Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy
Mesmo que o pai ainda morasse com ela em Connecticut, mesmo que ela ainda se sentasse com ele para tomar café, vestindo pijama, e desse boa-noite no corredor antes de ir dormir, mesmo assim esta cena devia acontecer com a participação da mãe. Sendo pai ausente ou não, consolar a filha que está aos prantos por causa de um garoto é território materno absoluto e irrefutável.
No entanto, está com o pai, a melhor e única opção no momento, contando toda a história como se fosse um segredo antigo. Ele está sentado numa cadeira virada ao contrário, e apoia os braços no encosto. Dulce agradece por ele não fazer aquela cara de professor — cabeça para o lado e olhos vazios, com uma expressão que denota um suposto interesse.
Não, a maneira como olha para ela agora é mais profunda; é a maneira como olhou quando era criança e machucou o joelho, quando caiu de bicicleta no asfalto, quando deixou cair um vidro de cerejas no chão da cozinha e cortou o pé. Alguma coisa naquele olhar a faz se sentir melhor.
Abraçada com uma das almofadas decorativas da cama sofisticada, conta tudo sobre o encontro com Christopher no aeroporto e a mudança de assento no avião. Conta que Christopher a ajudou a não se sentir claustrofóbica, distraindo-a com perguntas bobas, salvando-a como o pai já havia feito.
— Lembra como você me disse para pensar no céu? — pergunta ela para o pai, que faz que sim com a cabeça.
— Ajuda?
— Ajuda — diz. — É a única coisa que ajuda.
Ele abaixa a cabeça, mas antes ela consegue ver que está sorrindo.
Tem uma festa de casamento acontecendo lá fora, uma noiva e garrafas de champanhe, horários a cumprir, coisas importantes. Mas ele está ali ouvindo a filha, como se não tivesse mais nada para fazer. Como se nada fosse mais importante do que isso. Do que ela. Dulce continua contando.
Fala sobre a conversa com Christopher, sobre as longas horas em que não podiam fazer nada a não ser conversar enquanto sobrevoavam um oceano sem fim. Conta sobre os projetos de pesquisa ridículos de Christopher, sobre o filme com os patos e sobre ter achado erroneamente que ele também ia para um casamento. Fala até sobre o uísque.
Não conta nada sobre o beijo no aeroporto.
Quando chega à parte em que se perdem no aeroporto, está tão afobada que mal consegue falar direito. É como se uma espécie de válvula tivesse sido aberta dentro dela e não tem como parar a torrente. Quando conta sobre o funeral em Paddington, sobre a concretização de suas piores suspeitas, ele pega a mão da filha.
— Eu devia ter contado — diz ela e limpa o nariz com as costas da mão. — Na verdade, nem devia ter ido lá.
O pai não diz nada, para alívio de Dulce. Ela não sabe ao certo como contar o resto da história — a expressão de Oliver tão obscura e solene como uma tempestade começando ao longe. Do outro lado da porta, pessoas riem e batem palmas. Ela respira fundo.
— Eu estava tentando ajudar — explica com calma, mesmo sabendo que essa não é toda a verdade. — Queria vê-lo de novo.
— Que fofa — diz o pai, e ela balança a cabeça.
— Não sou, não. Tipo, só conversei com ele durante algumas horas. É ridículo. Não faz sentido.
O pai sorri e depois ajeita a gravata-borboleta torta.
— É assim que essas coisas acontecem, filha — diz ele. — O amor é a coisa mais estranha e sem lógica do mundo.
Dulce levanta a cabeça.
— O que foi?
— Nada — diz. — A mamãe já me falou exatamente essa mesma frase.
— Em relação ao Christopher?
— Não, em geral.
— Sua mãe é muito inteligente — responde ele sem nenhum traço de ironia ou intenção, o que faz com que Dulce faça a pergunta que segurou por mais de um ano.
— Então por que você se separou dela?
O pai abre a boca e encosta na cadeira como se as palavras fossem coisas materiais.
— Dulce — diz, mas a voz falha.
Ela faz que sim com a cabeça.
— Tudo bem — diz ela. — Deixa pra lá.
Ele se levanta tão rápido que Dulce acha que vai sair da sala. Em vez disso, ele se senta ao lado dela na cama. Ela se ajeita para ficar de lado, para que não tenham de se olhar.
— Eu ainda amo sua mãe — diz ele com calma. Dulce pensa em interrompê-lo, mas ele continua a falar. — É claro que agora as coisas estão diferentes. E há muita culpa nessa história. Mas ela ainda significa muito para mim. Você tem que saber disso.
— Então como você conseguiu...
— Ir embora?
Dulce concorda.
— Tive que ir — responde com simplicidade —, mas isso não significa que eu queria deixar você.
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
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minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33
Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51
Amei
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kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21
nossa já acabou? UAU não sei o que falar
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wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20
ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27
posta maisss
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11
PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA
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kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58
leitora nova continuaaa to amando essa fic
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leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13
nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.
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nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52
Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião
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milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33
leitora nova continuaaa.... to amando