Fanfic: Ver com o coração - Portiñon | Tema: Portiñon

Estávamos de mãos dadas, como há muito tempo atrás. Eu não conseguia parar de olhá-la como uma completa idiota, enquanto isso ela me levou para um lugar longe da multidão.

Chegamos à entrada de trás da casa, que pertencia à sua mãe e sentamos em uma pequena escada que dava para o exterior.

Então houve um silêncio enquanto observávamos algum ponto no horizonte, este silêncio constrangedor que é criado quando há tantas coisas a dizer e nem sequer sabem onde ou quem começar.

- Eu só quero saber uma coisa - Ela disse conseguindo que eu a olhasse para ver em seus olhos, até mesmo medo, eu diria - Aconteceu alguma coisa ...? Eu fiz alguma coisa que te magoou?

- Claro que não - Apressei-me para responder - O que faz você pensar isso?

- Bem... É que... Estávamos tão perto, nós queríamos tanto... E um dia você desapareceu, tentava estar perto de você, mas você não respondia minhas mensagens, não a encontrava em nenhuma festa ou evento e sabia que os outros você via sempre... era como se você tivesse se cansado de mim ou quisesse desaparecer.

- Any... - Eu suspirei, tentando encontrar uma explicação coerente - Eu não estou brava com você, você não fez nada que me incomoda e muito menos estaria cansada de você! 

- Dul... Então o que aconteceu? Por que você me deixou?

- Porque eu precisava muito de você - Eu sinceramente declaro - Sentí sua falta e eu ainda sinto tanto sua falta. Quando o grupo se afastou eu queria me afastar um pouco de você... Não sei se você me entende... Talvez não fosse a melhor maneira... Me perdoa se eu te magoei, por favor.

Sua mão agarrou a minha novamente e começou a acariciá-la conseguindo que eu olhasse para ela.

- Na verdade... Eu tive um momento ruim, sentia muito a sua falta Dul, doeu-me pensar que você não me queria... Mas você está aqui... Obrigada por ter vindo.

Minha mão livre, sendo conduzido por um músculo que não era exatamente o meu cérebro, foi colocada delicadamente em seu rosto e a sensação de sua pele macia, que eu acariciava pelas pontas dos meus dedos enquanto observava aquele olhar doce.

- Sim eu te quero Any. – Pronunciou meu coração através de meus lábios – Nunca duvide.

- Linda? - Interrompeu uma voz quando eu estava completamente absorvida em seus olhos – Está tudo bem?

Rapidamente eu puxei minha mão de seu rosto, para voltar minha atenção para aquela pessoa que se atreveu a interromper este momento especial.

- Carinho. - Ela disse sorrindo para intruso sem soltar nossas mãos entrelaçadas - Eu quero que você conheça a Dul.

Acordar neste pequeno torpor momentâneo, me levou para o rapaz, que claro, já tinha reconhecido.

- Dul, este é o meu namorado.

- Prazer em conhecê-la finalmente, Dulce. Só estava faltando você. - Enquanto ele me beijou na bochecha – Sou Manuel.

- Igualmente – Sorrí com um sorriso incômodo.

 - Hey meu amor, por que não voltamos para a festa? Eu tenho uma surpresa.

- Claro... - ela respondeu com um sorriso - Me dê um minuto e eu já estarei com você.

- Certo - ele aceitou dando-lhe um beijo nos lábios, o que além de irritar todos os poros da minha pele, me fez soltar sua mão olhando para outro lado.

Segundos depois de ver desaparecer Manuel, decidi quebrar o silêncio que havia se formado novamente...

- Acho que devemos voltar. - Eu disse indo em direção à festa.

- Dul... – Ela correu para me parar, me virou e antes que eu percebesse, eu estava em seus braços novamente – Você não vai embora né?

Sua voz suplicante e os seus braços em volta de mim com força, me fez perceber que assim como anos atrás, ainda não podia negar absolutamente nada a essa menina caprichosa que eu tinha em meus braços. Então depois de um suspiro:

- Não, não vou Any. - Eu terminei, observando como ela me empurrou um pouco e sorriu.

Desta vez fomos para a festa e ao entrar o seu namorado que esperou ansiosamente para que ele chegasse até ela e começar a fazer a surpresa maravilhosa que ele tinha preparado.

Ela me olhou uma última vez e me deu um sorriso, antes de liberar a minha mão e ser afastando definitivamente para não sei onde.

Dentro deste sentimento, um estranho mau humor tinha me invadido, eu tentei encontrar Poncho entre multidão, sem obter resultados. À distância, eu vi Pedro com Caro, Christian, Maite e Christopher, que me lembrou de imediatamente que já tinha chegado a tempo no evento e não tinha nem dito "oi". Então eu decidi estacionar um pouco meu autismo e me dirigir para os meus ex-companheiros.

- Oi Dul! - Christian recebeu-me com um sorriso assim que eu cheguei – Onde você estava? Nós estivemos esperando ansiosamente a sua presença, para te vaiar. 

- Você sempre tão palhaço. - dei-lhe um tapinha no ombro e acenei para os outros - Desculpa eu encontrei a Anahí e nós estávamos conversando.

- Ok, vamos perdoá-la porque é um milagre você ter vindo pela primeira vez em um lugar que estaríamos nós seis juntos de novo. 

- Falando em nós seis... Vocês viram o Poncho? - Eu perguntei olhando ao redor.

- A cinco minutos atrás ele estava por perto, talvez fosse para ver se você tinha ido embora.

- E como foi com a Any? - Maite perguntou olhando para mim de forma estranha.

Mas só quando eu fui atender ouvir o barulho irritante produzido por um garfo bater em um copo de vidro, aquilo que você faz quando você quer chamar a atenção de um grupo disperso de pessoas.

- Um momento de atenção, por favor - Gritou Manuel, quando ele tinha conseguido os olhares de todos os presentes ele continuou.- Quero compartilhar algo com vocês - Meus olhos não poderiam deixar de ir até a pessoa que o acompanhava. Então, por causa da minha curiosidade, eu me vi os olhando intercalados entre si - Como muitos de vocês sabem... Anahí e eu temos muito pouco tempo de relação. Mas é óbvio para toda a gente, como nos queremos e como somos felizes... Pessoalmente, posso assegurar-lhe que em Anahí eu encontrei não só a mulher da minha vida, mas a pessoa que eu sempre sonhei, então - Ele disse para ela - Como hoje é muito importante e especial, onde estão reunidas as pessoas mais importantes da sua vida, eu quero que todos testemunhem o meu presente - Ele tirou uma pequena caixa e colocá-lo na frente dela, que olhava completamente assustada - Quer se casar comigo, Linda?

Quando eu ouvi essa frase e gritos de entusiasmo juntamente com os aplausos uma dor tomou conta do espaço, eu só fui capaz de ouvir na minha cabeça um eco daquelas palavras que foram repetidas inúmeras vezes, cravando em meu peito, como milhões de lâminas, ao mesmo tempo... enquanto minhas pernas estavam fracas com a intenção de me deixar cair a qualquer momento.

Mas, de repente, sentí os braços em volta do meu peito por trás e eu tinha o desejo de me agarrar com força, de modo que não me deixasse cair, porque eu sabia que ele era o único capaz de me proteger neste momento em que meu coração que tinha acabado de levar uma surra parou e as lágrimas tinham sido completamente paralisadas na beira dos meus olhos.

- Calma... - A voz de Poncho sussurrou em meu ouvido.