Fanfic:  A Dança da Sedução {♥} AyA [ finalizada ] | Tema: hot, drama, ponny, AyA

Certa vez, Anny esquecera os brincos na mesinha-de-cabeceira, e Alfonso sentira um espanto súbito ao vê-los ali na manhã seguinte, porque deram um toque tão feminino... e sentira um desapontamento ridículo quando ela os levara embora. Não entendia o que essas sensações significavam.

Voltou a observar Anny naquele momento, vestindo sua camisa e dirigindo-se até a bolsa.

— Vou comprar-lhe uma dúzia de camisas de flanela — decidiu Alfonso —, porque parece gostar muito das minhas, e eu adoro vê-la andando por aí com elas, sem mais nada por baixo.

— Aceito. — Anny voltou a sentar-se na cama e colocou um envelope sobre o tórax nu de Alfonso. — E isto é para você.

— O que é? — perguntou ele, curioso, abrindo o envelope e encontrando duas passagens de avião, o que aumentou sua confusão. — Do que se trata?

— São dois assentos no vôo para Nova York na próxima sexta-feira. Um para você, outro para Arthur.

Alfonso olhou o envelope e Anny, sem entender.

— Por quê?

— Porque desejo muito a presença de vocês. Já esteve em Nova York?

— Não, mas...

— Melhor ainda! Terei a honra de apresentar a cidade a vocês. O diretor de minha antiga companhia de dança telefonou-me no início da semana — explicou. — Vão realizar um espetáculo especial, apenas um, no próximo sábado à noite. É para caridade. Será uma seleção de bailados apresentados por diversos artistas. Ele já havia pedido que eu participasse há algum tempo, mas tinha recusado por causa da abertura de minha escola.

— Mas resolveu aceitar.

— A bailarina que ia apresentar o pas de deux da Rosa Vermelha, o primeiro bale que Davidov dançou com a esposa, machucou-se. Por sorte não é nada grave, mas ficará afastada por duas semanas. Ele pediu que a substituísse. — Enquanto falava, Anny achou a própria desculpa bem plausível e que não dava a Alfonso muita escapatória.

— Dancei esse bale muitas vezes, portanto, quando telefonou, não pude recusar. Davidov pediu também que dançasse um trecho de Don Quixote, e o resultado disso é que viajo na terça-feira para ter tempo de ensaiar.

Diante das últimas palavras, Alfonso sentiu um aperto no coração. Não queria que Anny viajasse de novo.

— Vai dançar muito bem, tenho certeza, e agradeço pelo convite, mas não posso pegar na mão de Arthur sem mais nem menos e ir para Nova York.

— Por que não?

— Bem... há o trabalho, a escola, só para começar. E o cachorrinho...

— Viajarão depois das aulas na sexta-feira, e estarão em Nova York para o jantar. Poderemos nos hospedar na casa de minha irmã. No sábado farão um passeio pela cidade, talvez levem Arthur ao topo do Empire State Building. À noite irão ao bale. No domingo faremos mais um passeio, jantaremos na casa de meus avós e pegaremos o último avião de volta. Na segunda-feira cedo você estará pronto para trabalhar e Arthur para ir à escola. — Anny deu de ombros, antes de acrescentar: — Quanto a Pancho, viajará com vocês, é claro.

— Levar um cachorro para Nova York?

— Claro! Meus sobrinhos irão adorar!

Alfonso teve a impressão de que estava dentro de uma caixa e que Anny fechava a tampa, não lhe dando espaço para escapar.

— Anny, ir para Nova York passar o fim de semana não é o tipo de coisa que pessoas como eu fazem.

— Não vai para Marte, Herrera. — Anny riu, inclinando-se para beijá-lo. — Apenas você e Arthur sairão da rotina um pouco. Será uma pequena aventura que Arthur irá adorar e... — Anny guardara a munição pesada para o final — ... poderá ter algo para contar ao amigo Diego, depois de ouvir dezenas de vezes sobre a viagem à Disneyworld. Se Diego viu o King Kong de brinquedo, Arthur poderá contar que foi visitar o topo do prédio de onde o macaco caiu.