Fanfic:  A Dança da Sedução {♥} AyA [ finalizada ] | Tema: hot, drama, ponny, AyA

— Não parece ser o tipo de homem que desiste com fa­cilidade diante de um problema qualquer, Alfonso.

- Mas sua filha é especial. — Alfonso piscou um olho para Pedro. — Lamento.

- Prefiro encarar essas palavras como um elogio. Mi­nha impressão é de que um magoou o outro, e ambos estão com o orgulho ferido. Em geral, a reação de Anny para esse tipo de ofensa é uma crise de raiva e depois a frieza.

Alfonso selecionou os ganchos que seriam pendurados na copa. Deveria deixar esse trabalho para um dos operários, pensou, mas precisava ocupar-se com algo manual para não se deixar engolfar pelo aborrecimento provocado com a briga. Falou em voz alta:

- Ela deixou a situação muito clara. Chamou-me de idiota e algo mais em ucraniano. Não sei o que foi.

- Ela o insultou em ucraniano? — Pedro lutou para não achar graça. — Devia estar muito nervosa!

Alfonso estreitou os olhos, pegando na chave de fenda.

— Não sei o que significa, mas não gostei do tom.

- Deve ter sido algo parecido com "desejo de que asse no fogo do inferno". A mãe de Anny também usa muito essa expressão. — Pedro fez uma pausa, encarou Alfonso e per­guntou: — Você gosta de minha filha?

As mãos de Alfonso ficaram úmidas.

— Sr. Portillo...

— Chame-me de Pedro. Sei que não é uma pergunta fácil nem simples, mas gostaria de obter uma resposta.

— Primeiro, poderia sair de perto da caixa de ferramen­tas? Há muitos objetos pontiagudos.

Pedro mergulhou as mãos nos bolsos da calça.

— Tem minha palavra de honra que não vou desafiá-lo para um duelo com chaves de fenda.

— Certo. — Alfonso tomou fôlego. — Gosto muito de sua filha. Meus sentimentos são confusos e mal resolvidos, mas gosto. Não pretendia me envolver com ela. Não estou em posição de fazê-lo.

— E posso perguntar por quê?

— Acho que é óbvio. Sou um pai viúvo. Estou tentando construir uma vida decente para meu filho, mas não se com­para com o estilo de Anny, e não posso oferecer-lhe tudo com que está acostumada.

Pedro sacudiu os ombros.

— Eles o fizeram comer o pão que o diabo amassou, não foi?

— Como disse?

— Os pais de sua esposa. Ao contrário de certas famí­lias, a nossa é barulhenta, gosta de se meter na vida de todo mundo, é protetora e irritante. Mas vai descobrir que tam­bém respeitamos e apoiamos as escolhas e sentimentos uns dos outros. Alfonso, é um erro julgar uma situação por outra do passado. — Pedro fez uma pausa e continuou: — Mas deixando isso de lado no momento, já que se importa com Anny, vou dar-lhe um pequeno conselho, e você decidirá se o aceita ou não. Lide com o problema e com ela. Posso garantir-lhe que, se Anny não gostasse muito de você, teria terminado tudo com um sorriso e de maneira polida.

Concluindo que dera bastante assunto para Alfonso pen­sar, Pedro virou-se e passou a examinar os armários em construção, em meio à poeira, parafusos e martelos.

— Então é isso que me espera se resolver fazer a obra — resmungou mais para si mesmo. Lançou um olhar consternado para Alfonso. — E você acha que tem problemas!