Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy
—Depois do quê?
— De eu ter chegado sem avisar no funeral hoje — diz ela ainda afetada pelas memórias. — Não que você não tivesse companhia.
Ele franze a testa, olhando para os sapatos até que a indireta dela faz sentido.
— Ah — diz ele. — Aquela é minha ex-namorada. Ela conhecia meu pai e estava preocupada comigo. Mas estava lá como amiga da família. De verdade.
Ela sente uma onda de alívio. Não tinha percebido o quanto queria que fossem apenas amigos, antes de ouvir que realmente eram.
— Que bom que ela estava lá — diz com sinceridade. — Que bom que tinha alguém cuidando de você.
— Sim, mas não foi ela quem me deixou com alguma coisa boa para ler — diz ele tocando o livro.
— Sim, mas ela provavelmente não teve que forçar você a conversar.
— E ela também não fica zoando o meu sotaque.
— Nem aparece sem ser convidada.
— Isso é uma coisa que nós dois fazemos — comenta ele, olhando para a entrada do hotel onde um recepcionista os observa com atenção. —Por que você não está lá dentro?
Dulce encolhe os ombros.
Claustrofobia?
— Na verdade, não — diz. — Não tenho tido mais ataques.
— Fica imaginando o céu?
Ela dá uma olhada para ele.
— Pensei no céu o dia todo hoje.
— Eu também — diz Christopher, olhando para cima.
Mesmo sem perceber, eles acabaram se aproximando cada vez mais.
Não estão encostados um no outro, mas não existe espaço entre eles. Há um cheiro de chuva no ar, e o homem que está fumando ao lado deles apaga o cigarro e volta para dentro. O recepcionista olha para o céu, delimitado pela aba do seu chapéu, e a brisa agita o toldo, como se estivesse querendo voar.
Um mosquito pousa no joelho de Dulce, mas ela não o tira dali. Em vez disso, os dois ficam olhando o inseto se movendo antes de sair voando de novo, tão rápido que quase não o veem.
— Será que ele conseguiu ver a Torre de Londres? — pergunta Christopher.
Dulce olha para ele sem entender.
— Nosso amigo do voo — diz ele com um sorriso. — O intruso.
— Ah, sim. Com certeza, conseguiu. Deve estar indo para alguma festa agora.
— Depois de um dia cheio em Londres.
— Depois de um dia longo em Londres.
— O dia mais longo — concorda Christopher. — Não sei você, mas a última vez que dormi foi durante aquele filme idiota dos patos.
Dulce ri.
—Não é verdade. Você dormiu depois. Com a cabeça no meu ombro.
— Claro que não — diz. — Isso jamais aconteceu.
— Pode ter certeza que aconteceu — afirma ela, batendo no joelho dele com o dela. — Eu me lembro de tudo.
Ele abre um sorriso.
— Então você também deve se lembrar de que brigou com aquela mulher na área de embarque.
Dulce olha para ele com ar de indignação.
— Eu não briguei — diz. — Pedir que alguém tome conta de sua mala é uma coisa normal.
— Ou um crime em potencial, depende de como você vê — argumenta ele. — Você tem sorte de eu ter aparecido.
— Tenho — diz ela, rindo. — Meu cavalheiro de armadura brilhante.
— Ao seu dispor.
— Dá para acreditar que aquilo tudo aconteceu ontem?
Outro avião passa pelo céu. Dulce se encosta em Christopher enquanto eles olham para o ponto de luz na noite escura. Depois de algum tempo, ele
a afasta com delicadeza para se levantar e estica a mão.
— Vamos dançar.
— Aqui?
— Acho que seria melhor lá dentro, né? — Ele olha em volta, dos degraus acarpetados para o recepcionista inquieto e para os carros lá fora, e concorda. — Mas por que não?
Ela se levanta e arruma o vestido. Christopher coloca as mãos na posição correta, como se fosse um dançarino profissional — uma nas costas dela, outra no ar. Sua postura é perfeita, o rosto sério, e ela se encaixa no abraço que a espera com um sorriso tímido.
— Eu não faço ideia de como dançar assim.
— Eu mostro — diz ele, mas não se mexe.
Eles ficam assim em pé, a postos, como se estivessem esperando que a música comece. Não conseguem parar de sorrir. A mão nas costas dela tem eletricidade, e estar ali daquele jeito, tão perto dele, é o suficiente para deixá-la tonta. É como se estivesse caindo, como se tivesse esquecido a letra de uma música.
— Eu nem acredito que você está aqui — diz com voz baixa. — Não acredito que me encontrou.
— Você me encontrou primeiro — responde.
Ele se abaixa para beijá-la. É um beijo lento e doce, e ela sabe que este vai ser o que vai ficar em sua memória, porque, enquanto os dois outros pareciam pontuar um fim, este certamente marca um início.
A chuva começa a cair sobre eles, uma garoa que desce de lado e de leve. Quando olha para ele de novo, Dulce vê uma gota cair na testa de Christopher e correr pelo nariz. Sem nem pensar, ela tira a mão do ombro dele e limpa a gota.
— É melhor entrarmos — diz.
Autor(a): leticialsvondy
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Ele concorda e pega sua mão. Há gotas nos cílios dele, e Christopher a observa como se fosse a resposta para uma charada. Entram juntos, o vestido dela com algumas marcas de chuva, os ombros do paletó dele um pouco mais escuros que antes, mas ambos sorriem como se fosse um problema sem solução, como um ataque de soluço. Ela p ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
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minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33
Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51
Amei
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kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21
nossa já acabou? UAU não sei o que falar
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wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20
ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27
posta maisss
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11
PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA
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kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58
leitora nova continuaaa to amando essa fic
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leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13
nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.
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nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52
Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião
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milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33
leitora nova continuaaa.... to amando