Fanfic:  A Dança da Sedução {♥} AyA [ finalizada ] | Tema: hot, drama, ponny, AyA

— Está com teias de aranha nos cabelos, patroa.

— Você também. Por favor, providencie uma dedetização e a limpeza do porão. Precisa de uma iluminação melhor. Poderá ser utilizado como adega e despensa. Precisamos aproveitar todos os recursos.

— Ótimo — aprovou Alfonso, pegando uma caderneta e um lápis e fazendo suas próprias anotações.

Anny dirigiu-se à escada, sacudiu o corrimão vacilante e acrescentou:

— Não é preciso embelezá-la, mas quero que seja segura para ninguém correr o risco de cair e rolar os degraus.

— Tudo será feito dentro dos preceitos de segurança. Não trabalho de outra forma.

— É bom saber disso. Agora deixe-me mostrar-lhe o que desejo fazer no andar principal.

E sabia mesmo o que queria, concluiu Alfonso. Talvez fosse até um pouco detalhista demais para o seu gosto. Entretanto, precisava dar-lhe crédito pela intenção de modernizar o edifício e conservar suas excentricidades e charme de épocas passadas. Não conseguia visualizar uma escola de bale ali, mas, sem dúvida, ela sim.

Anny continuou falando sobre a iluminação e os reparos que desejava. Queria que a cozinha fosse reformada, tornando-a menor e mais eficiente e usando o espaço extra para fazer um escritório.

Os outros cômodos que, ao longo dos anos, haviam tido diversas utilidades, seriam vestiários, com balcões e armários.

— Parece muita sofisticação para uma escola de bale de cidade pequena.

Anny ergueu as sobrancelhas.

— Não é, não. É o correto. Agora, estes dois banheiros... Parou diante de duas portas contíguas.

— Se quer aumentar, posso abrir uma parede entre os dois.

— Não. É melhor deixar dois banheiros. Alfonso baixou o caderno de notas e encarou-a.

— Pretende matricular meninos? — Sorriu de modo malicioso. — Acha que as mães da cidade vão deixar os filhos fazer piruetas e volteios?

— Já ouviu falar em Barishnikov? Davidov? — Anny estava muito acostumada com o preconceito machista sobre o bale e não ficou irritada. — Aposto em um dançarino bem treinado contra qualquer atleta em um teste de força e resistência.

— E quem usa o tutu? — brincou Alfonso, referindo-se ao saiote das bailarinas.

Anny suspirou com paciência, sabendo que teria de enfrentar aquele tipo de comentário em uma cidade do interior.

— Para sua informação, os bailarinos são homens de verdade. Quer saber de uma coisa? Meu primeiro namorado foi premier danseur, que quer dizer primeiro bailarino de um corpo de bale, dirigia uma Harley e pulava mais alto do que Michael Jordan. Mas Jordan não usa malhas, não é mesmo? Só shorts.

— Uniforme de basquete — corrigiu Alfonso.

— É tudo convenção, não acha? Quanto aos banheiros, ficam os dois, mas totalmente reformados, desde azulejos nas paredes até pias baixas para crianças. E quero tudo branco.

— Entendi.

— Vamos prosseguir — comandou Anny, acenando para a escada no final do corredor. — Próximo andar. Meu apartamento.

— Vai morar aqui? Em cima da escola?

— Morar, respirar, comer e trabalhar aqui. É assim que se transforma um sonho em realidade. E tenho idéias bem definidas sobre meu cantinho particular.

— Tenho certeza disso — resmungou Alfonso.

Idéias específicas e boas, concluiu Alfonso uma hora mais tarde. Podia não concordar com certos detalhes do andar principal, mas sem dúvida precisava admitir o bom gosto no outro andar. Anny queria conservar os moldes originais e restaurar os entalhes de madeira, declarando que se descobrisse quem os pintara de branco, arrastaria para o meio da rua e daria um açoites.

Alfonso não teve escolha senão concordar.

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Byeeeeee.

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