desde o primeiro encontro. Tinha alguma coisa na maneira como o dentista olhava para a mãe, uma esperança que fez com que as preocupações de Dulce ficassem mais leves.


Harrison mostrou-se uma pessoa estável, ao contrário do pai. Pé no chão, ao passo que o pai era um sonhador. Era exatamente o que precisavam; não entrou na vida delas com nenhum tipo de proposta revolucionária, e sim de maneira direta, um jantar de cada vez, um filme de cada vez, testando as zonas periféricas por meses até que elas finalmente estivessem prontas para recebê-lo. E quando esse momento chegou, foi como se ele já estivesse lá desde sempre. Já era difícil se lembrar de como a mesa da cozinha ficava com o pai fazendo uma refeição nela. Para Dulce — presa numa eterna luta entre tentar se lembrar e tentar se esquecer —, isso ajudou a fortalecer a ilusão de que estavam progredindo.


Certa noite, uns oito meses depois do início do namoro da mãe com o Dr. Doyle, Dulce abriu a porta da frente e lá estava ele de um lado para o outro na entrada.


— Oi — disse ela, abrindo a porta —, ela não falou? Está no clube de leitura hoje.


Ele limpou os pés no tapete e entrou.



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Autor(a): leticialsvondy

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— Eu queria falar com você, na verdade — disse, colocando as mãos nos bolsos. — Queria pedir permissão para fazer uma coisa. Dulce, a quem com certeza nenhum adulto jamais havia pedido permissão para nada, ficou intrigada com aquilo. — Se achar que não é problema para você — disse ele com os olhos ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 12



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  • minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33

    Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii

  • stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51

    Amei

  • kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21

    nossa já acabou? UAU não sei o que falar

  • wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20

    ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais

  • kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27

    posta maisss

  • kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11

    PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA

  • kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58

    leitora nova continuaaa to amando essa fic

  • leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13

    nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.

  • nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52

    Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião

  • milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33

    leitora nova continuaaa.... to amando


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