Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy
Da mesma maneira que a claustrofobia de Dulce de vez em quando faz com que os lugares mais vastos fiquem minúsculos, alguma coisa naquela festa — a música ou a dança, ou talvez o champanhe — faz com que as horas não sejam apenas um punhado de minutos. É como uma daquelas montagens no cinema em que tudo está acelerado; as cenas são meros flashes, as conversas são apenas instantes.
Durante o jantar, Monty e Violet fazem seus discursos — o dele cheio de risos, o dela cheio de lágrimas —, e Dulce observa Charlotte e o pai enquanto escutam as homenagens com olhos brilhando. Mais tarde, depois de cortar o bolo e depois de Charlotte conseguir fugir das tentativas do marido de sujá-la de bolo, como ela conseguiu fazer com ele, a música volta a tocar. Quando o café é servido, estão todos exaustos à mesa, com as bochechas vermelhas e os pés doendo. O noivo se senta entre ela e Charlotte, que — entre goles de champanhe e pedaços de bolo — olha para ele.
— Tem alguma coisa no meu rosto? — pergunta ele.
— Não, só estou querendo saber se está tudo bem com vocês dois — admite ela — depois da discussão no meio do salão.
— Parecia uma discussão? — diz o noivo com um sorriso. — Era para ser uma valsa. Errei os passos?
Dulce vira os olhos para cima.
— Ele pisou no meu pé pelo menos umas 12 vezes — diz ela para Charlotte —, mas fora isso está tudo bem.
O pai abre a boca de brincadeira.
— Não foram mais que duas vezes.
— Desculpa, amor — diz Charlotte —, mas vou ter que concordar com Dulce. Meus dedinhos esmigalhados são testemunhas.
— Estamos casados há apenas algumas horas e você já está discordando de mim?
Charlotte ri.
— Prometo que vou discordar de você até que a morte nos separe, querido.
Do outro lado da mesa, Violet bate na taça com uma colher, e, em meio ao som de vários copos e talheres, os noivos se beijam novamente e só param quando percebem que tem um garçom atrás deles esperando para pegar os pratos.
Quando seu prato é retirado, Dulce afasta a cadeira e se inclina para pegar a bolsa.
— Acho que vou dar uma volta para tomar um ar — anuncia.
— Está se sentindo bem? — pergunta Charlotte, e Monty pisca de novo olhando para a taça de champanhe como se quisesse dizer que tinha avisado sobre a bebida.
— Estou bem — responde rapidamente. — Volto daqui a pouco.
O pai encosta na cadeira e sorri.
Diga para sua mãe que mandei um oi.
— O quê?
Ele aponta para a bolsa dela.
— Diga que mandei oi.
Dulce sorri com vergonha, surpresa por ele ter adivinhado com tanta facilidade.
— Sim, eu ainda tenho o sexto sentido de um pai — diz ele.
Você não é tão esperto quanto pensa — responde e se vira para
Charlotte. — Você vai se sair melhor. Acredite em mim.
O pai abraça Charlotte e sorri para a filha.
— Sim — concorda e beija o rosto da nova esposa —, com certeza, vai.
Dulce se afasta e ouve o pai começando a entreter o restante da mesa com histórias de sua infância, de todas as vezes que foi salvá-la, de todas as vezes em que já sabia o que estava acontecendo. Ela se vira mais uma vez e ele para de falar quando seus olhares se encontram. Suas mãos estão no ar como se demonstrasse o tamanho de um peixe ou de um campo, ou algum detalhe de uma fábula do passado. Ele pisca para a filha.
Ao sair do salão, faz uma pausa e encosta na parede. Sente-se como se tivesse saído de um sonho ao ver os outros hóspedes usando jeans e tênis.
Não consegue ouvir direito por causa da música que ficou nos ouvidos, o cenário é muito claro e um tanto irreal. Ela passa pelas portas giratórias e respira fundo quando chega lá fora. Dá boas-vindas ao ar gelado e à brisa insistente que traz o cheiro do mar.
Há degraus de pedra que aumentam o tamanho do hotel, que já é ridiculamente enorme, como a entrada de um museu. Dulce sai pelo lado e acha um lugar para se sentar. Assim que o faz, percebe que a cabeça está doendo e os pés latejando. Seu corpo todo parece pesado, e ela nem consegue se lembrar da última vez em que dormiu. Dá uma olhada no relógio e tenta calcular que horas são em casa e há quanto tempo está acordada, mas os números ficam confusos e não cooperam.
Tem outra mensagem da mãe no celular, o coração de Dulce pula. Sente como se estivessem separadas há muito mais tempo. Mesmo sem ter certeza de que horas são em casa, liga e fecha os olhos enquanto a chamada é feita.
— Finalmente — diz a mãe ao atender. — Achei que estivesse brincando de pique-esconde.
— Mãe — murmura ela, apoiando a testa sobre a mão. — Fala sério.
— Estava quase morrendo, querendo falar com você — diz a mãe. — Como você está? Que horas são aí? Como estão as coisas?
Dulce respira fundo e dá uma fungada.
— Mãe, desculpa pelo que falei no carro. Antes de ir embora.
Autor(a): leticialsvondy
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— Tudo bem — responde, depois de alguns instantes de silêncio. — Eu sei que não foi por mal. — Não foi mesmo. — E filha, eu estive pensando... — Em quê? — Eu acho que não devia ter te obrigado a ir. Você já tem idade suficiente para tomar essas decisões sozinha. Foi um erro me ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
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minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33
Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51
Amei
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kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21
nossa já acabou? UAU não sei o que falar
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wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20
ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27
posta maisss
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11
PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA
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kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58
leitora nova continuaaa to amando essa fic
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leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13
nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.
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nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52
Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião
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milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33
leitora nova continuaaa.... to amando