Fanfic:  A Dança da Sedução {♥} AyA [ finalizada ] | Tema: hot, drama, ponny, AyA

Durante uma semana Alfonso trabalhou na reforma, consertando paredes e encanamentos. Anahí não apareceu.

Todos os dias, quando chegava na obra, imaginava que a veria surgir para acompanhar o progresso da reforma. E a cada final de tarde, quando recolocava as ferramentas na picape, perguntava-se por que ela não viera.
Por certo estava ocupada, concluiu, e tinha outras coisas com que se preocupar. Não estava tão interessada no acompanhamento dos trabalhos como o fizera acreditar. E... era claro que também perdera o interesse pelo empreiteiro, matutou consigo mesmo.

Era por isso mesmo que evitara qualquer tipo de envolvimento com ela, falou para si, tentando convencer-se. Provavelmente, passava metade das noites se divertindo em festas e jantares e a outra metade com algum alto executivo de uma cidade grande que estivesse de passagem por ali. Não ficaria surpreso se isso fosse verdade, pensou. Tampouco ficaria surpreso se descobrisse que ela já estava fazendo planos para vender a propriedade e dar um basta na vida pacata de cidade pequena.

Mas ficou surpreso consigo mesmo quando se deu conta de que se dirigia para a casa dos Portillo e batia na porta. Afinal, justificou-se, não fora Anny quem dissera que queria acompanhar a obra? O mínimo que podia fazer era fingir um pouco de interesse, pensou, tentando justificar-se.

Voltou a bater na porta. Nada. Andou de um lado para o outro na frente da casa. O que, afinal, estava fazendo? Era um tolo, pensou, aborrecido. Não era da sua conta o que Anny fazia ou deixava de fazer, contanto que pagasse por seu serviço.

Alfonso deu um suspiro profundo, e já se virava para ir embora, quando a porta abriu.
Lá estava ela, com ar sonolento, os cabelos despenteados e os olhos pesados, como se tivesse acabado de sair da cama e desejasse voltar logo.

— Alfonso...
— Desculpe-me por tê-la acordado. Afinal, ainda são quatro horas da tarde.
Com o cérebro muito embotado para perceber a ironia, Anny sorriu sonolenta.
— Tudo bem. Entre. Vou fazer um café. — Deu as costas, presumindo que ele a seguiria, e dirigiu-se para a cozinha. — Como vai a obra? — Enquanto começava a preparar o café, exercitou os músculos dos ombros.
— Pula do interesse à apatia com facilidade?
— O que disse? — murmurou Anny, ainda com dificuldade para raciocinar e concentrando-se para lembrar onde ficavam as xícaras.
— Há uma semana não aparece lá.
— Eu não estava na cidade. Houve um pequeno problema em Nova York. Gosta de café preto ou prefere com leite?

Imediatamente o aborrecimento de Alfonso transformou-se em preocupação.

— Problemas com a família? — perguntou.
— Oh! Não! Estão todos bem. — Anny arqueou as costas, tentando alcançar com a mão um músculo dolorido entre as omoplatas. — Poderia... estou com um ponto que... — Curvou o braço nas costas, tentando alcançar o ponto. — Aperte aqui com o polegar um minuto. Isso mesmo... mais forte. — Fechou os olhos e murmurou: — Que bom... não pare...
— Chega de massagem!

A exclamação de Alfonso saiu em tom rouco. Com um gesto brusco, a fez encostar-se no balcão da cozinha e pressionou os lábios nos dela.