Fanfic:  A Dança da Sedução {♥} AyA [ finalizada ] | Tema: hot, drama, ponny, AyA

— Sim, e Anny disse que, como é fim de semana, poderei dormir mais tarde as duas noites.

— Sim. E vamos ter um jantar especial hoje. Gosta de sopa de cabeça de tubarão?

Arthur arregalou os olhos, surpreso, e balançou a cabeça em negativa.

— Ótimo — replicou Jack, completando a brincadeira —, porque não vamos servir isso. Agora é a vez de pegarmos Pancho.


No fim das contas, pensou Alfonso, não era assim tão terrível ver-se em uma cidade estranha em uma casa que não conhecia e com pessoas que só vira uma vez. Arthur ambientara-se em poucos minutos, reativando a amizade com Max, como se não o visse há apenas um dia. Pancho foi a estrela absoluta, fazendo grande sucesso e, nervoso, acabou por deixar uma pequena poça no tapete da sala.

— Lamento muito — resmungou Alfonso. — Ele está quase treinado, mas...

— Assim como meus filhos — replicou Angel, sorrindo e entregando-lhe um pano de chão. — Estamos acostumados por aqui com líquidos derramados em todos os cantos e de todos os tipos. Pode relaxar.

E, para surpresa de Alfonso, acabou relaxando mesmo. Era interessante e divertido observar Arthur interagir com uma família e com as duas crianças. Era comovente ver como brincava com a pequena Vivi, como se estivesse treinando para ser um irmão mais velho.

— Quer escapar um pouco? — perguntou Jack, fazendo um movimento de cabeça e deixando a sala, sem antes fingir severidade com as crianças, e ouvindo suas risadas: — Quem quebrar qualquer coisa paga.

Levou Alfonso para a sala de música com o piano de cauda e, depois de se acomodarem nas poltronas de couro, contou reminiscências.

Em seguida dirigiu-se ao bar a um canto.

— Quer cerveja?

— Sim, aceito — disse Alfonso.

— Viajar com crianças é muito cansativo. Vamos fazer um pequeno intervalo.

— Arthur não parou de falar um só instante durante todo o vôo — desabafou Alfonso. — Acho que quebrou seu próprio recorde.

— Espere até fazer uma viagem transatlântica. Fiquei nove horas trancafiado com Max e Vivi em um avião. — Deu de ombros, conformado. — Sabe quantas perguntas podem ser feitas durante nove horas? Não. Deixe para lá. Vamos ter uma dor de cabeça dupla e pesadelos na hora de dormir, se continuarmos com esta conversa.

Jack fez um gesto e Alfonso voltou a sentar-se na poltrona confortável, comentando:

— Tem uma casa maravilhosa. Sempre que pensava em Nova York imaginava apartamentos pequenos e abafados com janelas dando para muros escuros ou arranha-céus.

— Temos isso também. Quando eu e Angel começamos a trabalhar juntos, eu vivia em cima do bar do meu irmão, no East Side. Um grande bar. E o apartamento era bom também. Mas não era o tipo de moradia em que se pensa para educar dois filhos. — Ergueu o olhar e sorriu com alegria. — Ora! Eis a prima donna que chega!

— Desculpem o atraso. — Anny apressou-se a beijar Jack no rosto e inclinou-se sobre Alfonso, beijando-o nos lábios de modo demorado. — Lamento, mas não pude buscá-los no aeroporto. Davidov está com uma de suas crises temperamentais. Aquele homem pode levar uma pessoa à loucura! Jack, querido, se me der um copo de vinho serei sua eterna escrava.

— Parece um bom acordo — brincou o cunhado.

— Diga a Angel que vou descansar um pouco antes do jantar.

— Sente-se aqui — ordenou Jack, empurrando-a para a poltrona que ocupara. — Descanse seus pés de um milhão de dólares.