Fanfics Brasil - 4 Aguas Turvas (Alfonso & Christopher)

Fanfic: Aguas Turvas (Alfonso & Christopher) | Tema: Aguas Turvas


Capítulo: 4

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Após cinco dias de internação, o quadro mantinha-se grave e a equipe médica — muitos dos
quais professores — temia pela resistência daquela senhora. Nas raras vezes em que
acordava, o próprio Alfonso percebia a distância opaca nos olhos de sua mãe em meio ao
silêncio opressivo e necessário dos tubos de oxigênio. Não queria perdê-la sob nenhuma
circunstância, mas reconhecia em seus olhos a impossibilidade de continuar vivendo sem o
grande amor de sua vida. O amor entre uma mãe e um filho é sublime pela imperiosa força da
natureza que os une do início ao fim. Mas o amor entre duas pessoas que se escolhem e
decidem se unir pelo resto de suas vidas é soberano, é uma necessidade, é uma condição vital.


No último olhar que trocaram, Alfonso pôde constatar que, apesar de tudo que era feito para
manter sua mãe viva, ela já tinha tomado sua decisão: era impossível continuar vivendo sem
seu marido. Ela partiu pouco antes das nove horas da manhã seguinte, serena como a névoa
que cobria a região. Em seu rosto era possível encontrar um leve esboço de sorriso, como
quem segue ao encontro de uma felicidade distante, uma pedra lisa que é levada pela
correnteza das águas.


Alfonso concluiu o curso de Medicina em um assombroso silêncio enlutado. Dedicou-se
exaustivamente aos estágios em plantões diversos para esquecer no que sua vida tinha se
transformado: estava só. Absolutamente só. Até com os companheiros de quarto reduziu as
palavras e, por mais que insistissem numa interação, impôs uma distância fria e melancólica.
Não compareceu aos ritos de comemoração de formatura e sua última visita à Faculdade de
Medicina de Petrópolis foi para pegar o diploma e assinar os papéis de conclusão. Naquela
mesma manhã, seu colega paulista havia se despedido e seguido para a terra natal, encerrando
assim mais um capítulo de sua história pessoal. Tanto Gabriel quanto o mineiro já tinham
encaixotado seus pertences e pretendiam entregar o apartamento ainda naquela semana. Um
voltaria para Minas Gerais e o outro tinha conseguido ingressar em residência médica no
Hospital Miguel Couto, na cidade do Rio de Janeiro.


Quando chegou ao apartamento, Alfonso encontrou apenas suas caixas, encostadas em um
dos cantos da pequena sala. Tudo indicava que o último companheiro de quarto havia partido
sem se despedir. Talvez para evitar as lamúrias desse tipo de situação, pensou. Talvez até por
entender que ele vinha de um período de tantos sofrimentos e despedidas que evitar outra seria
o mais adequado, concluiu. Pela primeira vez em seis anos, tirou toda a roupa e andou nu pelo
apartamento. Foi ao banheiro, ligou o chuveiro elétrico para esquentar a água e o ambiente, e
ficou transitando entre a sala e o quarto, por vezes fixando os olhos naquele beliche que tantos
sonhos lhe proporcionara.


O banheiro estava repleto de vapor e a água, tão quente quanto aquela em que sua mãe
enfiava os frangos mortos para depená-los. É impossível dizer por quanto tempo ficou ali,
parado, com a testa encostada na parede, deixando a água escaldante percorrer o corpo,
perdido em pensamentos. De tão ensimesmado, não escutou que alguém andava pelo
apartamento, nem o som dos sapatos e das roupas sendo jogadas pelo chão. Também não
escutou o abrir e fechar da porta, nem percebeu que ali havia outra pessoa. Deu por si quando
o mineiro, companheiro de quarto que julgava ter partido, completamente nu, agarrou-lhe por
trás e com uma das mãos tapou-lhe a boca, enquanto com a outra abarcava-lhe o tórax. Apesar
de ter um porte alto e forte e de todos os esforços e murros empenhados, Alfonso não
conseguiu se soltar, nem sair daquela posição. Seu algoz, com a mesma altura, tinha um
corpanzil gordo e, talvez pela obstinação do ato, mostrava-se naquele momento com muito
mais força. Apertado contra a parede como um chiclete a ser grudado, ouviu apenas quando o
mineiro disse:



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Autor(a): rannyelle

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— Fique quieto! Não resista! Vou soltar sua boca e você não vai gritar... — e enquanto eletirava lentamente a mão, Alfonso ensaiou o início de um pedido de socorro ao que foireprimido por um violento soco no lado direito do maxilar que, de tão forte, cortou um pedaçoda língua e fez-lhe cuspir sangue na parede ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 12



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • Charlotte Uckerrera Postado em 27/05/2015 - 12:20:59

    Hey, se você abandonar essa fanfic, um homicídio vai acontecer. Rum!! Poste logo, estou asiosamente aguardando ù_ú

  • Elis Herrera ❤ Postado em 18/05/2015 - 11:02:33

    Postaaa

  • jaahvondy Postado em 02/01/2015 - 22:56:27

    continuaaaaaaa

  • elis_herrera Postado em 19/11/2014 - 19:24:09

    Continua...

  • dafiniaskim Postado em 17/11/2014 - 17:21:40

    posta mais. Aaron chato... kk tadinha da Any

  • jaahvondy Postado em 17/11/2014 - 13:54:28

    continuaa, gostei diferente sua fic :)

  • elis_herrera Postado em 17/11/2014 - 10:15:39

    Posta mais... :)

  • elis_herrera Postado em 07/11/2014 - 18:52:00

    Continua... :(

  • dafiniaskim Postado em 06/11/2014 - 17:25:27

    Não vai postar mais.. Estava gostando tanto da web

  • elis_herrera Postado em 20/10/2014 - 22:04:09

    Olá, continua... Gostei da fic!


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