Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy
-Não tudo bem – disse ele – ela está no toalete
Dulce sentiu o corpo gelado, ficou se perguntando em que momento o pai havia se tornado uma pessoa que diz “toalete”, que conversa com gente estranha em telefones de hotel, que leva a filha pra esquiar como se fosse fazer diferença, como uma promessa, e aí volta para sua nova vida como se nada tivesse acontecido
Respirou fundo, sentindo os pés frios no chão de ladrilhos.
-Eu sei – disse ele com voz suave – Estou com saudades também, amor.
É claro, pensou Dulce fechando os olhos. É claro.
Dulce tinha razão, mas isso não fez com que a situação ficasse melhor. Sentiu uma ponta de ressentimento. Era como um caroço de pêssego, uma coisa pequena, dura e má, uma amargura que certamente nunca se dissolveria.
Afastou-se da porta, sentindo a garganta apertada e o peito doendo. Viu no espelho que seu rosto estava ficando vermelho, e a visão embaçada por causa do calor. Apertou as bordas da pia até as juntas ficarem brancas e se forçou a esperar o pai sair do telefone.
-O que houve? – perguntou, quando ela finalmente saiu do banheiro, passou por ele sem dizer nada e se jogou em uma das camas. – Está tudo bem?
-Tudo – respondeu Dulce.
O mesmo aconteceu no outro dia.
Na manhã seguinte, estavam descendo de elevador para o saguão – ela já sentia calor por causa das roupas de esqui – e, depois de um solavanco, ficaram presos. Eram as únicas pessoas lá dentro. Trocaram um olhar vazio até que o pai apertou o botão de emergência.
-Droga de elevador.
Dulce olhou pra ele
-Você não quis dizer merda de elevador?
-O quê?
-Nada – e começou a apertar todos os botões, acendendo um por um, enquanto o pânico aumentava.
-Acho que não vai adiantar fazer isso... – disse o pai até perceber que alguma coisa parecia errada. – Você está bem?
Dulce puxou a gola da jaqueta de esqui e abriu o casaco.
-Não – respondeu com o coração batendo forte – Sim. Não sei. Quero sair daqui.
-Eles já vão chegar – disse –, não podemos fazer nada até...
-Não pai, agora – respondeu um tanto fora de controle.
Era a primeira vez que o chamava de pai desde que haviam chegado a Aspen; até então, estava evitando chamá-lo de qualquer coisa.
O pai olhou em volta do pequeno elevador.
-Você está tendo um ataque de pânico? – perguntou preocupado. – Já teve isso? Sua mãe...
Dulce balançou a cabeça. Não sabia o que estava acontecendo, só sabia que tinha que sair dali naquele instante.
-Eles vão chegar daqui a pouco, está bem? – disse o pai, segurando-a pelos ombros pra que ela o encarasse. – Olhe pra mim. Não pense neste lugar.
-Tá bem – murmurou rangendo os dentes.
Ela tentou se acalmar e pensar em alguma coisa branda, mas cérebro não cooperava. Estava quente e não dava para se concentrar.
-Finja que está na praia – disse ele –, ou no céu! Pense no céu, está bem? Pense em como é grande, como não dá pra ver seu fim.
Dulce fechou os olhos e se forçou a pensar nisso, no azul vasto e infinito manchado por algumas nuvens. Com uma profundidade, um tamanho tão exagerado, que era impossível saber onde terminava. Sentiu o coração desacelerar, a respiração ficar mais calma e relaxou as mãos. Quando abriu os olhos de novo, o rosto do pai estava diante do seu, com os olhos arregalados de preocupação. Ficaram se olhando pelo que pareceu uma eternidade, e Dulce percebeu que era a primeira vez que se permitia olhar nos olhos do pai desde que se encontraram.
Depois de alguns minutos o elevador se moveu. Ela respirou fundo. Ficaram em silêncio, ambos sensibilizados e ansiosos para sair do hotel e admirar o azul infinito do céu.
Agora no meio do terminal lotado, Dulce tem que parar de olhar para a janela e para os aviões enfileirados como se fossem de brinquedo. Sente uma pontada no estômago de novo; o único momento que imaginar o céu não ajuda é quando você está a trinta mil pés de altura e o único caminho que pode percorrer é pra baixo.
O garoto ainda está esperando por ela, segurando a mala. Sorri quando ela finalmente se aproxima. Vira no corredor, que está lotado, e Dulce tem que se apressar pra acompanhá-lo. Está tão concentrada em seguir sua camisa azul que quase tromba com ele quando param. Ele é bem mais alto que ela, e tem que inclinar a cabeça para falar.
-Nem perguntei aonde está indo.
-Londres – responde, e ele ri.
-Não, quis dizer agora. Aonde está indo agora?
-Ah – diz ela, passando a mão sobre a testa – Na verdade, não sei. Jantar, talvez? Só não queria ficar lá para sempre.
Não é verdade, estava indo ao banheiro, mas não teve coragem de dizer isso. Ver o garoto do lado de fora do banheiro, esperando educadamente enquanto ela entrava na fila era demais.
-Tá – diz, olhando pra ela. Seu cabelo cobre a testa. Ela nota que ele tem uma covinha na bochecha quando ri, o que produz um efeito estranho de fofura, mas também de alguma coisa torta. – Aonde, então?
Dulce fica na ponta dos pés e se vira para dar uma olhada nas opções: uma coleção sem graça de balcões vendendo pizza e hambúrguer. Não tem certeza se ele também vai comer, e essa possibilidade faz com que sua decisão fique difícil;
Autor(a): leticialsvondy
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Dá pra sentir que o garoto continua esperando. Seu corpo está tenso e ela tenta decidir qual opção vai lhe trazer menos chances de ficar toda suja de comida, caso ele decida ir junto. Depois de uma eternidade, ela aponta para uma delicatessen ali perto. Ele sai andando na direção da loja com determinação, carregando a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 12
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minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33
Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii
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stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51
Amei
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kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21
nossa já acabou? UAU não sei o que falar
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wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20
ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27
posta maisss
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kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11
PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA
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kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58
leitora nova continuaaa to amando essa fic
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leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13
nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.
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nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52
Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião
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milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33
leitora nova continuaaa.... to amando