Fanfics Brasil - Capitulo 2 (PARTE 2) A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada)

Fanfic: A probabilidade estatística do amor à primeira vista(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 2 (PARTE 2)

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-Não tudo bem – disse ele – ela está no toalete


Dulce sentiu o corpo gelado, ficou se perguntando em que momento o pai havia se tornado uma pessoa que diz “toalete”, que conversa com gente estranha em telefones de hotel, que leva a filha pra esquiar como se fosse fazer diferença, como uma promessa, e aí volta para sua nova vida como se nada tivesse acontecido


Respirou fundo, sentindo os pés frios no chão de ladrilhos.


-Eu sei – disse ele com voz suave – Estou com saudades também, amor.


É claro, pensou Dulce fechando os olhos. É claro.


Dulce tinha razão, mas isso não fez com que a situação ficasse melhor. Sentiu uma ponta de ressentimento. Era como um caroço de pêssego, uma coisa pequena, dura e má, uma amargura que certamente nunca se dissolveria.


Afastou-se da porta, sentindo a garganta apertada e o peito doendo. Viu no espelho que seu rosto estava ficando vermelho, e a visão embaçada por causa do calor. Apertou as bordas da pia até as juntas ficarem brancas e se forçou a esperar o pai sair do telefone.


-O que houve? – perguntou, quando ela finalmente saiu do banheiro, passou por ele sem dizer nada e se jogou em uma das camas. – Está tudo bem?


-Tudo – respondeu Dulce.


O mesmo aconteceu no outro dia.


Na manhã seguinte, estavam descendo de elevador para o saguão – ela já sentia calor por causa das roupas de esqui – e, depois de um solavanco, ficaram presos. Eram as únicas pessoas lá dentro. Trocaram um olhar vazio até que o pai apertou o botão de emergência.


-Droga de elevador.


Dulce olhou pra ele


-Você não quis dizer merda de elevador?


-O quê?


-Nada – e começou a apertar todos os botões, acendendo um por um, enquanto o pânico aumentava.


-Acho que não vai adiantar fazer isso... – disse o pai até perceber que alguma coisa parecia errada. – Você está bem?


Dulce puxou a gola da jaqueta de esqui e abriu o casaco.


-Não – respondeu com o coração batendo forte – Sim. Não sei. Quero sair daqui.


-Eles já vão chegar – disse –, não podemos fazer nada até...


-Não pai, agora – respondeu um tanto fora de controle.


Era a primeira vez que o chamava de pai desde que haviam chegado a Aspen; até então, estava evitando chamá-lo de qualquer coisa.


O pai olhou em volta do pequeno elevador.


-Você está tendo um ataque de pânico? – perguntou preocupado. – Já teve isso? Sua mãe...


Dulce balançou a cabeça. Não sabia o que estava acontecendo, só sabia que tinha que sair dali naquele instante.


-Eles vão chegar daqui a pouco, está bem? – disse o pai, segurando-a pelos ombros pra que ela o encarasse. – Olhe pra mim. Não pense neste lugar.


-Tá bem – murmurou rangendo os dentes.


Ela tentou se acalmar e pensar em alguma coisa branda, mas cérebro não cooperava. Estava quente e não dava para se concentrar.


-Finja que está na praia – disse ele –, ou no céu! Pense no céu, está bem? Pense em como é grande, como não dá pra ver seu fim.


Dulce fechou os olhos e se forçou a pensar nisso, no azul vasto e infinito manchado por algumas nuvens. Com uma profundidade, um tamanho tão exagerado, que era impossível saber onde terminava. Sentiu o coração desacelerar, a respiração ficar mais calma e relaxou as mãos. Quando abriu os olhos de novo, o rosto do pai estava diante do seu, com os olhos arregalados de preocupação. Ficaram se olhando pelo que pareceu uma eternidade, e Dulce percebeu que era a primeira vez que se permitia olhar nos olhos do pai desde que se encontraram.


Depois de alguns minutos o elevador se moveu. Ela respirou fundo. Ficaram em silêncio, ambos sensibilizados e ansiosos para sair do hotel e admirar o azul infinito do céu.


Agora no meio do terminal lotado, Dulce tem que parar de olhar para a janela e para os aviões enfileirados como se fossem de brinquedo. Sente uma pontada no estômago de novo; o único momento que imaginar o céu não ajuda é quando você está a trinta mil pés de altura e o único caminho que pode percorrer é pra baixo.


O garoto ainda está esperando por ela, segurando a mala. Sorri quando ela finalmente se aproxima. Vira no corredor, que está lotado, e Dulce tem que se apressar pra acompanhá-lo. Está tão concentrada em seguir sua camisa azul que quase tromba com ele quando param. Ele é bem mais alto que ela, e tem que inclinar a cabeça para falar.


-Nem perguntei aonde está indo.


-Londres – responde, e ele ri.


-Não, quis dizer agora. Aonde está indo agora?


-Ah – diz ela, passando a mão sobre a testa – Na verdade, não sei. Jantar, talvez? Só não queria ficar lá para sempre.


Não é verdade, estava indo ao banheiro, mas não teve coragem de dizer isso. Ver o garoto do lado de fora do banheiro, esperando educadamente enquanto ela entrava na fila era demais.


-Tá – diz, olhando pra ela. Seu cabelo cobre a testa. Ela nota que ele tem uma covinha na bochecha quando ri, o que produz um efeito estranho de fofura, mas também de alguma coisa torta. – Aonde, então?


Dulce fica na ponta dos pés e se vira para dar uma olhada nas opções: uma coleção sem graça de balcões vendendo pizza e hambúrguer. Não tem certeza se ele também vai comer, e essa possibilidade faz com que sua decisão fique difícil;



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 12



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  • minhavidavondy Postado em 07/05/2016 - 23:19:33

    Ameiiiiiiiiiiiiiiiiii

  • stellabarcelos Postado em 28/12/2015 - 21:17:51

    Amei

  • kathleen_ Postado em 07/10/2014 - 21:13:21

    nossa já acabou? UAU não sei o que falar

  • wermelinnger_ Postado em 06/10/2014 - 23:52:20

    ai amoooooo essa weeeeeeeb *-* ... posta maaais

  • kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:27

    posta maisss

  • kathleen_ Postado em 05/10/2014 - 21:35:11

    PELO AMOR DE DEUS CONTINUAAAAAAA

  • kathleen_ Postado em 03/10/2014 - 06:48:58

    leitora nova continuaaa to amando essa fic

  • leticialsvondy Postado em 27/09/2014 - 16:49:13

    nyb eu não sabia que tinha sido posta aqui no site, só li o livro e gostei, e resolvi adaptar para vondy, pois é meu csal preferido.

  • nyb Postado em 27/09/2014 - 16:35:52

    Olá essa fic. Foi postada anteriormente por uma amg minha na versao ponny acharia pelo menos justo ter pedido a ela pra adptar vondy ou credita-la ja q o livro nn é mto conhecido.. Apenas minha opnião

  • milah_cruz Postado em 27/09/2014 - 15:02:33

    leitora nova continuaaa.... to amando


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