Fanfic: Ver com o coração - Portiñon | Tema: Portiñon

- O quê?

- Dul... Me beija, eu preciso saber o que eu sinto ou eu se só estou chocada com os acontecimentos.

- Você está com um parafuso a menos... só pode.

Levantei nervosa, andando de um lado pro outro sentindo as palavras daquela linda mulher loira me machucarem, em que momento eu não percebi, mas as palavras doíam.

- Se você veio aqui para me beijar e deixar tão claras as suas dúvidas você pode ir agora, porque você está perdendo seu tempo.

- Por que você diz isso? - Ela perguntou se levantando - Você não...

- Eu não sou um brinquedo... Eu te amo a muitos anos Anahí e nunca lhe pedi para me beijar para confirmar. E mais, eu nunca tive que confirmar. Quando eu estava confusa o suficiente bastava para olhar para você e sentir meu coração disparar.

Caminhei lentamente para ela e depois de uma pausa por um momento para ver a dúvida em seus olhos, agarrei a mão dela e coloquei em meu peito.

- Eu te amo... Eu te amo como nunca amei ninguém... - Coloquei minha mão em seu rosto e depois nos seus lábios, sentindo todo o seu corpo tenso e sua respiração ofegante. - O que eu mais quero nesta vida é beijar você. - Acariciei seus lábios com as pontas dos meus dedos... um suspiro escapou de seu interior, enquanto eu fechei meus olhos. - Mas eu não vou fazer isso Anahí. Não para tirá-la de toda essa confusão. Porque se um dia nós nos beijarmos, se algum dia eu sentir gosto de seus lábios, será porque você quer tanto quanto eu. E você deve estar muito certa... porque no momento em que nossos lábios quebrarem essa minúscula distância que nos separa não não haverá como voltar atrás. Depois que isso acontecer eu não vou permitir que você se case com outra pessoa além de mim...

Me afastei dela sentindo que ela respirava tão forte como eu, tão intensamente, ela me olhava séria, que olhos eram aqueles... eu abri a porta sem dizer uma palavra.

Demorou alguns segundos para abrir meus olhos e pudesse ver que algumas pequenas lágrimas começaram a aparecer. Um nó na minha garganta começou a descarregar enquanto meus olhos ficaram úmidos.

- Por favor, me deixa só... - Eu implorei tentando controlar a minha voz embargada.

Sem dizer uma palavra, ela pegou suas coisas e começou a andar em direção à porta. Poucos segundos depois ela parou  na minha frente, enfrentou meu olhar com uma segurança aparente, meus olhos escondiam um terrível medo, no fundo eles imploravam para ela não me deixar, que ela se desse conta que eu era a única pessoa que ela amava. Que pelo menos uma vez  ela fechasse os olhos e aprendesse a ver com o coração...

Mas isso não aconteceu. Apesar do apelo que se escondeu no fundo dos meus olhos, as lágrimas que enchiam seus olhos e meu coração gritando silenciosamente seu amor, ela continuou seu caminho. Deixando-me de pé ao lado da minha porta, observando-a ir antes de finalmente fechá-la.

Então ela parou... a poucos metros além do limite, parou de andar e permaneceu nessa posição por alguns segundos antes de voltar.